terça-feira, 4 de agosto de 2020

T1/E17 - ... IN TRANSLATION (... Em Tradução)

ADMINISTRAÇÃO 39 – A PALAVRA CERTA NA HORA CERTA. A cena a seguir é meio que romântica, porém, se encaixa em administração por um simples fato: por conta da palavra certa no momento certo ou uma frase em que você pode conseguir muito, inclusive emprego. Conversando com Jin, o pai de Sun, Sr. Paik, fica sabendo do que Jin desejava no futuro, mas abriria mão disto para pedir a mão da filha de Kwon em casamento:

PAIK: “Por que eu entregaria minha filha para alguém que desiste tão fácil de seus sonhos?”.

JIN: Porque ela é o meu sonho, senhor.

No mesmo segundo ele estende a mão em sinal de cumprimento e aceita o pedido de Jin. São palavras ou frases que podem mudar a sorte de alguém, e olha que sabemos como a cultura oriental é complicada a respeito de casamento. Jin usou as palavras certas. Se bem que a intenção do Sr. Woo-Jun Paik era usar Jin, mas isso não vem ao caso aqui, o que importa é mostrar o que acontece quando se usa a palavra certa na hora certa. Isso é importante na hora de ceder entrevista coletiva para emprego. Várias pessoas pela vaga de emprego, ganha quem souber usar as palavras certas.

CULTURA 9 – Mais uma vez Jin cobre Sun ao vê-la de biquíni. O tempo com os outros ainda não os fizeram se acostumar com a cultura americana, se esquecendo que estão numa ilha tropical e que a única forma de tomar banho é na praia e com roupas baixas, e óbvio, nem tem nada a ver com cultura americana. Levando em conta também o que Sun já havia falado antes: ilha tropical; calor; roupas fechadas…

CULTURA 10 – Sun e Jin discutem sério. Michael vai interferir e Sun dá uma tapa. Três casos a se observar aqui: 1) Já diz o ditado: em briga de marido e mulher não se mete a colher; 2) cultura sul coreana: qualquer coisa é desonra entre um casal e também insulto alguém interferir em briga de casal, não importa se estão errados; 3) Sun fez isso com medo que Jin fizesse algo contra Michael, pois sabe do que o marido é capaz de fazer.

LEGENDA VS. DUBLAGEM 31 – UMA QUESTÃO DE INTERPRETAÇÕES DIFERENTES SOBRE UM PERSONAGEM POR CONTA DAS FALAS. Enquanto Shannon ajeita a barraca, Sayid aparece. Ela diz: "Oi! Até que enfim!". Fica subentendido que ela já esperava por ele ou que reclamava por ele demorar a chegar, como se tivessem combinado antes. Ou quem sabe mesmo as duas coisas. Todavia, na legenda diz: "Ei! Aí está você!". Vejam a diferença. Tudo bem que é costume de os americanos dizerem essa segunda frase quando alguém aparece, mas é como se eles dessem uma saudação normal, e não por estar reclamando por não aparecer logo alguém ou se já esperasse por uma determinada pessoa. Não traz revelação nenhuma à história, mas como sempre, a dublagem em áudio faz Shannon parecer mais inútil do que já demonstra, por parecer estar sempre esperando por alguém, nesse caso aqui, esperar por Sayid, e nunca conseguir fazer nada sozinha. Inclusive a frase em áudio reforçou aquilo que Boone havia dito a Sayid, minutos atrás, que ela usa as pessoas para fazer aquilo que ela quer, coisa que na verdade não é, como vemos no roteiro original (a legenda).

