MISTÉRIO 44 e SOCIOLOGIA 118 – Como comentei no episódio 6 desta temporada, a Ilha escolhe as pessoas que julga serem boas. O caso de Ana é bem parecido com o de Shannon, pois assim como a loira, a ex-policial diz a seu analista que acha que seja uma dessas pessoas que prefere ficar sozinha. São palavras parecidas com as de Shannon quando disse que não queria ajuda de ninguém. O mistério maior é pelo fato de as frases de Ana terem acontecido muito antes de embarcar na Oceanic. Se a Ilha captou isso... como conseguiu? Quanto à sociologia, é aquela velha história: as pessoas que se sentem e procuram ficar isoladas tem a tendência de afastarem os próximos, o que acaba ficando negativo para tal pessoa. Isso aconteceu com comentários anteriores sobre James e Jeff. Mesmo quem gosta de viver mais isolado, em certos momentos é bom viver em sociedade, até porque, “nenhum homem é uma ilha”. Frase bem a ver com LOST, hein!
NÚMEROS 57 – O número do uniforme de Adam, colega de Ana, era 8-16. Ana deu 4 tiros em Jason. Isso lembra o mesmo momento de Charlie, quando deu 4 tiros em Ethan. Sayid diz que torturou James há quase 40 dias. 40 é múltiplo de 4, além de ser o próprio 4 invertido: 04. O número da questão da palavra cruzada que John está respondendo é 42. Pergunta: friend of Enkidu. Resposta: Gilgamesh. Quem sabe se isso não é uma indireta entre John e Jack.
PSICOLOGIA 78 – ISSO SE CHAMA: PRESENÇA DE ESPÍRITO Vejam esse excelente jogo de perguntas psicológicas entre duas pessoas. No fim da terapia de Ana, seu psicólogo diz que a mãe dela deixou a decisão com ele: saber se Ana está pronta ou não para voltar a trabalhar na polícia. Como um bom psicólogo, ele poderia muito bem dar seu veredito por conta das terapias se ela estaria pronta, todavia, dizer sim ou não seria fácil. Como era ela quem estava sendo avaliada, ele precisava saber através dela se estaria capaz, então, pergunta: “Você está pronta?”. Seria através dela própria que ele decretaria a resposta. Ana, como boa observadora, percebeu a pergunta e respondeu com outra pergunta: “O que você acha?”. A resposta dela teve duplo sentido, pois em seu íntimo, por mais que ela se achasse pronta, sentia que poderia ter uma recaída. Ao mesmo tempo, faz a pergunta muito firme e demonstrando em seu olhar o óbvio, “precisa perguntar? Claro que estou pronta!”. Para não dar uma resposta duvidosa, ela joga a responsabilidade inteligentemente de volta para seu terapeuta e ele não vê alternativa a não ser liberá-la. Pessoas com firmeza no que fala e observadora. Pessoas que têm em suas palavras uma excelente arma para se dar bem. Isso se chama presença de espírito.
SOCIOLOGIA 119 – A INTIMIDADE MOSTRA QUEM VOCÊ É (ou não é). Conforme comentei no episódio anterior, o preconceito entre grupos da parte da frente e da parte de trás do avião estava formado antes mesmo de se conhecerem (como se eles não tivessem feito parte do mesmo voo. Essa é boa). Ainda assim, vemos que até nos sobreviventes da parte da cauda, eles não se conheciam tanto como imaginavam. Com uma arma na mão, Ana-Lucia exige que amarrem Sayid com as cordas da maca em que carregavam James desmaiado. Libby se espanta com a atitude da colega e fala assustada e sem parecer conhecer a amiga: "Ana?!". Eko também diz não para ela. Isso mostra que ninguém conhece muito bem ninguém e que é nos momentos tensos e de limite extremo que uma pessoa mostra como exatamente é, mais precisamente, quando se convive por mais tempo com uma ou mais pessoas, que vai se conhecendo cada um. Isso fica mais perceptível no casamento, já que o namoro é a fase da alegria. Quando passam a morar juntos é que as "intimidades" vão se expondo.
