ATUAÇÃO 9 – Enquanto espera o cachorro fazer suas necessidades para ver se o anel que Sun perdeu foi engolido por ele, Ela diz: “Isto é ridículo! Nós estamos esperando que ele...”. Ela não complementa a frase, mas gesticula levemente com a mão e o rosto, impulsionando para frente, como se fizesse um gesto de empurrão. Achei a cena interessante, mas o que me chama mais a atenção é porque ela ficou encabulada de complementar a frase e preferiu gesticular, mesmo assim, o gesto demonstra vergonha em continuar a gesticular. Achei a interpretação de Sun tão bem feita que optei em colocar esse comentário.
SOCIOLOGIA 107 – Quando estamos presos em um lugar e sem perspectiva de vida, acabamos dizendo coisas óbvias ou até mesmo absurdas. Já falei sobre esses tipos de perguntas em outros comentários. Ao saber que Ana-Lucia tem um rádio que foi achado na escotilha que ela e seu grupo descobriram, Sawyer diz: "Você tem um rádio? Por que não usa?". A resposta de Ana é bem inteligente, aliás, nem sequer quis perder tempo para responder: "Puxa! Que ideia incrível! Tá atrasando o grupo". O inteligente James acabou fazendo uma pergunta boba. E quantas vezes não fizemos esse tipo de pergunta fútil, até porque, mais de um mês em uma ilha aparentemente deserta a pessoa não iria usar o rádio???
SOCIOLOGIA 108 – A PELE É NEGRA. ESTOU MENTINDO? Quando estão caminhando pela floresta, James está bastante fraco e precisa ser carregado. Ana-Lucia diz a Michael: "Leve ele com você". Libby, que nem estava na conversa, retruca: "O nome dele é Michael". Ana responde: "Éééé", no sentido de "É! Michael. Ok", mas de uma forma sem dar importância. É assim que se formam os preconceitos em uma sociedade. Como todos passaram a se conhecer por estarem isolados, forma-se um grupo. Existem grupos dentro de grupos. Com os sobreviventes da cauda, agora são dois grupos de verdade. Ana teve antipatia logo cedo por eles, assim como em breve, os da parte intermediária do avião ficarão com o "pé atrás" a respeito do pessoal da parte da cauda do avião. Ana não conseguia vê-los como alguém de seu próprio grupo, entretanto, todos eram passageiros do mesmo avião, com direitos iguais. Apesar do preconceito não ter acontecido com Michael por ser de pele negra, mas sim, ter acontecido com todos os sobreviventes da parte intermediária, podemos transferir esse caso para qualquer tipo de preconceito, como por exemplo, a própria cor negra. Não entendo o porquê de existir preconceito pela cor se todos somos iguais. A única diferença está na cor, mas o ser é o mesmo: humano. Se fossem espécies diferentes poder-se-ia argumentar, mas… e quando se trata de um mesmo semelhante? O preconceito hoje é tão forte que até retiraram a palavra "negra" do "vocabulário". Qual o sentido disso, se a palavra certa é cor negra mesmo? Isso não é ofensa, é dizer a cor. É somente uma cor, o ser humano é o mesmo que eu, que você, que qualquer um. Já fizeram até cota para pessoas de cor negra entrar em faculdade. Em minha opinião isso faz é aumentar o preconceito. Realmente se torna em separar pessoas de cor negra do resto da humanidade. Já escutei pessoas de pele negra em debates de sala de aula comentar a mesma coisa que eu ao discordar dessas cotas. Quer dizer que tem que existir um número limite de pessoas de pele negra para entrar em faculdade? Se ultrapassar esse número não vão poder entrar porque extrapolou o número limite? Isso faz sentido? Por que tratar tais pessoas "à parte", pois não dá no mesmo que colocá-los à parte da sociedade, à "margem" da sociedade??? Quem passar em vestibular está aprovado, não deveria ter essa coisa de "cláusula". Essas leis são as principais responsáveis de aumentar o preconceito. E voltando à cena com Michael, ele até poderia achar que Ana Lucia estava sendo preconceituosa, mesmo sem ser.
