NÚMEROS 35 – John atende uma cliente (sem saber que é sua mãe) e a guia para o corredor 8, na loja de brinquedos, indo para o corredor 15.
LEGENDA VS. DUBLAGEM 34 – Anthony Cooper diz a John que tentou casar umas 2 vezes, mas na legenda diz "algumas vezes", não limitando exatamente em 2, pode ser mais que isso, fazendo-nos interpretar que ele não era bom para companhia nem com as mulheres. Esse lado negativo do personagem foi omitido pelo áudio.
LEGENDA VS. DUBLAGEM 35 – POR QUE NÃO DOMINGO? Cooper pergunta a John o que ele vai fazer no sábado, mas a legenda diz "domingo". Por que não ser fiel à legenda? Se levar em conta a cultura brasileira, o dia de descanso e lazer é nos domingos, já que no sábado ainda se estende as jornadas de trabalho. Traduzir o dia errado também pode atrapalhar no entendimento da cronologia da série.
PSICOLOGIA 24 – SONHOS. AVISO DIVINO, SOBRENATURAL OU OUTRA COISA? O FANTÁSTICO MUNDO DO CÉREBRO. John Locke sonhou com a queda do bimotor que contém as drogas e em seguida aparece Boone ensanguentado, citando uma frase dita pela sua antiga babá quando ele era pequeno. No dia seguinte JL disse ao jovem o sonho e este respondeu: "Talvez eu tenha falado sozinho (o nome de Teresa) (...) o fato de termos sofrido um acidente... (queda do avião)". Boone usou um pouco de lógica, pois ele pode ter dito o nome da babá alguma vez sem perceber, aí, ficou registrado no cérebro de John o nome dela, e com o acidente do Oceanic 815 que esses sobreviventes sofreram há poucos dias, misturou tudo em seu sonho. Sabemos que essa ilha é cheia de mistérios e que esses sonhos podem ter um significado entre o sobrenatural ao religioso em se tratando de LOST, mas a explicação de Boone em que disse que John pode tê-lo ouvido falar o nome de Teresa tem 95% de fundamento (não é um dado científico. É suposição minha. Não leve o número a sério), não referente à história deles, mas ao que acontece com todos nós. Muitas pessoas quando têm sonhos estranhos acham que é alguma resposta espiritual ou sobrenatural. Acham que podem ser avisos, ou pior, acham que possam ser recados de Deus ou algum prenúncio catastrófico prestes a acontecer. Vou citar exemplos hipotéticos e reais:
Maria vai passando de bicicleta pela rua e vê um sapo morto no chão. Ela tem alguém muito querido em sua vida. A lógica é que Maria vai sonhar bastante com seu amado devido pensar bastante nele. Quando vai dormir, sonha que seu amado foi atropelado em tal rua, tal hora e fica impressionada ao acordar logo após o sonho, achando que possa ser um aviso. O nosso cérebro é muito complexo e fantástico, pois guarda milhares de informações. A explicação que vou dar sobre isso não tem base científica, mas é por experiência minha e de outras pessoas que narram tais histórias de sonhos para mim, então, procuro arrancar informações delas para se chegar a uma conclusão. O nosso cérebro tem a incrível capacidade de guardar informações que até mesmo passam quase despercebidas por nós. Vejam o exemplo do sapo. Eu citei a bicicleta como meio de locomoção, por 3 motivos: 1) a pessoa passando a pé tem bastante tempo para perceber uma imagem ao seu redor. 2) Passando de carro não dá tempo de perceber pequenos detalhes no chão devido a velocidade. 3) Já de bicicleta, é uma velocidade média, ou seja, consegue perceber certas imagens, mas não as vê atentamente. Nesse 3º caso, uma pessoa pode “ver” um sapo morto no chão e nem se dar de conta do que viu, mas seu cérebro captou aquilo e naquele momento guardou aquela informação. Vai até soar estranho, mas ela viu… e não viu. Sua visão viu e não percebeu. O cérebro reteve a informação melhor do que a visão. Então, a pessoa vai dormir e como não vai lembrar-se do que viu por ter passado despercebido, mas que ficou contida em seu cérebro, a informação pode ser extraída no sonho, já que enquanto dormimos é a hora em que o inconsciente e/ou subconsciente mais atua: nos sonhos.
Uma breve explicação sobre o IN e o SUB. O Inconsciente armazena informações vividas que não pretendemos nem fazemos ideia que fora armazenada. Já o Subconsciente está entre o consciente e o inconsciente; entre a certeza de algo e a dúvida do “eu não fiz isso”, “não faz sentido”, “isso existe?”.
