T2/E17 - LOCKDOWN

 CURIOSIDADE 309 – O título desse episódio é bem sugestivo. Eu já tinha percebido antes, até que li um comentário parecido no site da série. Faz uma referência à porta da Escotilha que desceu (down) e ficou travada (lock), portanto, tudo a ver com John Locke trancado, preso. Ao mesmo tempo, vemos Locke com as pernas presas na porta, portanto, Locke (lock) ficou preso embaixo (down) da porta, e ao mesmo tempo, trancado dentro da escotilha. Excelente jogo de palavras.

CURIOSIDADE 310 – Nos flashbacks de Locke, ele era um inspetor de casas e tinha acabado de vender uma casa adivinhem para quem? Nádia, a namorada de Sayid. No fim da 3ª Temporada ela também encontrará outro sobrevivente, meses antes do acidente de avião. Comentarei no devido episódio quem ela encontrou. Guardar a surpresa para o momento certo. Provavelmente foi alguns meses após Sayid proporcionar a fuga dela. Talvez para não morrer ela tenha fugido para os Estados Unidos, por isso que o árabe nunca mais a encontrou.

CURIOSIDADE 311 – O hotel em que Locke se encontrou com seu pai para pegar a grana e que Helen chegou em seguida é o Hotel Flightline.  Este é o mesmo hotel em que Sayid morou por um breve tempo e leva Hugo até lá, depois que eles saem da Ilha (5ª temporada). O Flightline serviu de locação para várias cenas de LOST. Se observar bem, o verá em vários episódios.

NÚMEROS 65 – O número de cofre de Anthony Cooper é 1516.

NÚMEROS 66 – Na carteira de identidade do verdadeiro Henry Gale tem o número 815.

PSICOLOGIA 108:

JOHN LOCKE: É tarde demais! Ela já está bem longe, Jack!

(...)

JOHN LOCKE: Então é assim que vai ser?

JACK: É isso aí! Põe ele de volta no armário.

HENRY: Por que deixa ele falar assim?

        Locke se irrita "calado" com a situação e joga "Henry" de volta à "prisão". É nesse momento que o prisioneiro "introduz" seu "ferrão" em John, reclamando pelo fato de John deixar o médico falar assim com ele. Ao sair, Locke fica pensando escorado na porta. Ele deixou de ser a pessoa que era, pois a partir dali começaria a agir como Henry queria. O fantoche deu certo. Observe como uma pessoa consegue manipular alguém utilizando as ferramentas certas, principalmente por jogos de palavras.

ADMINISTRAÇÃO 96:

HUGO: É porque aqui ninguém me diz nada, cara! Se eu fosse da diretoria seria mais útil.

JACK: Que diretoria?

HUGO: (Claire procura Jack para tratar de Aaron assim que Jack pergunta isso) Diretoria! É isso!

        Engraçado como as pessoas que estão à frente de algo não estão a fim de admitir o cargo que lhe fora posto. Quando Jack pergunta que diretoria, ele quis dizer que não existia nada disso, mas em seu íntimo, ele sabia que mandava ali, só não queria admitir. Assim que pergunta que diretoria, aparece alguém pedindo sua ajuda, comprovando a teoria de Hugo. Todavia, leva-se em conta que Claire foi à procura de um médico e não de um líder, e isso Hugo não percebera. Naquele momento, Jack percebeu como os outros se sentiam, comparados a ele. Será que é bom quando alguém está à frente dos outros, quando esse mesmo alguém tem o mesmo direito de todos e se encontra na mesma situação que todos? Será que isso não faria nascer o sentimento de inveja?

ADMINISTRAÇÃO 97:

JAMES: A faixa de troca está em 10 toneladas de roupa lavada por um tubo.

        Libby procurava por remédios na cabana de James sem avisá-lo. Já comentado várias vezes, mas para enfatizar como funcionam as coisas na Ilha… como não há recursos disponíveis e o dinheiro não tem valor ali, James foi o primeiro a se apossar das coisas para obter vantagem. Como todos estavam em um lugar isolado da sociedade, eles criaram sua própria sociedade e voltaram ao tempo em que o comércio funcionava através de troca de interesses. Vejam como até um tubo de roupa lavada tem tanta importância como qualquer valor em dinheiro. Sem contar que todos na Ilha ajudavam (a exceção de James, que só agia por meio de seu comércio “pessoal”).

MISTÉRIO 56:

HENRY: O que está acontecendo aí, John?