SOCIOLOGIA 109 – Quando alguém vai à busca de um emprego, tem de ir bem apresentável e com muito cuidado nos detalhes para que não se comprometa em uma entrevista com o gerente. Vejam o que aconteceu com Jin. Alugou um paletó, pois não tinha condições de comprar um. Como era alugado, não podia retirar a etiqueta. Na hora da entrevista, a etiqueta apareceu e o gerente a arrancou. Provavelmente Jin não teria conseguido o emprego se não tivesse cometido essa gafe. Aí vocês pensariam que isso foi positivo, mas na verdade foi extremamente negativo. Não foi só essa gafe que ele cometeu. Como era pescador, não prestou atenção ao cheiro de peixe que ainda estava em seu corpo, já que estava acostumado com o cheiro, não se preparando bem no assunto: banho e perfume (é óbvio que ele tomou banho e colocou perfume, mas deveria ter se preparado mais). Enfim, o gerente do hotel percebeu que ele era bem pobre e que precisava muito do emprego a ponto de fazer qualquer serviço. Resultado: o gerente conseguiu a pessoa para o que queria e ele ainda complementou: "Não peça aumento e nem folga. Não deixe entrar gente como você". Jin acabou sendo humilhado e dias depois se demitiu. Entenderam como foi negativo? É preciso estar muito bem preparado para esse momento, caso contrário, as consequências não fluirão como se deseja.
FILOSOFIA 31 e PSICOLOGIA 77 – PARE DE PROCURAR Sun perde sua aliança e desabafa com John Locke. Este, diz à sul-coreana que estava procurando algo na ilha e que só achou de uma forma: “Do mesmo modo que se perde algo: parei de procurar”. Por incrível que pareça isso é uma verdade. Tem coisas que procuramos, nos irritamos e nada de achar, até que desistimos e sem menos esperar o objeto sumido aparece. Há uma explicação lógica para isso, mas é explicação minha, não é científica. Quando procuramos algo temos a tendência de buscar refazer nossos passos feitos nos últimos minutos, como o próprio Hugo disse a Sun em um de seus conselhos para a coreana. Quando refazemos os passos que demos desde o momento em que achamos que foi perdido em determinada hora ou a partir de determinado lugar, começamos a ficar irritado por não achar, aí, ficamos repetindo esses mesmos passos várias vezes, então, os pensamentos não fluem mais como deveria. Por que alguns objetos são achados quando desistimos? Na verdade, quando desistimos, a tendência é relaxar. Quando estamos relaxados e deixamos as coisas fluírem normalmente, geralmente fazemos as mesmas coisas que fazemos no cotidiano, ou seja, somos um pouco robóticos e nem percebemos. Como sempre repetimos atitudes no dia-a-dia que às vezes nem percebemos e a tendência é passarmos por um mesmo lugar ou pegar as mesmas coisas várias vezes que, mesmo que queiramos refazer tais passos, não nos lembraremos de todos. Para facilitar o entendimento, digamos que você supõe que um objeto tenha sido perdido a partir de meio dia ou do momento em que visitou um amigo. Provavelmente um objeto supostamente perdido pode estar naquele lugar que passamos cotidianamente, mas como você supõe que foi perdido a partir do meio dia ou de quando visitou o amigo, possa ser que tenha sido "perdido" antes daquela hora ou da visita… conclusão: como você desistiu de procurar, ficará mais relaxado e menos tenso, e por repetir seus passos constantemente, com certeza em algum momento irá àquele lugar onde deixou objeto. Por isso, a frase de John é certa: “Do mesmo modo que se perde algo... parei de procurar”. Isso já aconteceu comigo muitas vezes. É uma teoria não científica provável de acontecer. Pare de repetir aqueles passos específicos de todos os que você faz durante o dia e faça todos os passos normalmente, sem precisar se esforçar para lembrar, pois a mente já está sobrecarregada para forçar, desgastando ainda mais. Simplesmente deixa as coisas acontecerem naturalmente.