LEGENDA VS. DUBLAGEM 70 – Quando Ana conta a história dela a Sayid de quando foi baleada por Jason, ela fala que "só deixou ele sacar", porém, na legenda diz que ela "só deixou ele pegar a identidade". Isso não traz nenhuma revelação, mas na dublagem a gente não fica sabendo que ele tinha dito que ia pegar uma suposta identidade, que na verdade seria sua arma, a enganaria e atiraria nela. Dizer que só deixou sacar nunca nos fará imaginar que antes disso ele disse que pegaria uma identidade, demonstrando o descuido e inocência de Ana em ser ludibriada por um vagabundo, deixando-o sacar na verdade uma arma. Ele só sacou porque disse que ia pegar a identidade e ela acreditou. Outro fator a se destacar: o erro da dublagem em áudio também faz de Ana uma péssima atiradora, em vez de na verdade inocente, inexperiente, novata no ramo, pois quando diz que ele só deixou sacar, leva a entender que ele foi mais rápido no gatilho do que ela. "ÊTA DUBLAGEM RUIM, SÔ!"
LEGENDA VS. DUBLAGEM 71 – Quando Ana e Sayid conversam, o árabe fala sobre as torturas que praticou e diz se sentir morto. Ana disse que quando Jason atirou nela, também se sentiu morta, porém, na legenda diz: “Me sinto morta!”. O verbo está no presente e não no passado, ou seja, desde aquele dia do tiro ela se sente morta, nunca mais teve uma vida normal, e a frase que falou não está se referindo ao passado. Aliás, se estivesse se referindo ao passado seria de uma tradução totalmente débil mental, pois levar um tiro e perder o bebê, além de ficar bastante ferida, e não se sentir morta é uma grande piada. Essa diferença traz interpretações diferentes a respeito das duas traduções, pois no final do episódio, quando Ana oferece as armas para Sayid matá-la, ele responde: “Por que matá-la se nós dois já estamos mortos!”. Essa resposta foi referente ao que ambos disseram enquanto um narrava a sua história para o outro, ou seja, histórias parecidas, pois Sayid torturava pessoas e isso o deixava mal, o fazia se sentir morto. Se assistirmos somente na dublagem não entenderemos o sentido completo da resposta de Sayid nesse fim de episódio, pois no áudio, que está errado, Ana não diz que também se sente morta, mas que se sentiu morta no dia em que foi baleada, sendo que na legenda percebemos que o passado a afeta até hoje, ou seja, desde aquele dia ela se sente morta. Por fim, isso mostra como os dois sofreram em suas vidas e precisavam dessa conversa um com o outro para perceberem o como precisam de ajuda, de conforto, de conselho... e de desabafo. Resumindo, o que esses tradutores precisam é de uma boa aula de Português e saber interpretar as coisas.