     Como nos próximos episódios saberemos que havia câmeras escondidas ali e sobre as verdadeiras intenções de "Henry" em outros episódios mais à frente, imagino que esta pergunta dele não era verdadeira. Será que ele sabia o que se passava e que "outras" pessoas os observavam na escotilha? Será que ele não entrava em contato com essas "outras" pessoas, mesmo estando ele na "prisão"? Será que seus planos para escapar dali não tinham sido arquitetados ali dentro, mas realmente fora, e o que ele planejava foi por água abaixo quando havia sido capturado por Rousseau, mudando seus planos na “prisão”? Se realmente foi capturado, então Danielle é melhor do que ele a respeito de conhecimentos de armadilhas. Lembrando que Danielle conhecia bem o perímetro que circundava seu acampamento.

SOCIOLOGIA 169:

KATE: Se divertir não faz mal. Você devia tentar.

        Vejam como a ideia de Hugo contaminou os outros. Foi dele a ideia do campo de golfe para que todos pudessem se entreter com algo e não se entediar ou estressar. Kate vê como Jack se preocupa com tudo e com todos e pede para que ele se distraia dos problemas. A seguir, Jack aproveita a oportunidade quando vê James jogando pôquer e o chama para jogar. O entretenimento agora é o pôquer. As convivências das pessoas ali por muito tempo e sem ter para onde irem faz com que comecem a ter uma sociedade civilizada e todos procuram se entrosar mais.

CURIOSIDADE 312 – Enquanto joga pôquer com Jack, James pergunta se foi na Tailândia que o médico fez a tatuagem que se encontra no braço. Notem que se uma pessoa faz perguntas sobre algo é porque conhece o "algo", o assunto. Para James, conhecedor de certas atitudes e locais (já que já esteve na Tailândia), não haveria lógica um médico com uma tatuagem (mesma coisa que Kate já havia dito certa vez). Interessante é que na verdade, a tatuagem é do ator Matthew Fox e não do personagem. Os produtores da série adicionaram isso nesse episódio e também a origem da tatuagem na 3ª Temporada, inclusive dando explicações para o significado da tatuagem, tendo ligação com a Ilha. James não somente mostra que sabe de onde vem a tatuagem como também complementa: "Você pode ter ido para Phuket, mas eu fui para Tallahasse". Esse o primeiro episódio que mostra como esses dois personagens, tão diferentes, ao mesmo tempo são tão parecidos. Um, sem perceber, gostaria de ser o que o outro é. Vemos isso quando James reclama com Kate e pede uns curativos para agir como Jack. Em outro episódio, antes de ir embora na jangada, James diz a Jack que o médico é o único ali que ele pode chamar de amigo, que por sinal é uma das melhores cenas da série, juntamente com a saída da jangada.

PSICOLOGIA 109 – Ainda jogando pôquer, James perde todas para Jack. Quanto mais ele perde mais ele quer recuperar o que perdeu. Vejam como nossa mente se fixa em algo, especialmente um erro, e fica querendo consertar aquilo “desenfreadamente”, sem obter êxito. Nesse caso, também deve ser observado o vício do jogo. Pôquer é o campeão dos vícios (eu que o diga. Jogador veterano). Quando a pessoa começa a perder, também perde a noção das coisas e já não começa mais a raciocinar direito (mas eu não sou assim). Ao ver que James está perdendo o controle nas apostas, Kate diz: "São só frutas!" e ele responde: "Mas eu quero de volta". Não somente estava em "jogo" a honra dele, como também ele acabou sendo vítima de todos aqueles que perdem em jogos: continuar perdendo mais até não ter mais nada a perder. Fica envolvido nas apostas, sempre querendo recuperar o que perdeu. Até em vôlei de quadra e de areia vi isso acontecer em Olimpíadas, quando algum jogador da seleção brasileira ficava insistindo em jogar em cima daquele jogador adversário ou em algum pondo do lado adversário. Mesmo sabendo que não dava certo ficou insistindo no mesmo ponto irritado por não conseguir e querendo provar que consegue. A raiva o cegou completamente… e sempre perdia. O resultado sempre é perder a coisa mais importante, no caso de James os remédios e as armas. Mas o Dr. Shepard não pediu o mais importante naquele momento: as armas. Conhecendo a natureza e previsibilidade de James, ele disse que pegaria as armas em outro momento.

