PÁGINA 95: MISTÉRIO 35 e PSICOLOGIA 59 – "Dexter sentiu que Locke estava olhando através dos seus olhos, para dentro da sua mente e do seu coração, vendo alguma coisa que talvez nem ele próprio fosse capaz de enxergar. Sentia uma sensação estranha". Não somente com as pessoas, mas até a Ilha, John via "além do alcance" e parecia entendê-la. O pior é que sabemos quando determinadas pessoas nos olham fixamente, como se estivesse analisando nosso íntimo, e isso incomoda. Parece que John Locke vê coisas na Ilha que os outros não conseguem ver, mas ver além das pessoas é mais estranho ainda. Poderíamos dizer que ele é um daqueles tipos de pessoas, que como eu, consegue ver o interior das pessoas só pelo olhar que elas transmitem, que sabe quando alguém esconde algo ou está mentindo, que vê do que uma pessoa é capaz a tal ponto de nem a pessoa saber do que é capaz de fazer. Todavia, ao lermos esse trecho "... sentiu uma sensação estranha", faz com que vejamos que há algo diferente em John que até a pessoa observada por ele sinta algo próximo de um calafrio, e isso não é normal.
PÁGINA 98: PSICOLOGIA 60 – Às vezes, é preciso que alguém diga aquilo que está estampado em nossa face ou "visível" em nossa mente para nos convencermos do óbvio. Boone diz a Dexter: "Você não parece estar tão angustiado, cara. Pense bem, você não tem parecido tão preocupado em encontrar sua namorada esse tempo todo. Eu notei desde o começo, mas achei que era efeito da desidratação, então deixei passar...". Dexter responde: "É, eu sei". Assim que ouviu as palavras saindo da boca de Boone, Dexter percebeu que era verdade. Durante todo aquele tempo, era quase como se encontrar Daisy fosse algo que tivesse de se esforçar para lembrar. A verdade acabara de se encaixar em sua cabeça, outra lembrança vinda do nada: “Eu nem tenho mais certeza se ela estava no avião. Nós tivemos uma briga feia em Sydney e eu não a vi quando embarquei". Esse trecho responde o comentário da página 37. Dexter sentia que não estava procurando sua namorada tanto como deveria. De início parecia até para ele mesmo que não nutria muito sentimento por ela, mas aí se percebe que o trauma do acidente de avião o deixou na dúvida se ela havia embarcado ou não no voo 815. Mesmo assim, não impede de se observar que ele chegou a duvidar do que sentia por Daisy. Se sentisse tanto amor, não deveria haver dúvidas. São esses tipos de pensamentos que atrapalha muito as convicções que temos a respeito de algum assunto, como amizade, namoro, emprego, dentre outros temas.
PÁGINA 110: PSICOLOGIA 61 – Enquanto procurava pelo possível corpo de Daisy na fuselagem do avião, Dexter deu de cara com Sawyer. Este foi logo perguntando: "Jack te mandou para me espionar, não é mesmo? Pode dizer para o doutor que eu voltei para pegar mais, se quiser. Eu tenho tanto direito a essas coisas quanto ele". Dois homens em pé de guerra que ficam na paranoia de que um espiona o outro. A visão de Sawyer é o consumismo, especialmente para negociar; Jack é por necessidade, especialmente ajudar. Parece que eles são duas pessoas distintas, porém, nos episódios finais da 1ª e na 2ª e 3ª Temporada, veremos que um complementa o outro, pois Jack tem a civilização que Sawyer procura, mas evita, e este têm o sarcasmo e boa vida que Jack procura, mas evita. E mesmo assim, ambos já praticaram aquilo que evitaram.
PÁGINA 112: CURIOSIDADE 221 – Como se quisesse justificar os trambiques que aprontavam, Tia Paula diz a Dexter: "Você tem que fazer o que tem que fazer". Um livro que havia sido publicado ainda no começo de LOST, mas já se utilizava frases que só irão aparecer a partir da 5ª Temporada. Tem o mesmo sentido de "O que está feito está feito". Obs.: também é dito na 1ª temporada com Christian Shephard para seu filho.
PÁGINA 113: PSICOLOGIA 62 – Quando Dexter vai jantar na casa da namorada, ele começa a pensar a respeito da apresentação à família dela: "Será que pensariam que ele não era bom o bastante para sua filha?". Mais uma frase bem trabalhada na série. Aconteceu com Jack, Desmond e Jin. Observem como realmente uma pessoa passa toda a sua vida se achando incapaz pelo fato de todas as pessoas de seu convívio não o acharem capaz de fazer nada. O pior é que são as pessoas de casa as que mais o deixam pra baixo. O fato de sofrer bullying no colégio é culpa de seus próprios parentes que o fazem agir no colégio como age em casa, mais precisamente, não agindo, sendo um incapaz, um antissocial. Ele já estava carregando esse pensamento negativo para a casa de pessoas que nem ainda o conheciam, tudo por culpa da educação que (não) recebeu em casa. O pior (de novo) é que esse caso não é raro de acontecer. Em muitos lares existem pessoas que não seguem adiante nos estudos até conseguir determinada profissão porque os parentes não dão apoio, não acham que determinada pessoa tenha aquela capacidade pelo que conhecem dele, quando na verdade eles quem moldaram o caráter da pessoa conforme a visão deles, sem conhecer a real capacidade da pessoa fora de casa.