Voltando aos sonhos. Digamos que uma descarga no cérebro ocorre enquanto Maria dorme, e como a sonhadora gosta muito da alguém, a lógica é ela sonhar com tal pessoa, não acham? Essa descarga, que passo a chamar de “clarão”, traz de volta o momento em que a pessoa avistou o sapo morto, pois estava armazenado no In e/ou Sub… e ao voltar à tona bem na hora do sonho, acaba unindo o sapo morto com a pessoa querida que costuma sempre sonhar… resultado: sonha com a pessoa querida atropelada. Todas as imagens armazenadas ficam mescladas, por isso que o ambiente ao nosso redor nos sonhos tem imagens distorcidas, desfocadas, disformes. Então, Maria começa a achar que isso possa ser um aviso, quando na verdade não passa de informações do passado vindo à tona em um momento só.
Agora citarei exemplos mais reais. Conheço uma pessoa que não frequenta igrejas evangélicas, mas assiste a muitos programas de TV e de rádio com teor evangélico. Certa vez, ela ficou impressionada (e quem não fica?) quando passou um programa de rádio de uma determinada denominação, noticiando que tinham captado sons embaixo da terra enquanto garimpeiros estavam na parte mais profunda dos túneis. Eram gritos de horror, fogo e barulhos estranhos. Eles diziam que aquilo seria o inferno. Qualquer um se impressiona com isso e pode sonhar hoje, amanhã, daqui a alguns dias, semanas e até anos com o que viu e/ou ouviu anos atrás, pois a informação (que chocou mais ainda) ficou armazenada na memória com mais potência (igual a traumas) do que o caso do sapo, já que são fatos que nos deixa super impressionados. Agora… imagine quando a pessoa está ouvindo um caso desses em um rádio e adormece. A probabilidade de sonhar com isso torna-se altamente provável, pois você adormeceu durante a escuta do programa. A informação não está somente arquivada, ela está em atividade plena em seu cérebro. Foi o que aconteceu com essa pessoa que ouviu esse caso no programa de rádio. Sonhou com pessoas no inferno. Gente que até ela ficou surpresa em ver no inferno e que nunca imaginaria, estavam ali. Isso a fez imaginar que seria resposta divina. Fiquei surpreso ao ouvi-la afirmar que era uma resposta divina, pois ela é como eu: observa as coisas bem demais, costumando analisar tudo com clareza, mas quando se trata de algo religioso, parece que cega sua vista tão observadora. Não era tão óbvio que ela sonhou isso porque acabara de escutar há pouquíssimos minutos algo sobre tal assunto? Será que se não tivesse ouvido isso ela teria sonhado? É quase certo que não. Aliás, me arrisco a dizer com total certeza: NÃO! Pior do que isso… mesmo que a pessoa não sonhasse isso e passasse um, dois, três anos ou bem mais que isso, ainda assim estava arquivado na mente, logo, poderia sonhar passados muito tempo depois. Se sonhasse anos depois, é certo que ela nem se lembraria que tal sonho ocorreu porque havia ouvido em um programa de rádio anos atrás sobre o inferno, pois ficou armazenado em seu IN/SUB. Como não iria lembrar-se disso que aconteceu há tanto tempo, iria achar com certeza que era algo espiritual. É assim que surgem aquelas igrejas fundadas por homens que se dizem terem tido visões divinas, quando tudo pode não passar de meros retalhos armazenados durante toda sua vida e que ficou no IN/SUB. Se a pessoa não soubesse disso nem nunca tivesse ouvido nem visto em lugar nenhum, até poderia ser algo espiritual, ENTRETANTO, se atenha a outro detalhe: não é preciso você tomar conhecimento de algo. Se você cria algo em sua imaginação e que somente você mesmo sabe porque foi você quem criou, isso já passou a existir de verdade, mesmo que de fato não exista, mas na verdade, ganhou vida somente pra você. Sendo assim, deve-se investigar cada processo cognitivo de cada indivíduo, para assim evitar certos sensacionalismos, pois como disse, tudo o que nos acontece são de fragmentos do passado arquivados em nossa mente. Ela inclusive ficou chocada porque sonhou com certas pessoas que jamais imaginava ver no inferno, além daquelas que imaginava. Isso faz parte do processo também. Falando pelo linguajar nosso, “no fundo no fundo” ela desconfiava da índole de algumas pessoas e aquelas que se surpreendeu ver no inferno, talvez porque lá em seu íntimo imaginasse ela no inferno, só que nem ela desconfiava.
