segunda-feira, 28 de setembro de 2020

T2/E22 - THREE MINUTES (Três Minutos) - Parte 3 de 3.

 SOCIOLOGIA 183 – Engraçado como cada pessoa leva algum comentário para aquilo que ela mais pratica. Observem esse curioso diálogo:

JACK: Ficamos presos numa rede.

JAMES: E o que isso quer dizer?

JACK: Que ficamos presos numa rede.

JAMES: Ah! Então agora mudou de nome.

            James perguntou isso para saber o que Jack e Kate tinham feito na floresta quando estiveram a sós. Ambos realmente ficaram presos em uma rede; uma armadilha de Rousseau. Primeiro, estamos falando de James, alguém que só pensa em si próprio e em diversão com mulheres. Segundo, estamos falando de alguém que também gosta da sardenta, e por mais que não queira, estava com uma leve pitada de ciúme. Terceiro, estamos falando de curiosidade, pois quando um casal fica só pelas matas, já ficamos com aquela nossa velha imaginação fértil. Juntando tudo isso temos uma pessoa, James, se roendo de curiosidade para saber o que se passou por lá. Quando Jack fala da rede, ele leva logo para o lado da sacanagem. O bom é a segunda resposta de Jack: “Que ficamos presos numa rede”, o que o deixa sem entender e provavelmente considerando James um maluco. Já “Sawyer”, como estava com a mente focada somente no que imaginava, utiliza exatamente o “Ah! Agora mudou de nome”.

            Mudando de assunto, e ao mesmo tempo no mesmo (desculpem a repetição), de certa forma James pensou nisso porque no mundo hoje as palavras que significam uma coisa tomam sentidos diferentes na sociedade com o decorrer do tempo. Por isso a “rede” confundiu “Sawyer”. No fim do episódio, ele cita que transou com Ana-Lucia. Como Jack fica o olhando atentamente, dá a entender que a ficha não caiu.

JAMES: Transei com ela. Foi assim que ela tirou a arma de mim. A gente ficou preso na rede.

JACK: …

JAMES: A gente ficou preso na rede.

JACK: Por que me contou isso?

JAMES: Porque é o único que eu posso chamar de amigo, doutor… e porque ela morreu.

            Além dessa confissão de James em chamá-lo de amigo ser bem comovente, dessa vez foi Jack quem realmente ficou sem entender a expressão de “Sawyer”, pois o outro ainda estava preso no suposto novo sentido da “rede”. Tudo por causa dessas novas linguagens que surgem por aí e confundem as pessoas. Esses dois tiveram duas conversas bem confusas porque não estavam falando “a mesma língua”.

SOCIOLOGIA 184 – Observem como o convívio com pessoas diferentes modificam nossos conceitos. Sayid reclama com Jack pelo fato de Michael decidir como vai ser o resgate de Walt: “Ele não decide nada, Jack, somos nós!”. A que nós ele se referia? Todo o grupo ou a “elite”, como dizia Charlie? Se for a elite, Sayid está se enquadrando nela, já que de certa forma ele era meio excluído do grupo de liderança. Além do mais, ele poderia estar se referindo ao fato de uma pessoa sozinha estar decidindo como será o resgate. Em seguida, e é agora que vem as mudanças pessoais, James diz: “Seja bem-vindo! Se a gente vai pra guerra, melhor levar um que já esteve numa de verdade”. Justamente James, que não se dava bem com o árabe, está não somente convidando, mas dando boas vindas e ainda entrega uma arma. E vejam como o mundo dá voltas. Quando “Sawyer” fora torturado por Jarrah, ele dissera que o árabe só latia, mas provavelmente nunca teria torturado alguém, passando a ideia que também talvez nunca tivesse participado de guerra. Agora, James responde: “melhor levar alguém que já esteve numa de verdade”. Como eu disse, é o mundo dando voltas e temos que prestar atenção e tomar cuidado com certos convívios com as pessoas, pois nunca sabemos o dia de amanhã.

PSICOLOGIA 136 – Já comentei outras vezes e voltamos agora ao mesmo assunto: Charlie. Ele se tornou drogado por causa do irmão. Ele se sentiu na necessidade de proteger as pessoas por causa do irmão: defendendo-o enquanto ficava chapado. Ele se sentia na obrigação de fazer algo porque foi coroinha; tocador de piano em casa; integrante da Drive Shaft; defensor do irmão... sendo assim, quando Eko deixou de construir a Igreja para ficar na escotilha para digitar o código, Charlie disse: E eu vou fazer o que agora?”. Vejam que Charlie sempre se sentia na necessidade de ser útil em algo para alguém. Quando Eko deixou a igreja de lado, Charlie ficou sem saber o que fazer, pois precisava continuar se sentindo útil para alguém. Sua resposta teve uma leve pitada de revolta: “Traz você, ora! E não demora não, o tempo tá passando!”. Torna-se um problema quando alguém fica meio que, dependente dos outros, pois no momento em que não tiver ninguém para apoiar, aconteceu com Charlie, se sente perdido (desculpem o trocadilho).

CURIOSIDADE 355 – Michael reclama que já faz dois dias que estão caminhando até chegar à pedra em formato de quadrado, local onde se encontra Walt. Isso foi curioso para termos uma noção do tamanho da Ilha. Demoraram dois dias para chegar a esse lugar, demonstrando que a vila Dharma e a praia são bem distantes. Levando em conta que eles podem ter andado tudo isso de propósito para confundir Michael, é possível, entretanto, lembremos que para os sobreviventes da parte de trás chegarem ao outro lado da Ilha onde se encontravam os sobreviventes da frente, demorou por volta desse tempo, e os da parte de trás estavam perto da vila Dharma, sendo assim, possa ser que a distância de dois dias entre esses lugares seja real.

