PÁGINA 11: ADMINISTRAÇÃO 56 – Muitas pessoas na ilha já viam em Jack um líder. Para Dexter havia uma segurança espontânea na forma como agia que impunha respeito. Dexter sentiu o lampejo de alguma emoção que não conseguiu identificar. Ansiedade? Inveja? Rancor? Dexter é outro dos sobreviventes citado somente no livro. Seja série, seja livro, sempre haverá aquelas pessoas que já despontam realmente como líder e que os outros veem nelas o ar de liderança. Isso de certa forma já nasce com a pessoa, só é preciso surgir o momento para mostrar sua capacidade.
PÁGINA 15: SOCIOLOGIA 93 – SER O QUE NÃO É. Na adolescência, Dexter era desprezado pelos colegas. A pobreza e a tia gorda, Paula, incentivavam o desprezo dos colegas. Enquanto estava no supermercado com a tia, seus colegas apareceram. Dexter, querendo demonstrar ser bem "moderno", procurou uma camisa bem "estilosa" para não parecer estar em companhia da tia e para não parecer para a turma ser um "zé mané". Em outras palavras, muitos se preocupam e procuram ser alguém que não é só para ser aceito no grupo. Trata-se de pessoas fracas que deveriam ser elas mesmas em vez de copiar as outras para ser aceito por elas. Para conseguir sucesso na vida é melhor ser autêntico em vez de interpretar o que não é só para satisfazer os outros ou para conseguir um emprego, um amigo, uma namorada, etc. Se você encenar algo que não é para conseguir o que se almeja, pode ter certeza que a pessoa ou pessoas que você quis convencer (para não dizer: interpretar um personagem) perceberá com o tempo o seu verdadeiro “eu”.
PÁGINA 11: NÚMEROS 43 e CURIOSIDADE 216 – Dexter passou a contar os sobreviventes que conseguia ver, estava no 15º ou 16º quando viu um homem de calças pretas e camiseta branca. Como eu havia comentado na Introdução, os Números são bastante utilizados na série, mas nem todas às vezes que eles são ditos ou aparecem eu vou exibi-los aqui, até porque, há casos que não traz importância nenhuma para a história. Esse caso aqui é um bom exemplo, pois destacar uma contagem de pessoas até parar em alguém que lhe chamou atenção não influi nem contribui em nada. Eu só destaquei essa citação para mostrar que mesmo no livro os números já eram utilizados, pois Identidade Secreta foi escrito durante o início da 2ª Temporada. É o mesmo caso da Curiosidade a ser observada. Sabemos que as representações das cores branca e preta terão um sentido "mitológico" muito interessante a partir do fim da 5ª Temporada. Tudo bem que médico veste camisa branca e geralmente em viagens utiliza-se calça preta (não que seja regra, mas podem observar que a maioria dos homens usa essa cor sem nem perceberem), mas não deixa de ser coincidência destacar tais cores, coisa que jamais perceberíamos se não lesse o livro, já que assistindo, tal detalhe passa despercebido. Isso mostra mais uma vez que as ligações de LOST em todas as temporadas são bem visíveis. Aliás, Dexter parou de contar o 15 ou 16 exatamente em Jack.
PÁGINA 11: CURIOSIDADE 217 – Dexter relata que seu primo, Jay, acha que dinheiro compra tudo e que dinheiro não é problema para ele. Da mesma forma que comentei acima (C. 185), LOST tem a tendência de fazer algum tipo de ligação com outras temporadas. Essa frase dita por Jay é a mesma que Penélope dizia, obstinada em encontrar Desmond (3ª temporada). Não parece que LOST era escrita de qualquer jeito, pois assim como no comentário anterior, nesse e no seguinte, demonstra haver ligações. Das duas uma: ou a serie estava com roteiro pronto desde o começo até o limite que eles já sabiam, a 6ª Temporada, ou os autores têm uma filosofia de pensamento, aqueles tipos de frases que todos nós carregamos com nossas convicções e que querem passar aos telespectadores. Como eu também escrevo livros, sei como funciona a coisa, pois temos a tendência de repetir bordões que costumamos carregar durante a vida, o que pode responder o fato de repetir frases no decorrer da série.