Muitas das coisas que ocorrem conosco podem não ter nada de espiritual, mas de retalhos guardados na memória. Querem uma prova disso e que irão concordar? Não há situações que reativem nossa memória melhor do que perfume, paladar e música. Há um perfume que nem sei qual é, nem sei se existe mais, porém, se passar perto de mim e eu sentir, levar-me-á instantaneamente a uma época de minha adolescência (ou infância, nem lembro mais), quando eu estava em um ginásio de esportes assistindo uma disputa de quadrilhas juninas. Aquele cheiro exótico do perfume de alguém e novo para meu olfato ficou marcado em minha memória. Se eu sentir tal odor, garanto que literalmente volto no tempo.
Outro exemplo, nesse caso referente ao paladar. Hoje em dia é raro vender refrigerante em garrafa de vidro, mas dá para perceber que quando depositado em material de vidro ou de plástico, o gosto é diferente para cada recipiente. Há pouco tempo, resolvi tomar um refrigerante que era vendido (raramente se encontra) em garrafa de vidro. Daí me veio à mente, assim que dei o primeiro gole, uma divertida reunião de Dia das Crianças que ocorreu em plena sala de aula. Eu fazia, na época, a 3ª série do Ensino Fundamental (acho). Houve disputa de "par ou ímpar" para ganhar mais cachorro quente com refrigerante. Eu ganhei escolhendo par e com mão fechada representando zero. Quando eu tomei o gole há pouco tempo, lembrei de todos os detalhes, até da quantidade de dedos que (não) coloquei, por isso que contei esse momento da infância, para provar o como a memória arquiva coisas que nos esquecemos totalmente, bastando só o botão certo para que tudo volte à tona. Hoje em dia é raro refrigerante em garrafa de vidro, por isso ao tomar neste eu viajei no tempo. Pois é, agora sei que vidro e plástico interferem no gosto. Tudo armazenado na memória e que não foi extraído em sonho, mas sim, extraído somente quando senti novamente aquele gosto no recipiente de vidro.
Em se tratando de música, quem nunca se lembrou da pessoa amada ao ouvir uma música? As mais antigas (geralmente em nossa adolescência) são as que mais ativam a memória. Lembramos de cada detalhe que parece que voltamos pelo túnel do tempo. Para mim (como acredito que para muitos) músicas como In Must Have Been Love ou Right here Waiting, me lembra de uma garota que nunca mais a vi. Aliás, cada música internacional que gosto me lembra de uma garota diferente. Como eu sofri de paixão rsrs.
Existem também aqueles sonhos que são ativados por informações guardadas em nossa mente por muito ou pouco tempo, dependendo da intensidade da notícia (geralmente em telejornais), como catástrofes, ladrão invadindo casa, quando certamente sempre teremos medo que isso aconteça algum dia. Às vezes o sonho parece tão real que quando acordamos, procuramos pela casa se alguém não invadiu.
Outras vezes são os barulhos que ouvimos enquanto dormimos que nos faz sonhar. Como assim, ouvir dormindo? Simples, você dorme, mas seu cérebro capta os sons, mesmo que você ache que não os ouve. Barulhos como tiros, cachorro latindo, e por mais que estejamos dormindo, nosso cérebro capta os sons, nos fazendo sonhar com assaltos, cães ferozes, monstros, convertendo o sonho em pesadelo. Nunca se esqueça… você está dormindo, mas seus ouvidos não estão tapados. Eles se “desligam” enquanto dorme, mas o cérebro não, está em plena atividade.
Homens cujo pênis enrijecem sem nem esperar, agora avalie quando isso ocorre dormindo. Sonham com sexo. Em outras palavras, o mundo físico interfere e muito nos sonhos, longe de ser algo espiritual.
Voltando à pessoa que citei no exemplo do programa de rádio, que é evangélica mesmo sem frequentar igrejas, tem opiniões no estilo de algumas igrejas rigorosas, portanto, pelo seu ponto de vista, quem tem pesadelos é porque não foi libertado por espíritos malignos, mesmo que seja evangélica. Vejam que interessante: ela às vezes também grita quando dorme. E aí? Como fica? Depois de tudo o que falei, percebemos que quase sempre os sonhos são arquivos guardados em nossa mente. Não nenhum teor espiritual, mas sim, psicológico. Por fim, não estou querendo dizer que não creio no espiritual, pois creio até demais, mas devemos tomar cuidado para não achar que tudo possa ser sobrenatural, espiritual, ou correremos o risco de nos tornarmos fanáticos, quando tudo não se tratava de meras informações guardadas em nosso inconsciente e/ou subconsciente.
Pois é… Boone poderia estar correto, mas em se tratando de LOST, esqueça tudo o que falei. No caso de John Locke é sobrenatural e espiritual sim.
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