sexta-feira, 14 de agosto de 2020

LIVRO: IDENTIDADE SECRETA - Parte 2 de 3.

 PÁGINA 46: CURIOSIDADE 219 – Se referindo aos estudantes da faculdade (já que Dexter era muito humilhado no colégio) ele diz que ali tudo aconteceu diferente. Ele diz que agora é um deles e cita isso duas vezes durante todo o livro. Observem que, como comentado em Curiosidades 185, 186 e 187, sempre existe ligações entre as temporadas de LOST. “Um deles” se referia aos “outros”. Inclusive um dos títulos de um episódio da 2ª Temporada e também similar na 3ª Temporada é "Um deles".

PÁGINA 51: CURIOSIDADE 220 – Mesmo caso do comentário anterior. Claire diz a Dexter referente à gravidez: "Ás vezes sinto que prefiro acabar logo com isso tudo". Outra das frases muito trabalhada em toda a série. Muitos falam isso várias vezes, como Jack, Ana Lucia, dentre outras pessoas, demonstrando como sempre as ligações entre temporadas. Às vezes dá a impressão que tem duplo sentido tal frase, como se também se referisse a acabar logo a série, já que muitas pessoas se queixavam da complicação do enredo, atrapalhando a compreensão dos telespectadores e trazendo mais dúvidas a cada temporada.

PÁGINA 52: SOCIOLOGIA 95:

        "Em volta deles (Claire e Dexter) havia a agitação ruidosa do começo do dia na praia, que já estava se tornando familiar depois de apenas alguns dias". Esse trecho já diz tudo. Se você convive muito tempo em algum local, por mais que não goste, se familiariza com ele. Poder-se-ia ser colocado aqui também o famoso “ficar” de hoje em dia que comentei no PSICOLOGIA 16 do episódio 13, pois você pode se acostumar com o lugar, mas nada substitui seu verdadeiro lar. O risco de adaptação é grande, pois se você se acostuma com o lugar, ficará meio que dependente dele e poderá não querer mais se livrar dali. Assim como parábola da rã ao ser colocada em uma panela com água quente e saltando dali instantaneamente, se a mesma for colocada numa panela que ainda será esquentada, o anfíbio não perceberá a temperatura da água se elevando e correrá sério risco de morrer cozinhada. Adaptação.

