domingo, 13 de setembro de 2020

T2/E16 - THE WHOLE TRUTH (Toda a verdade). Parte 2 de 4.

MISTÉRIO 55 – Voltando ao assunto de a Ilha julgar as pessoas, algumas se acusaram como más, intensificando essa suposta escolha. Assim como Shannon, Ana também diz algo que pode ter decretado o seu fim: "Eu tentei mudar isso por muito tempo, aí, desisti. Eu não mudo! Eu sou como eu sou!". Quando Shannon falou algo parecido a isso, morreu minutos depois. Sayid ainda responde: "Você só tentou proteger o seu povo!". Curiosamente também foi Sayid quem tentou reanimar as duas (Shannon e Ana). O árabe diz "seu povo" como se ele também não fosse desse mesmo povo, pois os dois grupos fazem parte do mesmo voo. Ficou uma parede invisível separando esses dois grupos: a parte intermediária e a parte da cauda do avião. Mesmo essa defesa de Sayid não foi suficiente para o desfecho de Ana-Lucia na Ilha. Será mesmo que a Ilha escolhe as pessoas e dá uma segunda chance para elas? Só mais um lembrete: ela pediu desculpas a Sayid por ter matado Shannon. Foi a mesma coisa que aconteceu a Eko. Isso não conta? Interessante que ela disse que não estava com sono, mas conseguiu dormir, enquanto que Sayid ficou acordado. Talvez o fato de ela finalmente ter liberado perdão tenha tirado um peso de sua consciência e a feito relaxar.

ISENTO DE ERROS 45 – Esse caso é o mesmo de James quando leu a carta em plena chuva para a pessoa que ele matou em Sydney pensando ser o verdadeiro Sawyer (lembrando que James assumiu o nome de Sawyer). Enquanto Sayid observa o mapa desenhado no papel, observa-se que está chovendo e que a folha não engelhou. Como isso é possível? Será que desta vez erraram (desta e da outra, sobre a carta de James)?

CURIOSIDADE 303 – Sayid sempre acerta em seus palpites e Ana-Lucia ultimamente tem errado. Mas houve uma troca de posições desta vez. Sayid queria desistir de encontrar o balão, mas Ana queria ter certeza, especialmente porque ela errou muito nos últimos meses. Sayid diz: "Vamos procurar o quanto você quiser". Será que Ana está aprendendo com os erros? Mais um motivo para a Ilha poupá-la.

PSICOLOGIA 100 e ADMINISTRAÇÃO 92:

JACK SHEPHARD: Por que levou o livro?

JOHN LOCKE: Só para ele passar o tempo. Você sabia que o Hemingway tinha inveja de Dostoievski? Ele poderia ser o maior escritor do mundo, mas percebeu que nunca se livraria da sombra do Dostoievski.

        Os efeitos da tortura psicológica que "Henry" fez com Locke começaram a surtir efeito. John levou o livro para afrontar as ordens de Jack. O livro também foi a "ferramenta" que Henry utilizou para que através dos autores, induzisse Locke a dizer o que tinha vontade, mas que não tinha coragem. Volta então àquele assunto que já comentei várias vezes: o de fazer alguém ter uma ideia que tal pessoa pense que era sua, mas que na verdade a ideia partiu de você. Nesse caso não foi bem ideia, mas sim fazer com que alguém "desabafasse" o que queria. Percebam também como JL estava "mentalmente fraco" nessa ocasião, sendo manipulado fácil. Por isso que ele foi seguido por Charlie anteriormente. Tudo o que “Henry” fez com JL a respeito de análises literárias, John repetiu com Jack. Tão vivo e esperto como Locke era acabou se tornando um fácil fantoche e utilizou exatamente as palavras do prisioneiro. E é porque em um episódio anterior ele disse que não era bom em analises literárias. Não era mesmo ou simplesmente deu uma de papagaio e foi um perfeito fantoche do prisioneiro? Mostra como é nocivo quando duas pessoas disputam liderança, prejudicando não somente as duas, mas também quem estiver por perto. O famoso Henry vai dizer algo interessante no último episódio da última temporada, mas isso é coisa para se comentar só na última temporada. Voltarei a essa cena no fim de LOST.