NÚMEROS 56 – Da parte de trás do avião sobreviveram 23 pessoas.
LEGENDA VS. DUBLAGEM 62 e SOCIOLOGIA 110 – Michael reclama com Ana: “O que faz você ser assim tão agressiva?”. Na legenda vemos “O que faz vocês serem tão nervosos?”. Durante esse episódio até o momento em que todos chegarem até a praia onde estão os outros sobreviventes, veremos constantemente essa diferença de, na dublagem em áudio, mostrar os pronomes na primeira do singular, enquanto que na legenda o uso do pronome é no plural (se referindo a todos). O que pode trazer de relevante para a história? Quando Michael diz "você" a Ana, nos faz interpretar que ELA é agressiva (áudio), além de ter difícil convivência com os outros e possuindo um aspecto “pouco másculo”. Quanto a dizer que todos são nervosos e não agressivos (quando na legenda Michael diz "vocês" que é uma palavra totalmente distinta de "você"), demonstra que todos são assim devido os maus bocados que passaram nas mãos dos ‘Outros’. Vejam mais sobre isso nos vários Legenda Vs. Dublagem que se referem a Kate, pois por conta de palavras traduzidas erradas, pode-se interpretar a índole de uma pessoa como sendo muito negativa, pois como estamos vendo nesse exemplo, não é Ana-Lucia que é agressiva e nervosa, mas sim, todo o grupo, até mesmo o valente Eko. Parece que até com Ana-Lucia resolveram fazer o mesmo com Kate, interpretar a personagem cada vez mais negativa conforme a dublagem em áudio.
LEGENDA VS. DUBLAGEM 63 – Segue a mesma linha de pensamento do comentário anterior. Quando Michael questiona sobre o temperamento do pessoal da parte da cauda, Libby responde: "EU TENHO dificuldade pra confiar". Na legenda consta: "NÓS TEMOS problemas de confiança". O áudio transfere a desconfiança somente para Libby, mas são todos assim (os da cauda), não pelo fato de serem desconfiados por natureza, mas porque os horrores que passaram pelas mãos dos "Outros" os deixaram daquela forma enquanto estavam na ilha. É a velha dublagem em áudio deixando algum personagem bem negativo.
LEGENDA VS. DUBLAGEM 64 – Quando Eko se apresenta a James, dizendo seu nome, este responde “Eko de ecologia?”. Enquanto assistia a esse episódio, a primeira coisa que eu pensei quando Eko disse seu nome foi a mesma piada que James fez. Se fosse outro que tivesse dito isso eu ficaria calado, porém, quem disse foi James. Sabemos como ele é debochado e dizer “Eko de ecologia” soa muito infantil, o que não é a cara dele. Na legenda consta “É como o cavalo, mister Ed?”. Ele disse isso se referindo a um personagem que só os americanos conhecem, ou seja, está mostrando a cultura americana. Trata-se de um cavalo que falava em uma séria televisiva dos anos 60 (essa parte peguei do site). Concordo que se colocassem isso na dublagem nós não entenderíamos, todavia, deveriam pelo menos ter colocado algo melhor do que uma frase tão infantil e sem graça como "Eko de ecologia". Não parece ser "Sawyer" quem falou. Tem mais a cara de Hugo ou Charlie.
LEGENDA VS. DUBLAGEM 65 – Hugo diz a Sun que seu cachorro certa vez comeu um dólar e 39 centavos. Na legenda diz 35 centavos. OK! Essa diferença é insignificante. Mas qual a diferença de 35 para 39? Quase não há, então porque não põem a tradução correta? Poderíamos deduzir que eles puseram isso porque no nosso país não tem 39 centavos físico, mas sim, virtual, contudo, Hugo falou em dólares, portanto, é compreensível os 39, não acham? E olha que não há desculpa pela leitura labial, pois “Five” e “Nine” têm o mesmo movimento labial.
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