SOCIOLOGIA 59 – Quando queimaram a jangada, uns ficaram acusando os outros, especialmente os que mais tinham motivo para isso. Como todo bom filme, algumas vezes o culpado pode ser o menos suspeito. Determinadas atitudes de uma pessoa em um grupo fazem com que acontecimentos apontem esta pessoa como o culpado. Porém, ninguém está livre de acusação até que sejam investigados todos os presentes. Mas o principal nesta cena é a reação de John. Ele sabia quem tinha queimado a jangada, que foi o garoto Walt, e culpa os estranhos habitantes ocultos da Ilha, o qual, todos poderiam muito bem acreditar na possibilidade. O grande observador do grupo salva a pele de Walt mesmo sem saber o motivo do moleque querer queimar a jangada. É a convivência em grupos que faz com que percebemos (o que nem sempre é uma verdade absoluta) do que uma pessoa PODE ou NÃO ser capaz.

CULTURA 11 – OS EUA SÃO A SOLUÇÃO PARA OS PROBLEMAS. Uma amiga diz a Sun: "Vá para os EUA, salve o seu casamento" Tudo bem que a série é americana, mas por que se for para os EUA o casamento melhora? Por acaso o país Estados Unidos é melhor que o Japão? Se for por causa do casamento mal feito dos dois ou por causa do pai de Sun, tudo bem, mas ainda assim não diferencia os dois países. Tradicional dos filmes e séries americanas: a solução do mundo está sempre com eles.

PSICOLOGIA 22 – É SÓ UMA QUESTÃO DE PERCEPÇÃO – "Eu me mudei a vida toda! Eu gosto daqui!" Frase dita por Walt. Enquanto esteve com sua mãe, ele se mudou de cidade várias vezes. Isso realmente chateia. A ilha representa algo que será fixo, portanto, é justo ele querer ficar nela, até porque, esse lugar o fez se aproximar do pai, por isso o motivo de queimar a jangada. Interessante como simples coisas podem cativar a gente, diferente do que as cidades grandes têm a oferecer. Tudo é uma questão de ponto de vista, de perspectiva, de percepção. Isso me arremeta à figura de um náufrago em um monte de terra que mal se pode ser considerado sequer uma ilhota (conveniente para LOST hehe). Se outro náufrago, mas em um barco, vê ao longe um pedaço de terra e uma pessoa acenando, ele gritará alegremente por terra. Já o náufrago da ilhota, gritará alegremente por um barco.

SOCIOLOGIA 60 – Jin teve problemas com Michael nos primeiros dias. Agora, ele decide ajudar Michael na construção da jangada por dois motivos: mostrar que não tem nada contra o americano e por querer a vaga na jangada para sair da ilha. Observamos aqui que algumas pessoas têm a dificuldade de liberar perdão e sua melhor forma de fazer é por meio de atitudes.

CULTURA 12 – UMA QUESTÃO DE CULTURA? Depois de tantas discussões com Jin, especialmente a respeito da blusa abotoada até o pescoço de sua esposa, já que o marido considerava indecência, Sun resolver ir à praia de biquíni. Resposta ao marido ou está se adaptando a cultura americana? Ou seriam as duas coisas? Ou mais do que isso? Ou talvez nada disso, pois se você observar, ela não gosta muito dessa coisa de se vestir até o pescoço, além de sufocante, ter de ficar assim em plena ilha tropical.

CULTURA 7 – Shannon vê John Locke dissecando uma rã. Ela se enoja e John responde: "Nojo para você, jantar para mim!". Quem quiser procurar sucesso fora do país tem de saber primeiro como funciona a cultura de lá. Se você disser “tin, tin” brindando um jantar no Japão vai deixar os orientais sem graça, pois essa palavra é a tradução do órgão sexual masculino. Você tem que saber o que as pessoas comem, falam, fazem, pois você não pode comer carne bovina na Índia, já que a vaca é animal sagrado para eles. Shannon não é o caso aqui, mas mesmo assim mostramos a visão de duas pessoas a respeito de uma coisa em termos de comida: comer rã, por isso a importância de saber como funciona a cultura de um lugar antes de viajar, para assim evitar ofensas e transtornos sem querer (transtorno para os dois lados).