PSICOLOGIA 101 – Henry fala a Jack e Locke sobre o mapa que leva até o balão e que deu a Ana-Lucia. Ele sabia que Ana não diria a nenhum dos dois sobre isso e procurou a oportunidade de falar: "Vocês têm um sério problema de confiança". Vejam como o pouco tempo que esteve preso ali e ele já sabia como manipular os dois (se bem que provavelmente ele já assistia a tudo pelas câmeras). Quando você convive certo tempo com alguém percebe virtudes e defeitos e são nesses defeitos que você é capaz de usar de sua psicologia pra manipular. Não que você saiba como se faz, mas pelo fato de conhecer melhor a outra pessoa, mesmo sem saber, você acaba alterando as atitudes da outra pessoa. Obs.: estou me referindo ao convívio e não que devemos manipular as pessoas, pois isso é errado.

ISENTO DE ERROS 46 – Enquanto procuram o balão e questionam a veracidade do mapa, achando que não leva a lugar nenhum, Charlie responde: "Talvez não, mas estamos na ilha certa" e depois dá uma leve risada do tipo: "O que está estranhando? Acha que nada improvável acontece nessa ilha? Ainda não se acostumou?", não que haja erro nessa cena, mas é que se trata de mais uma daquelas cenas para intensificar aos telespectadores que aquela ilha é misteriosa e que tudo pode acontecer.

SOCIOLOGIA 164 – QUANDO A CURIOSIDADE VALE MAIS QUE O “DINHEIRO” – Interessante quando pessoas estão em um lugar em que o dinheiro não tem valor e que qualquer coisa pode servir como barganha. Troca de interesses pode nesse caso ter maior valor que qualquer coisa. Entretanto, em se tratando de curiosidade, o valor pode ser maior ainda. Quando Sun veio pedir algo a James e pediu para procurar na barraca dele, ele ficou ao lado para saber o que era:

SUN: Eu não posso olhar sozinha?

JAMES: Não é uma farmácia não, amiga!

        Como não revelou o que era, Sun pediu para que ele esquecesse o pedido. Aquilo incomodou tanto que ele, que não daria nada de graça a ninguém (lembrando que comentei sobre essa coisa de James dar de graça e que ocorreu no livro SINAIS DE VIDA, página 154, localizado em Isento de Erros, comprovando a possibilidade de erro no livro, já que James nunca dava nada a ninguém, quanto mais emprestar), ficou tão curioso em saber o que Sun queria que resolveu dar de graça, contanto que pelo menos ela dissesse o que procurava. Vejam como a curiosidade humana mexe com alguém, até mesmo quem vive barganhando as coisas. Como dizia o velho e bom Tom (dos “Outros”, frase dita segundo o áudio, não pela legenda): "A curiosidade matou o gato".

SOCIOLOGIA 165 – Sun sai andando pela floresta com o teste de gravidez na mão e depara com Hugo com uma barra de chocolate. Ambos escondem o que cada um segurava. Vejam a importância que cada um dá ao que segurava. Sun não queria que ninguém soubesse sobre a possibilidade de estar grávida e Hugo não queria que ninguém soubesse que ele tinha uma dispensa secreta. É claro que nenhum dos dois iria delatar o companheiro para evitar ser delatado também. Nota-se que uma vida em sociedade faz com que as pessoas escondam segredos dos outros, mas que pode ser descoberto algum dia por viverem próximos. “Nada fica enterrado por muito tempo”, já dizia John Locke a Paolo (Rodrigo Santoro) na 3ª temporada. Apesar de ser 3ª temporada, a cena de JL com Paolo ocorreu antes dessa cena, já que tal cena foi em um flashback. Vemos também que certos pedidos podem ser feitos sem emissão de palavra nenhuma. Ambos fizeram uma petição sem trocas de palavras, somente no olhar: "Não conte nada que eu também não conto".