PÁGINA 61: PSICOLOGIA 58 – DE TANTO OUVIR FALAR QUE É INCAPAZ, INCLUSIVE DENTRO DE CASA, VOCÊ ACHA QUE REALMENTE É. Assim como a mãe e tia de Dexter o deixava parecer um incapaz, um idiota, bem como sua turma do colégio lhe deixava para baixo, Dexter passou a se achar inferior: "Juntas, aquelas mulheres (a tia e a mãe) tinham passado a vida fazendo Dexter acreditar que não merecia nada melhor do que tinha. O triste da história era o quão completamente ele havia acreditado". Muitas pessoas podem te achar inferior, porém, quando você muda de ambiente verá que não é tão incapaz quanto pensava. Foi o que aconteceu com Dexter. Quando ele chegou à universidade, um colega, Lance, o cumprimentou. “Ele queria ser seu amigo, então, Dexter não podia ser tão idiota. Talvez as pessoas em casa - Tia Paula, o pessoal da escola - estivessem enganados a seu respeito todos esses anos”. Há um sério problema nos lares. Como você convive com as mesmas pessoas por quase toda a vida, todos se conhecem bem. Porém, o conhecimento está somente em casa, pois fora pode ser diferente, por isso, quando alguém tenta ser um empreendedor, por exemplo, com certeza irá encontrar dificuldades na nova empreitada devido à falta de incentivo dentro de sua própria casa por acharem que ele é incapaz e que não conseguirá se virar sozinho. O curioso é que não importa o que você faça, dentro de sua própria casa existirá uma mentalidade direciona sempre ao “Ele é assim”. Como assim? Exemplo: os seus de sua casa sempre o veem como uma pessoa que não tem capacidade para seguir adiante nas empreitadas, portanto, se uma pessoa de fora diz a seus parentes que você é irritado, os parentes vão concordar e dizer que você é realmente irritado. Se alguém diz que você é calmo, seus parentes vão concordar e dizer que você é realmente calmo. Ué? Como pode ser uma coisa e outra contrária??? Se dizem que você se comunica bem, os parentes vão concordar que realmente é assim. Se dizem que se atrapalha na comunicação, idem. Enfim, a opinião dos de sua casa sempre tende a achar que os de fora enxergam aquilo que os de casa acham que veem em você. Geralmente para contrariar o parente e mostrar que ele está errado e o outro certo. Lógico que isso não acontece em toda família, mas existem muitos casos de concordância de dentro segundo a opinião de fora. Por isso que o caso de Dexter aqui se encaixa bem com o assunto. Já em se tratando de desprezo como no caso desse personagem, referente aos colegas do colégio, é outro fator que muito deprime uma pessoa. Quem é debochado por colegas por causa de supostas incapacidades, pouca inteligência ou defeitos físicos (bullying), tem a tendência de se deprimir a tal ponto de pensar até mesmo em suicídio ou coisa parecida, mesmo que não cometa, mas chega a pensar nisso. Quando se muda de ambiente você encontrará pessoas que não te conhece e terá uma nova vida pela frente, a qual, certas opiniões a respeito de si mesmo poderão ter conceitos totalmente diferentes. É nesse momento que pode ser percebido que nem tudo é como se pensa. Observe as palavras de Dexter ao dizer que talvez as pessoas de casa estivessem enganadas a seu respeito. No momento em que ele pensa isso demonstra que o próprio se considerava um “zero à esquerda” não por achar que fosse isso, mas de tanto ouvir todos falarem, especialmente as pessoas de sua própria casa. Ele acreditou. Só depois que mudou de ambiente, mais precisamente saiu de casa, foi que percebeu que estava errado sobre si mesmo.

PÁGINA 81: ADMINISTRAÇÃO 57 – TEM QUE SE PREPARAR PARA A ÉPOCA DE VACAS MAGRAS. Muitas empresas só percebem que estão com problemas quando já é tarde para resolver o que estava errado. Dexter, Boone e Shannon ficaram comendo à vontade e só quando a comida ficou escassa é que perceberam a pouca quantidade existente. "Assim que a chuva parou, poucos minutos antes, os três perceberam que estavam com fome e saíram à procura de comida, apenas para descobrir que o racionamento era sério e que já tinha começado". É o mesmo caso de um racionamento de água em uma cidade. Por mais que os cidadãos sejam avisados, eles não levam a sério até que a região entra em racionamento definitivo, faltando água em uns dias e tendo em outros. É nesse momento que se aprende a “raciocinar e racionar” água e foi assim que o trio exemplificado aqui aprendeu. Para as empresas, dito no início, aqueles que não administram bem seu patrimônio só perceberão que algo não anda bem quando a “falta” vir e não houver reposição de estoque, manutenção de equipamento, falta de negociação etc.