PSICOLOGIA 21 – John diz para Shannon: "Só vai dar a ele (se referindo a Boone) o que ele quer: sua atenção. Todo mundo ganhou uma nova vida nesta ilha, Shannon. Tá na hora de começar a mudar!". Temos dois casos: a necessidade de atenção e favor que Shannon tinha por Boone e o apego e paixão que Boone nutria por ela, causando estado de dependência mútua. John conseguiu enxergar a dependência que existia entre os dois irmãos postiços. Ele sempre queria a atenção da irmã e ela ficava dependendo dele mesmo sem querer. Ele não queria se entregar ao que sentia por ela e a mesma não queria admitir que dependesse do irmão, mas que poderia muito bem ser independente. O segundo caso é o fato de todos ganharem nova vida na ilha.  Enquanto ninguém voltar para casa (se voltar), a vida que tinham antes não mais significa nada, portanto, é a chance de os dois irmãos tomarem novo rumo em suas vidas. Eu já havia comentado sobre esse assunto e esses dois antes, mostrando agora a solução para tipos de problemas de relacionamentos como estes. Não é fácil, porém, quando uma das pessoas, ou ambas, acordam para a realidade e conseguem  se livrar desses "apegos", começam a enxergar as coisas com clareza, não se deixando cegar por sentimentos viciosos.

 CURIOSIDADE 136 e SOCIOLOGIA 61 POR QUE LOST FEZ SUCESSO? O sucesso de LOST se deve a vários fatores, mas sucesso não existe se o elenco não for excelente. Mas uma das coisas que muito chamou a atenção na série foi sua variedade de "gênero de filmes" em um só. Temos aventura, ação, suspense, drama, comédia, terror, policial. As histórias são ricas, e os flashes são recheados de "curta metragem de gêneros de filmes". Neste episódio vemos aquelas clássicas histórias de assalto a banco nos flashbacks de Kate. Todavia, há uma cena nesse episódio que toca exatamente nesse assunto, o problema é que tal cena não foi exibida na série. Quem quiser assisti-la terá de ver os Extras do DVD. O diálogo entre Jack e Kate fala sobre isso que comentei aqui e vou trazer antes das curiosidades do site mais abaixo, observem:

JACK: A TV na cafeteria do hospital passa novelas o dia inteiro. Acho que ganhamos deles. Sun fala inglês e o marido dela não sabe.

KATE: Só é novela quando o irmão gêmeo malvado de alguém aparece. (pausa) Sou a única com uma foto na delegacia. Como sabe se não fui eu quem queimou a jangada?

JACK: Por que sei que não foi você!

       Eu achei tal cena muito interessante para ser desprezada pelo roteiro, mas analisando bem, se tivessem colocado essa cena, teria dado um pouco de simplicidade à série e o que alavancou o sucesso de LOST foi exatamente sua complexidade. Realmente não há necessidade de explicar detalhes demais aos telespectadores para não ficar cansativo e parecer que foi escrito para pessoas que não pensam muito. Não precisa explicar demais, basta assistir e sentir a variedade de histórias. O fato de citar "novela" ficou interessante também, pois além de tantos gêneros, vemos histórias típicas de novelas. Se tivessem colocado essa parte da conversa de Jack e Kate rebaixaria a série exatamente para nível de novela, já que ninguém se deu conta disso. Histórias de gêmeos são muito narradas em folhetins novelísticos.

        Além desses inúmeros gêneros existentes na história, há dois outros detalhes a serem debatidos aqui. De certa forma, o caso de gêmeos existiu no roteiro da série. Foi exatamente como Jack falou, quando um gêmeo malvado queria tomar o lugar do outro. Alguém se lembra do 1º sobrevivente ao morrer logo após a queda do avião, ao ser sugado pela turbina e explodir em seguida? O nome dele era Gary Troup, autor de um livro, cujo esboço era lido por James/Sawyer na praia. O título do livro era Bad Twin, que significa "Gêmeo mal". No livro tem nomes familiares de pessoas e de lugares, mas um nome que é citado mesmo e que estava no avião é a aeromoça Cindy. O segundo caso é quando Jack diz que sabe que não foi Kate quem queimou a jangada, demonstrando confiar nela ou porque sente que naquele caso não teria a mínima condição de ter sido ela. Foi melhor não ter colocado mesmo esse diálogo, pois em vários momentos vemos Jack sendo realista, ou seja, segundo ele, são todos desconhecidos ali e isso é uma verdade. Ninguém conhece bem ninguém. Inclusive teve uma cena que Kate perguntou: "Você acha que sou capaz disso?". Ele respondeu sem pensar: "Eu não sei do que você é capaz". Ficaria estranho ele ter duas opiniões distintas a respeito de uma mesma pessoa, não acham? No anterior falar que não sabe do que ela é capaz e neste episódio dizer que sabe que ela não faria algo errado.