SOCIOLOGIA 166 – Durante os flashbacks do casal coreano, vemos uma citação feita por Sun quando ela fala sobre o "golpe do baú". O caso a se destacar é o "golpe da barriga", quando uma mulher engravida de um homem para conseguir se dar bem na vida. Quando Sun e Jin vão ao médico e este diz que ela é estéril, Jin fica revoltado. Sun responde com raiva: "Eu quero fisgar o filho do pescador!". Ela deu uma bela direta ao esposo, pois a insinuação dele a magoou e ela disse o inverso da lógica para esse caso. Imagine qual seria o interesse de uma pessoa rica como a Sun querer "fisgar" um filho de pescador? Ela deu uma indireta como se dissesse: "Acha que não amo você? Acha que usei você?". Por fim, temos que ter cuidado com nossas palavras para evitar magoar pessoas de quem gostamos, até porque, uma palavra fere muito mais do que uma agressão física.

LEGENDA VS. DUBLAGEM 85 – Mais um dos raros momentos em que a dublagem em áudio foi inteligente. Enquanto está tendo aulas de inglês com Jae Lee, Sun fala algo e ele pede para que ela fale em inglês. Obviamente isso está na legenda, que sempre é fiel ao roteiro original. Entretanto, como ficaria confuso no áudio se tivesse traduzido isso corretamente, pedindo para ele falar inglês se está falando português, na dublagem consta: "Pratique", em vez de “fale em inglês”, ou seja, nem compromete a tradução nem perde o sentido da frase, além de levar um duplo e perfeito sentido: pratique em inglês ou pratique em português. Foi a adaptação mais perfeita que já vi na dublagem em áudio a respeito de todos os filmes e séries que já vi até hoje. Inteligente jogo de palavras.

LEGENDA VS. DUBLAGEM 86 – Ana-Lucia diz para John Locke: “Estou aqui há uma semana”, mas na legenda consta: “Estou aqui há mais de uma semana”. Para quem estuda a Cronologia da série e se assistir somente pelo áudio correrá sérios riscos de deduzir momentos errados na cronologia (se eu continuasse fazendo a cronologia por minha conta certamente erraria). Mesmo não sendo um estudioso da série, convenhamos que dizer uma semana exata é diferente de dizer “há mais de uma semana”, o que se subentende estar na segunda semana, e muito mais provavelmente estar a partir da 3ª semana.

CURIOSIDADE 304 – Durante a conversa de Sun e Jae Lee, ela passa uns bons segundos na janela. Eu olhei com muita cautela para os movimentos das nuvens acima dos edifícios e eles aparentemente não se movem. Será que usaram um quadro ou coisa parecida para parecer que estão naquele lugar?

ISENTO DE ERROS 47 e CURIOSIDADE 305 Todos devem ter percebido essa curiosidade, mas citarei assim mesmo. O teste de gravidez que Sun pediu a James tem o nome "Laboratórios Widmore". Será mesmo que a série era escrito na hora conforme pregava JJ Abrams? Algo que acontece no meio da Temporada dará entrada para toda a 3ª, 4ª, 5ª e 6ª Temporada.

        Antes que os telespectadores critiquem essa cena pelo fato de existir um improvável objeto em um avião, como um teste de gravidez, só para que alguém, quando precisar, use, bem conveniente para aquele momento do episódio, a própria série dá a resposta através dos personagens, ou seja, Kate responde a essa improbabilidade: "Quem viaja de avião levando um teste de gravidez? Onde será que o Sawyer achou isso?". Parece absurdo mesmo, pois se uma mulher está com um teste de gravidez, ela vai usar logo em vez de viajar com o objeto e usar depois da viagem, não é mesmo? Kate já fala por nós para mostrar que os produtores da série não estão escrevendo bobagens, mesmo quando as coisas são improváveis. Todavia, ainda há outra "salvação" para essa cena que poucas pessoas perceberam. Sabemos que há experiências com mulheres grávidas na Ilha; que Charles Widmore morou lá e que é responsável por muitas coisas que ocorrem na Ilha, além do mais, se o teste está em seu nome, implica dizer que é o dono da empresa, e que existe uma grande possibilidade de não ter sido um cliente que carregava o teste, mas sim, a própria empresa, portanto: 1 - o teste poderia já estar na Ilha; 2 - o teste poderia estar propositalmente na Ilha, deixado por algum nativo, pois sabemos que muita coisa por ali era manipulada; 3 - Como Widmore é poderoso (em termos de dinheiro), o avião poderia ter algo a ver com ele, portanto, o teste, assim como qualquer outro objeto de interesse dele, poderia estar no avião.

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