PÁGINA 81: SOCIOLOGIA 96 – É ERRADO NÃO AJUDAR OU SOU OBRIGADO A COLABORAR? As pessoas negativas devem ser evitadas para que não contagie o grupo. Boone reclamou com Shannon porque ela vive reclamando de tudo. Ele disse: "Em vez de reclamar por que não faz alguma coisa? - Ela colocou as mãos sobre os quadris e olhou fixamente para ele. - Tipo o quê? Pedir uma pizza?". A resposta dela mostra que não importa a situação, está em sua índole ter um temperamento não agradável. Mas aí pensamos que as pessoas podem mudar suas atitudes com as lições da vida. A situação dos sobreviventes era propícia para isso, pois teriam de aprender a viver em grupo. Contudo, nem todos mudam e Shannon é esse exemplo que veremos em episódios mais à frente, mostrando o egoísmo dela e o fato de não querer ajuda dos outros. Interessante também é analisar sua grossa resposta, pois se todos estão numa ilha sem ter o que fazer, o “pedir uma pizza” é como se dissesse: “Não estamos na cidade”, portanto, não se tem o que fazer. Em contrapartida, se pensa: estão todos tentando sobreviver, então deveria cada uma fazer sua parte para ajudar a todos. Mas em resposta a isso, poder-se-ia pensar: “mas eu não quero ajudar ninguém. Para quê? Sobrevivo no meu canto enquanto espero o resgate. Qual o erro de não fazer parte da colaboração? Não sou obrigado a fazer parte do grupo, não existe uma regra ou acordo nenhum”. Contudo... e se um dia precisar dos outros? É justo pedir ajuda? São perguntas e situações que nos fazem pensar o que é certo fazer ou o que não é obrigado fazer. É certo que não somos obrigados a fazer parte de grupos nem nos sentirmos obrigados a ninguém, mas sempre sentiremos um pouco de culpa por não fazermos parte na colaboração com os outros. Aí vem a pergunta novamente, “E eu devo a alguém”?

PÁGINA 83: ADMINISTRAÇÃO 58 e SOCIOLOGIA 97 – Muito tempo em um lugar, faz com que você em algum momento fique entediado. Kate não quis ir para as cavernas mesmo sabendo que Jack havia ido. Ela preferia a praia, porém, disse a Dexter quando estavam indo caçar frutas e água na floresta: "Até que seria bom ficar longe desta praia por algum tempo". Quando o tédio foi tomando conta de todos, chegou um momento que Hugo resolveu criar um campo de golfe para servir de distração contra o tédio. Deu certo. Parece que a sociabilidade aumentou entre os sobreviventes. O mesmo pode ser dito nas empresas. Deve haver um momento de descontração seja lá qual for, para que haja mais produtividade e desempenho não somente entre empregados, mas também na diretoria.

PÁGINA 89: SOCIOLOGIA 98 e NÚMEROS 45 – EXAGERANDO NAS “ARMAS” DA CONQUISTA. Até quando vale a pena ser alguém que não é só para estar com quem ama? Dexter "havia evaporado a maior parte do dinheiro que sua tia havia mandado, além do seu salário do emprego de meio período na tesouraria, com as contas do restaurante caro, quando levava Daisy para lá, fingindo ser rico. Aquela história de ter uma namorada acostumada ao bom e ao melhor estava se mostrando muito mais cara do que ele ousara imaginar". Vejam só o trecho que diz “ter uma namorada acostumada ao bom e ao melhor”. Muitos casamentos ou mesmo namoros ficam desgastados porque o homem, ou até mesmo a mulher, gastam todos os seus “cartuchos” para encantar a pessoa amada em pouco tempo. Com isso vem dois problemas: um é esse costume comentado, que faz com que a pessoa amada sempre espere do melhor de seu parceiro e quando não faz começa a achar que a pessoa está perdendo o interesse. A pessoa que quer encantar a outra sempre fará algo melhor que antes e isso custará cada vez mais caro. O outro problema é com o passar do tempo, pois como dito no início, gastar todos os “cartuchos” do romantismo de uma vez esconde a pessoa verdadeira que você é, ou seja, todo mundo tem defeito e isso se descobre com o convívio. Quem quer conquistar alguém é claro que mostrará o melhor de si, contudo, procurar fazer sempre o melhor e mais caro não mostrará que você pode ter qualidades negativas. No dia em que suas “armas” de conquista se esgotar e você começar a mostrar o outro lado seu, a pessoa não irá gostar e daí começarão os conflitos. O melhor jeito de conquistar uma pessoa é mostrar quem você é sem ter que encantar demais. Uma simples rosa pode ser um ato muito mais romântico do que um glamoroso e belo jantar à luz do luar ou velas num caro restaurante. Quanto ao NÚMEROS, Dexter e Daisy vão jantar na mesa 42.

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