CURIOSIDADE 356 – A dublê de voz da senhorita Clugh é a mesma da mãe de Walt. Interessante também é que a frase que ela diz: “Para alguém que quer tanto o filho de volta, você não sabe muita coisa sobre ele, Michael” é a mesma que é dita no julgamento de quem fica com Walt, lá na primeira temporada pela mãe de Walt.

MISTÉRIO 71 – Senhorita Clugh pergunta a Michael se Walt já apareceu em algum lugar onde não deveria estar. Sabemos de que se trata as aparições na Ilha, entretanto, tais aparições ocorrem com pessoas que já morreram, o que sobra a hipótese de que realmente a aparição de Walt para Shannon possa ter sido realmente o garoto. No fim da 3ª temporada, o menino também aparece para John.

LEGENDA VS. DUBLAGEM 100 – Quando Michael aceita “trabalhar” para os “Outros”, ele diz no áudio: “Eu também quero um barco!”, ou seja, ele só trairia seus amigos se dessem um barco pra ele, sendo assim, Michael estabeleceu algo para fazer tal traição, uma troca, uma condição, demonstrando que também tinha vez e voz, e até a palavra “também” deixa o sentido de que ele acrescentou algo no acordo: “também o barco” que não estava no acordo inicial, ENTRETANTO, a legenda diz: “E eu quero o barco”, ou seja, deixa bem claro o sentido da frase: “eu quero o barco que vocês prometeram”. O artigo “o” deixa claro que se refere a algo comentado antes, que já tinham prometido a Michael, para assim, convencê-lo na traição, até porque, o que ele mais queria era sair daquela Ilha com seu filho e isso os “Outros” sabiam. Resumindo, não era Michael quem dava as cartas. Não era ele quem tinha vez e voz. Era os “Outros”. Dessa vez a LD deu uma mancada enorme, pois pareceu que ele ditava as regras e era o pior traidor que existisse, mas na verdade fez isso pelo filho e acima de tudo, mostrou que os “Outros” manipulam todos ali. Essa foi a grande mancada nessa categoria. NUNCA em nenhum momento de toda a série alguém ditou regras e saiu ganhando dos moradores da Ilha. Daí, Michael, alguém tão fraco, consegue estar por cima desses moradores? Na boa, foi uma falha tremenda. Além do mais, veremos na 4ª temporada que mesmo livre, ainda manipularam Michael, ou seja, a turma de Tom era realmente muito inteligente e “manipuladora”. Não tinha nem lógica Michael ditar regras a esse povo. Surreal. Aí vocês diriam que estou exagerando em querer interpretar demais. Estou? Por acaso vocês sabem o que significa e quais são os tipos de artigos? Vamos a uma aula de Português. Os artigos são DEFINIDOS e INDEFINIDOS. Os artigos definidos já disseram tudo: se refere a algo que foi definido e que se sabe do que está falando, ou seja, a Legenda disse: “E eu quero o barco - que já foi definido”. Artigos Indefinidos se referem a… aliás, se refere a nada. Não foi Definido ainda, pois como o nome já diz, ele ainda NÃO FOI DEFINIDO, PORTANTO, é um ARTIGO (artigo no sentido de coisa) INDEFINIDO. Não se trata de um objeto conhecido, definido no discurso, mas de qualquer objeto, e como o nome DEIXA BEM CLARO, está indefinido. O áudio disse simplesmente: “Não foi definido no acordo, mas eu também quero um barco”. Perceberam a enorme diferença? Estou exagerando na interpretação???

PSICOLOGIA 137 – Curioso quando nosso sistema nervoso trava em dados momentos e é preciso do empurrãozinho correto para que continuemos a tentar fazer o que não deveria ter parado. Refiro-me isso mais a momentos com pesares. No velório de Libby e Ana-Lucia, Hugo tenta falar algo sobre a loura, mas entala e nenhuma palavra consegue sair: “A Libby era... ela era... ela”. Ao ver isso, Kate percebeu que ele não conseguiria falar e era preciso uma palavra de conforto, ainda assim, naquele momento difícil, era preciso um contato físico. Sendo assim, ela põe a mão nas costas dele. Por causa desse apoio, Hugo conseguiu soltar as palavras. É uma coisa que não conseguimos explicar quando acontece. Realmente é impressionante quando estamos nesse tipo de situação e o desabafo, o choro, os sentimentos não saem, mas basta esse tipo de atitude de alguém para liberarmos algo que estava preso e que não conseguia sair. Depois das palavras dele, ao citar que Elizabeth ajudou muita gente, a câmera foca em Claire. Com essas palavras, Claire resolve pegar a mão de Charlie, já que estava de mal com ele há alguns dias. O gesto de Kate ajudou Hugo a falar, e as falas dele ajudaram na reconciliação de Claire e Charlie. Por fim, voltando ao assunto principal, seria como se houvesse um botão em nós que é preciso descobri-lo e ativá-lo para que possamos enfim soltar aquilo que nos prendia emocionalmente.

 

As duas curiosidades abaixo foram retiradas do site da série

 

CURIOSIDADE 357 – As instruções no injetor pneumático dizem para injetar a vacina a cada 9 dias. 9 dias são iguais a 216 horas, o dobro de 108, que é o número de tempo para se digitar o código. Por sinal, os 6 números de Lost somados resulta em 108. Essas curiosidades eu não sabia.

NÚMEROS 77 – Jack pergunta a James quantas pistolas há. São 11. Os “Outros” haviam levado mais 5 antes, ou seja, 11 + 5 = 16.

CRONOLOGIA – 65º dia.

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