PÁGINA 12: CURIOSIDADE 218 – Jack diz a Dexter: "Tenho certeza de que o resgate está a caminho. Agora tente dormir um pouco". Mais uma das frases bem trabalhadas na série. Essa foi a frase dita por Eko a Bernard no outro lado da ilha. Eu nem duvido que tais frases tenham sido ditas no mesmo momento, já que a hora em que foram ditas foi após o acidente, pois a história de Dexter começa logo após a queda, diferente de Sinais de Vida, em que narra a história de Jeff. O outro livro já começa pelo meio da primeira temporada.
PÁGINA 14: NÚMEROS 44 – Tia Paula recebe um desconto de 15 centavos. Conforme falei no Números anterior, o 46, essa enumeração é mais insignificante ainda do que o anterior. Destaquei aqui porque, como também comentei no anterior, faz parte do livro e serve para mostrar que ele não está longe do ideal da narração da série.
PÁGINA 19: PSICOLOGIA 52 – Quando sentimos dores, elas superam até a fome e a sede. Quando Dexter se recobrava dos ferimentos sofridos após a queda do avião, foi beber um pouco da água. Só depois que bebeu a água foi que percebeu que tinha sede e fome, mesmo quando a água não se encontrava em temperatura ideal para beber: "Estava morna, mesmo assim ele bebeu. Aquilo fez sua cabeça desanuviar um pouco e ao mesmo tempo fez seu estômago roncar e se agitar em espasmos de fome”. Este caso é idêntico ao do 4º episódio (Psicologia 4), quando falo da Hierarquia das Necessidades de Maslow (ver Sociologia 7 (Ep. 3) e 30 (Ep. 9), referentes ao mesmo assunto). Foi uma aula pura de Maslow aí. Literalmente.
PÁGINA 20: PSICOLOGIA 53 – Quando não se tem aquilo que desejamos, o que seria insignificante para nós algum dia se torna importante. "Na noite anterior, a simples ideia de uma refeição de avião fria e gordurosa o deixara enjoado. Agora, no entanto, parecia totalmente sedutora. Era engraçado, ele pensou, com que rapidez uma mudança de circunstância podia levar a uma mudança de perspectiva”. Poder-se-ia ser colocado aqui a diferença entre um rico que despreza comida e um pobre que nada tem e que aquela comida dispensada pelo rico seria um maná para o pobre, mas o que está sendo colocado aqui, como bem disse Dexter, é a mudança de circunstância levando a mudança de perspectiva, frase típica para quem estuda administração. Determinado alimento (como é exemplificado aqui) não lhe agrada, todavia, só existirá aquela comida e por certo tempo; e você sentirá fome. Na hora da fome e na falta de comida, com certeza aquele alimento que deveria ser desprezado ganhará um novo sabor aos seus olhos. Nem precisa muito de psicologia para explicar isso. Quando se está com muita fome, qualquer comida será desejada por qualquer um. Que o digam as pessoas que moram nas ruas.
PÁGINA 20: CULTURA 16 – Jin oferecia uma espécie de sushi. Quase ninguém aceitou e talvez, não se sabe, para a cultura coreana ou do próprio Jin mesmo, não aceitar seria insulto. Como bem narrava Dexter: "o homem (Jin) falou de novo, parecendo frustrado". Assim como uma pessoa deve pesquisar a cultura de um lugar antes de ir até tal lugar, também se deve levar em conta a região onde você se encontra, pois a cultura não é sua, ou seja, você não sabe como as pessoas vivem naquele lugar, mesmo que as pessoas que estejam nessa região sejam novatas também como você. A ilha não era lar de ninguém, porém, Jin e Sun era minoria de uma cultura naquele momento, diferente das outras existentes ali. Ele não deveria se aborrecer por alguém não aceitar algo que ofereceu, principalmente quando somente ele e sua esposa falam uma língua e que não tinha como passar informações entre culturas devido o idioma, ou seja, “trocar figurinhas” sobre a cultura de cada terra natal dos sobreviventes ali presentes. Para Jin, ele deveria deixar as coisas acontecerem, e não, já de imediato, mostrar como funciona sua cultura. Se bem que de certa forma ele realmente evitou os outros se isolando com Sun no início.