 

A partir de agora as curiosidades são do site da série

 

CURIOSIDADE 137 – Quando lido junto com o título da série, o título desse episódio é "Lost...In Translation" ("Perdido...Na Tradução"), uma frase comum que reflete a dificuldade de transmitir o mesmo significado entre dois idiomas. Lost in Translation: O título do episódio é uma referência a um filme de comédia-drama de 2003 sobre choque de culturas, escrito e dirigido por Sofia Coppola. Lost in Translation é também um poema narrativo bem conhecido de James Merrill (1926-1995). O poema conta sobre uma criança montando um quebra-cabeça. Ao mesmo tempo em que é um quebra-cabeça interpretativo, é composto para dar um interesse ao leitor em resolver mistérios em diferentes níveis de narrativa. (Livros)

CURIOSIDADE 138 – Todos os membros de elenco aparecem.

CURIOSIDADE 139 – Quando Michael vê Jin chegando na praia e corre em sua direção, acusando-o de incendiar sua jangada, e outros personagens aparecem gritando, nós ouvimos inglês do ponto de vista de Jin, e parece bastante estranho. Mas, na verdade, é o mesmo diálogo que já foi escutado apenas colocado ao inverso.

NÚMEROS 32 – Jin soca Byung Han 8 vezes.

ADMINISTRAÇÃO 40 – Quase que eu não comentava sobre o caso a seguir, mas como há entre as curiosidades de série, então, vamos lá… Sawyer compra a ida para a jangada com alguns cabos. Mais uma daquelas cenas em que se mostra que quando o dinheiro não tem valor, o que vale é fazer trocas de objetos, pois é nesse momento que se percebe o como a humanidade evoluiu.

CURIOSIDADE 140 – Depois de Sawyer capturar Jin, ele conta que ele deveria ficar assustado porque todos os sobreviventes se tornaram O Senhor das Moscas. Nesse livro de William Golding, um grupo de garotos ingleses que estão presos em uma ilha não confronta apenas os defeitos de sua sociedade, mas também os defeitos de suas próprias naturezas.

CURIOSIDADE 141 – Sun conta a todos que Jin não é um mentiroso. Sawyer diz, “Você vai nos ensinar sobre mentiras, Betty?”. “Betty” é uma referência a Betty White, uma participante regular no game show televisivo Liar's Club (1969-1979), onde ela deveria dar explicações ridículas sobre um objeto incomum que foi utilizado.

CURIOSIDADE 142 – John Locke diz que ninguém poderia, deliberadamente, impedir uma tentativa de sair da Ilha, mas, em “Par Avion”, ele explode a Estação A Chama, e, em “The Man from Tallahassee”, explode o submarino, deliberadamente impedindo Jack e Juliet de deixar a Ilha. Antes de dizer isso, Locke também impediu Sayid de triangular o sinal para o transceiver em “The Moth”.

CURIOSIDADE 143 – ERROS DE GRAVAÇÃO: Quando Shannon vai conversar com Locke na floresta, o sangue em Locke muda de lugar quando ele diz "Eu deveria escrever isso?" comparado a onde ele está no resto da cena.

CRONOLOGIA – Outro episódio seguido que se passa em três dias. 32º, 33º e 34 º dia na Ilha.

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