PÁGINA 126: MISTÉRIO 36 e PSICOLOGIA 63 – "Dexter viu seu outro eu fazer um movimento brusco na sua direção. Ele recuou, consciente de que a outra versão dele mesmo estava avançando para matar, planejando engoli-lo e tomar o seu lugar." Dexter mentiu para Daisy criando um outro Dexter de família nobre e rica só para tê-la em seus braços. Com o acidente aéreo na Ilha, ele se esqueceu dos últimos momentos antes de embarcar no voo 815 da Oceanic. Então, passou a ver outro Dexter na ilha. Seria mesmo sua segunda personalidade criada querendo ganhar vida e tomar as rédeas da situação ou ele estava tendo visões de algo que criou na cidade e não se lembrava dos últimos acontecimentos no aeroporto porque sua mente estacionou no tempo por causa da queda da Oceanic? Isso mostra como é perigoso brincar até mesmo com a própria mente. Por mais que se criem situações, a mente pode ter reações que você menos espera e tentar criar um mundo irreal. O Mistério fica por conta dessa aparição. Na 2ª Temporada vemos esse mesmo caso acontecendo com Hugo, lutando contra a segunda personalidade que ele também criou fora da ilha, no sanatório: o Dave. Mas aí vem a questão: depois que todas as temporadas são assistidas, ficamos sabendo sobre um determinado personagem de LOST que enganou muita gente se passando por outras pessoas. Será que tanto o segundo "eu" de Dexter como o Dave de Hugo não poderia se tratar dessa pessoa? Para melhor entendimento sobre isso, leia o comentário sobre Hugo no episódio "Dave" da 2ª Temporada.
PÁGINA 136: ADMINISTRAÇÃO 59 – George, outro sobrevivente não visto na série, mas citado no livro, "se compromete desde o primeiro dia a reunir toda a bagagem que pudesse encontrar e também se mantinha ocupado fazendo buscas na mata e em locais afastados da praia", portanto, mais um personagem que buscou uma função na ilha. É uma forma também de o livro mostrar que apesar do elenco principal atuar, outros sobreviventes também colaboravam em algo na ilha.
PÁGINA 154: CURIOSIDADE 222 – "Agora que os dois mundos de Dexter haviam se chocado". Esse trecho se refere ao momento em que Daisy descobre a verdade sobre Dexter. O Dexter verdadeiro e o que ele criou (rico) se chocaram na hora da revelação e ele acabou perdendo sua namorada porque a verdade se chocou com a mentira. A curiosidade desse trecho não está na segunda personalidade criada por Dexter na Ilha, apesar de ter se originado ainda na cidade, mas porque tal trecho, e de certa forma a história dele no geral, fazem uma alusão ao que virá somente na última temporada: o mundo paralelo. Mesmo ainda no começo da série, já se cogitava um mundo paralelo até o momento em que os dois mundos se chocam (os últimos episódios da última temporada).
PÁGINA 157: SOCIOLOGIA 99 – Kate diz a Dexter que precisa conversar umas "coisas" com Jack. Ela está se referindo a contar sobre ela ser a "dona" das algemas. Ele a aconselha a "criar o momento de falar, pois pode ser que Jack não entenda. - Mas tudo o que você pode fazer é tentar. Eu gostaria de ter me esforçado um pouco mais para falar com Daisy". Nada como uma pessoa que passou por situações parecidas e que aprendeu com os próprios erros para dar o conselho certo, mostrando que a experiência vale muito.
PÁGINA 157: MISTÉRIO 37 – Já comentado antes, mas só para constar na opinião de mais um sobrevivente. Kate diz a Dexter: "Todos têm segredos, sabe? De certa forma, estar aqui é um recomeço para todos nós. Uma nova chance". É! Parece que o ponto de vista sobre a Ilha dar uma segunda chance a todos vale para todos nós, inclusive para muitos sobreviventes da Oceanic. Será que a Ilha faz isso mesmo? E se faz, por que faz? Interessante notar que quem está dizendo isso é Kate, a pessoa que mais ouviu sobre uma segunda chance, falado pelos outros ao seu redor.
PÁGINA 159: FILOSOFIA 25 – Dexter se acostumou a construir uma vida de mentiras. Na ilha ele não conseguiu se lembrar se Daisy estava no avião. "Tudo que eu possa fazer seja continuar buscando a verdade, doa a quem doer". Dexter entrou em um mundo de mentiras. Por ironia, acabou na ilha, não conseguindo mais encontrar a verdade, sendo sufocado por aquilo que ele acabou construindo em sua vida: mentiras.
FIM - do livro.
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