PÁGINA 20: PSICOLOGIA 54 – Ainda continuando o comentário anterior, Dexter sentiu um calafrio. Por mais faminto que estivesse, ainda não estava com tanta fome. Na verdade, ele tinha quase certeza de que preferia comer a areia sob seus pés a colocar aquela coisa gosmenta na boca. Que a fome faz você desejar aquela comida gordurosa e fria que não queria é certo, porém, nem tudo convém (ver comentário anterior). Quando Dexter viu aquela carne crua e gosmenta, ou seja, o que tiver disponível, ele percebeu que nem tudo substitui a fome.
PÁG. 30: PSICOLOGIA 55 – A tia Paula simulou uma queda no supermercado e ganhou uma "gorda" indenização. "Dexter queria perguntar o valor, mas se conteve. Não queria dar à tia a satisfação da sua curiosidade. Isso apenas reforçaria sua sensação de sucesso". Isso é fato e verdade. Se você desaprova uma atitude, é recomendável não perguntar quanto e como a pessoa conseguiu, não demonstrando curiosidade, pois o melhor mesmo é ignorar e reprovar para mostrar que é contra tal atitude.
PÁGINA 31: SOCIOLOGIA 94 – Continuando o comentário anterior, "Dexter odiou ainda mais as pontadas de inveja que sentiu ao pensar em tanto dinheiro. Era fácil condená-la do seu pedestal, mas ele seria mesmo melhor do que ela? Ou apenas covarde demais para ir à luta como ela fazia?". Dexter detestava a tia e seus trambiques. Será que, como no caso de Dexter, odiamos atitudes de algumas pessoas, mas em nosso íntimo a raiva é por não termos coragem de fazer o mesmo, especialmente quando é algo que consideramos errado? Pode até ser que certas raivas que temos de algumas pessoas seja por causa disso, ou pelo fato de fazerem aquilo que não temos coragem de fazer, ou porque aquelas pessoas cometem falhas iguais às nossas e quando nos irrita é uma forma de se revoltar contra nós mesmos, mas que não percebemos aquilo que está incutido em nós mesmos.
PÁGINA 32: PSICOLOGIA 56 – Ainda referente aos comentários anteriores, não há nada que atormente mais a mente de alguém do que um dilema entre moral ou oportunidade. "Dexter não queria tirar proveito do dinheiro das trapaças da tia. Mais do que isso, não queria que a tia pensasse que ele aprovava a forma como ela ganhava a vida ou concordava com as coisas que fazia". “Não queria”, implica dizer que estava aceitando o que pouco tempo depois aconteceu também com ele. Para Dexter isso seria falta de ética, de moral, mas não foi ele quem praticou isso, por isso o dilema de aproveitar a oportunidade, deixando-o com a mente culpada como se fosse cúmplice ou de desaprovar para não se sentir parte daquele ato. Qual seria sua atitude? É fácil dizer que não aprova, mas na hora em que acontecer isso, não saberemos nossa verdadeira reação.
PÁGINA 37: PSICOLOGIA 57 – Dexter procurava sua namorada Daisy pela selva da ilha, mas não achava. Mesmo procurando "ele se sentia culpado por achar que não estava fazendo o bastante para encontrá-la". A mente prega muitas coisas em nós que deixam abaladas até nossas convicções. Muitas vezes temos dúvidas se realmente gostamos de tal pessoa ou de ser para nós tão importante quanto pensamos ser, se temos consideração devido certas situações. Essa dúvida pairou na mente de Dexter, ele nem lembrava se ela estava no voo, portanto, se achava que não, nem deveria se sentir culpado ou achar que nutria pouco sentimento por ela. Em contrapartida, mesmo achando que talvez ela não estivesse ali, era como se pelo menos ele evitasse esquecê-la. Mas será que poderia ser verdade? Se você não se esforça por alguém é porque não gosta tanto assim ou será que está fazendo muito e não se contenta por não obter sucesso achando que falhará com a pessoa? Nesse caso só um real diálogo com um psicólogo para tentar descobrir uma possível verdade. Se observarmos bem, esse caso se repetiu com o outro sobrevivente narrado no outro livro: Sinais de Vida. Para finalizar, a expressão “não estava fazendo bastante” é o mesmo bordão que é muito utilizado para e por Jack.
Nenhum comentário:
Postar um comentário