SOCIOLOGIA 170 – Ainda nesse mesmo assunto, mas olhando a questão por outro ângulo, a questão de honra ultrapassa qualquer barreira, mesmo que se trate de um simples jogo. Quando James começou a perder foi se irritando e querendo jogar mais. Percebemos quando o homem tem sua honra testada ele a quer de volta a qualquer custo, nem que seja uma situação sem tanta importância. Na insistência de James, Jack diz: "São só frutas, cara!" e ele responde: "Mas eu as quero de volta!". Como já disse "trocentas" vezes, o dinheiro não tendo valor na Ilha, qualquer coisa pode ser valiosa. O doutor quis dizer que eram só frutas, mas James se sentiu desonrado e ofendido e queria aquelas simples frutas de volta, pois significava sua honra naquele momento.

NÚMEROS 67 – Enquanto jogam pôquer, aparece na mesa 3, 6, 4, 8 e J. Hugo diz que aposta 4 papaias (mamão).
ADMINISTRAÇÃO 98 – As consequências das atitudes que tomamos na vida podem acarretar em problemas futuros. Jack e James começaram a jogar pôquer. Vejam como o vício desse jogo é perigoso. Jack começou a apostar e por causa disso esqueceu seu trabalho, que no momento era digitar o código na Escotilha. Por conta do jogo, James estava perdendo e queria recuperar as apostas perdidas, convencendo Jack a continuar: "Dá pra jogar uma mãozinha", e daí foi outra mãozinha, e outra, e outra. Por causa do jogo ele esqueceu o computador e Locke ficou preso. Esse acontecimento é bem parecido com o que ocorreu poucos dias depois que eles caíram na ilha, quando Jack escondeu a água mineral e Claire, ainda grávida, precisou de água. Quase que ele caia de um precipício e ninguém acharia a água, pois só ele sabia onde estava. Consequências de coisas que acontecem em nossas vidas. Sem um planejamento perfeito, tudo pode ir por água abaixo.

LEGENDA VS. DUBLAGEM 87, PSICOLOGIA 110 e ADMINISTRAÇÃO 99:

O PÔQUER E A PSICOLOGIA… E O PROBLEMA DA TRADUÇÃO grrr

HUGO: Finalmente o Jack e o Sawyer vão se pegar.

        São bem notórias as rivalidades entre Jack e James. No pôquer, algumas pessoas começam a assistir o duelo dos dois, que não aconteceu como muitos imaginavam (no braço), mas sim em um jogo social. Gosto de chamar o pôquer de um “Xadrez de Cartas”. Esse duelo começou aqui, mas o duelo real só acontecerá na 5ª Temporada. E enquanto estão jogando, Jack suspeita que James vá trapacear.

JACK: Dessa vez só de cima do monte.

JAMES: Eu tinha que tentar.

        O interessante do pôquer é que ele aguça nossa psicologia e estratégia, pois ficamos capazes de ler as expressões faciais e gestos de cada oponente, sabendo quando o oponente está mentindo e até mesmo quais cartas têm em mãos. Conseguimos aprender até mesmo com nossos gestos e manias que fazemos no cotidiano e que nem percebemos. Não que percebemos isto, mas os outros observam e nós procuramos evitar tais gestos repetitivos. Foi justamente por causa disso que Jack percebeu que seu adversário estava tentando enganá-lo e trapacear no jogo, por isso que o médico pediu para ele pegar as cartas do topo do maço, foi tão comprovado que James disse sem fazer cerimônias que pelo menos tentou, sem falar a palavra trapacear.

        Quanto à diferença de traduções, a legenda foi fiel às jogadas de pôquer, mas a dublagem em áudio eu não entendi nada. Antes de abrir esse comentário, devo explicar as jogadas no pôquer, para que possam entender o erro da tradução em dublagem (pra variar). Cada pessoa recebe 5 cartas. A sequência de jogadas abaixo é explicada, sendo do jogo mais baixo até o mais forte.

1º Jogo: UM PAR (8,8);

2º jogo: DOIS PARES (7,7,K,K);

3º jogo: UMA TRINCA (A,A,A);

4º jogo: STRAIGHT (Sequência: A,2,3,4,5);

5º jogo: FLUSH (Todas as cartas de mesmo naipe: A,6,4,8,Q de ouros);

6º jogo: FULL HOUSE (Uma trinca e um par: 4,4,4,8,8);

7º jogo: QUADRA (A,A,A,A);

8º jogo: STRAIGHT FLUSH (Todas as cartas de mesmo naipe e em sequência: 9,10,J,Q,K);

9º jogo: ROYAL STRAIGHT FLUSH (Mesmo jogo do anterior, todas as cartas de mesmo naipe e da mesma sequência, a diferença é que é a sequência mais alta, ou seja, termina na carta mais alta: 10,J,Q,K,A de ouros.