CURIOSIDADE 265 – Gosto sempre de elogiar o elenco da série. Não é à toa que criei uma categoria chamada Atuação. Entretanto, finalmente achei uma atuação mal feita. O que vou mostrar a vocês não classifiquei como Atuação porque de certa forma nem sequer houve atuação. Mas para salvar o maravilhoso elenco da série, a cena que vou mencionar não ocorreu com ninguém do elenco principal, secundário ou figurante, mas sim, com um personagem que apareceu somente nesse episódio: Jason Elder, o homem que atirou em Ana-Lucia. Quando Ana revidou, matando Jason, a cena da queda após levar os tiros que o ator que interpretou Jason fez, foi uma das interpretações mais ridículas que já tinha visto na TV. Vou descrever a cena, mas se quiser rever, aconselho a não fazer isso, pois dá até vergonha assistir. Tomo 1: Ana atira em Jason (até aí, tudo bem. A cena estava com a grande atriz Michelle Rodriguez). Tomo 2: Jason recebe o tiro e no mesmo milésimo de segundo fecha lentamente os olhos, como se alguém estivesse fazendo sexo oral nele (Pô meu! Foi um tiro no peito, não uma chupada no bilau! Desculpem o termo e descrição pesada, mas é a única forma de descrever a cena. Vendo irão entender, mas já disse, se ver, não vai gostar). Tomo 3: Jason recebe o tiro e não faz cara de espanto, nem tem um impulso ou pelo espanto ou pelo tiro, não esboça reação nem põe a mão no peito rápido e impulsivamente pelo impacto da dor, mas sim, leva a mão vagarosamente (Pô meu! Você levou um tiro, não foi uma declaração de amor para uma pessoa amada, colocando a mão no peito com toda sedução de tartaruga!). Tomo 4: Jason cai. QUE QUEDA RIDÍCULA! Parecia que caía em câmera lenta e com toda classe para não se machucar no chão. (Pô meu! brufmszdinf... desculpem! Segurei-me para não rir... Tu levaste um tiro! Dava pra fazer toda essa classe, pensando como cair no chão? É TV, não teatro! Aliás, nem em teatro é tão amador assim… só poético.).
LEGENDA VS. DUBLAGEM 72 – Eko chama Ana para ir ao velório de Shannon e ela diz que não vai. Desta vez eles retiraram palavras, pois na legenda o diálogo continua: “Acho que não vou conseguir!”. Dizer que não vai não tem significado nenhum, simplesmente não vai, mas dizer que não consegue percebe-se que Ana se referia ao fato de ter matado Shannon, mesmo sem querer, mas que não conseguiria ir ao velório de alguém que matou sem querer. Quem conseguiria se sentindo culpado direto e com muito remorso? Mesmo que na dublagem só diga que ela não vai e a gente imagine o porquê, seria melhor colocar o que ela exatamente disse, para assim termos certeza do motivo.
CURIOSIDADE 1229 – Não há erro na enumeração desta Curiosidade. É porque vim descobrir poucos anos depois ao tentar reabrir meu Blog que ele havia se “perdido”. Belo trocadilho com a série, não? Daí, fui refazer em uma nova plataforma. E por que fui reabrir? Porque estava reprisando toda a série no canal SYFY e comecei a rever, claro. Ela é legendada. Prefiro assim. Estava reprisando quando eu descobri no canal. O excelente dessa série é que quanto mais vejo, mais coisas percebo e acrescento em meu Blog, portanto, ele nunca terá fim. Sempre acharei mais coisas não percebidas antes. Então, em 31/01/21, enquanto reprisava toda a série pela segunda vez, sendo episódios duplos da semana anterior, em uma maratona dominical do dia todo, acabei achando mais 5 interessantes curiosidades no fim da 2ª temporada e início da 3ª. Este episódio em questão está no meio da 2ª temporada, só que quando eu vi poucos dias atrás de postar os da semana, acabei esquecendo de acrescentar. Ao perceber as 5 curiosidades da semana, lembrei-me deste. Enfim, vamos lá. Uma cena de 1 a 3 segundos me passou bem despercebido e eu particularmente achei espetacular. Com certeza ninguém veria isso e mesmo lendo aqui agora, vão achar irrelevante, mas eu não achei. Quando as pessoas dos dois lados do avião se encontram na praia e começam os abraços do reencontro, para Libby e Eko aquilo era estranho, mesmo assim, e vejam só, aconteceu com duas daquelas figurantes que vez em quando aparecem no meio do pessoal, duas loiras foram receber a outra loira, Libby. A série é tão boa que até os figurantes capricham. Pode parecer insignificante isso, mas em uma cena de episódio até os figurantes se preocuparam em atuar bem? Gostei mesmo. Podem perceber que nos segundos finais do encontro e reencontro, duas loiras começam a receber Elisabeth e demonstrando claramente que ela é bem-vinda e a levando para suas “instalações”. Muito bom isso. Muito mesmo.
CRONOLOGIA – 48º dia.