            O jogo de receber cinco cartas se refere ao pôquer tradicional. O de cassino se recebe duas cartas e você irá combiná-las com três das cinco que serão colocadas na mesa. Também pode combinar uma da sua mão com quatro ou até mesmo as cinco da mesa serem usadas, mas para isso acontecer implica dizer que quem ficou no jogo deu empate.

        Agora vamos analisar as traduções:

        Enquanto Hugo e James jogam, Jack aparece e diz: "Tá com cartas baixas". Cartas baixas? Como assim? Em pôquer existe um jogo melhor de que o outro e caso haja empate de mesmo jogo, se desempata exatamente com cartas altas. Em outras palavras, não é difícil ocorrer jogos iguais para se desempatar nos "quickers", que são as cartas de desempates (cartas altas), mesmo assim, para quem assiste, ninguém diria "ele está com quicker alto", mas sim "o jogo dele é melhor do que o outro", já que pouco se supõe um empate de mesmo jogo. Exemplo: "ele deve ter um par e o outro dois pares".

       Na legenda a frase não é: “tá com cartas baixas”, mas sim, "Está com um Straight", que se trata de uma sequência. Estão percebendo a tremenda gafe da tradução da dublagem? A legenda fala de um jogo, mas o áudio fala de uma coisa sem sentido, pois não existe essa coisa de “cartas baixas”, existe jogo baixo, que mesmo assim, não quer dizer nada, pois jogo baixo poderia se referir ao 1º, 2º ou 3º jogo que há na lista logo acima. Além do mais, Straight não é jogo baixo, é exatamente jogo INTERMEDIÁRIO.

        Jack continua: "Ele tem um naipe só". Pelo menos isso equivale a flush, ter todas as cartas do mesmo naipe, mesmo assim, ainda soa estranho "um naipe só". Para uma tradução mais compreensiva e para leigos do pôquer, poderia dizer: "É Flush: todas do mesmo naipe" em vez de "ele tem um naipe só".

        Por fim, quando os dois jogadores baixam suas cartas, o que é revelado surpreende a todos, principalmente para quem perdeu. Enquanto um dos que assistia ao jogo falava "sequência" (um jogo razoável), o outro falava "flush" (outro jogo um pouco melhor). Entretanto, os dois apostadores mostram que a emocionante disputa de apostas girava em torno de um reles "par" para cada um.

        É aqui onde entra a Psicologia. O tempo de convívio entre eles já foi suficiente para cada um conhecer cada um. Sabendo que James é cheio de malandragem e que apostava alto, Jack percebeu pelo olhar e gestos de seu oponente que seu jogo não era bom, tanto que Jack ainda diz: "Que bom que não dá pra ler seus pensamentos". Jack estava com um par intermediário, o que não é um bom jogo, mas ele percebeu, estudando o comportamento de James, que o loiro poderia ter no máximo um par também, mas suspeitava que fosse mais baixo do que o seu. Nesse caso os jogos foram os mesmos, desempatando não por quickers (cartas de desempate fora do jogo), mas pelo próprio jogo em si, sendo um mais alto que o outro, e não por ser cartas baixas, até porque, o menor jogo existente em pôquer é um par e dentro do jogo de UM par, o mais baixo é o par de 2, mas se o adversário não tem nenhum jogo, então o par de 2 será considerado alto. Por isso que digo: não existe essa coisa de "cartas baixas" no pôquer, mas sim, jogo baixo, pois até o par mais baixo pode ser jogo alto.

        Observem como James fica indignado por ter perdido para um par, sendo que o dele era a mesma coisa. Ele tentou blefar apostando alto para que o médico desistisse, mas sua estratégia não deu certo. Acusa o doutor de “blefador”, quando ele foi pior ainda. Estratégia Vs. Psicologia, vence a psicologia.

MISTÉRIO 57 – Antes de as portas blindadas da Escotilha se fechar automaticamente, John escuta um barulho na caixa de som. Observem que é o mesmo barulho que Jack escuta em outra caixa de som enquanto se encontrava preso pelos "Outros" (já adiantando cenas da 3ª Temporada). Seria somente estática ou o som foi propositalmente colocado para chamar a atenção dele para que se aproximasse da caixa e tomasse distância das portas, para que assim se fechassem e o deixasse preso, ou seja, na mesma situação do "Henry"? Com isso, o "prisioneiro" aproveitaria a deixa para fugir, mas não fugiria e salvaria Locke, para que assim ganhasse a confiança do pessoal?