FILOSOFIA 32, NÚMEROS 61, ADMINISTRAÇÃO 82, PSICOLOGIA 89 e CURIOSIDADE 291 – MANIPULANDO PESSOAS ATRAVÉS DA PSICOLOGIA – James começa a realizar seus golpes na Ilha para obter o que deseja usando Kate para que ela tenha uma ideia que ela pense ser dela mesma, mas que na verdade, ele a manipulou para que a jovem convencesse Jack de uma ideia que era do próprio James. Vejam a tática dele quando se refere ao ataque a Sun: "Você não acha essa história estranha? Ela (Sun) só pesa 50 quilos. Não foram eles (os “Outros”). A menos que queiram enganar todos para entrar no exército!". Enquanto fala a última frase, James desvia seu olhar sutilmente para Ana-Lucia, como se estivesse apontando para ela para que Kate pense que foi Ana quem atacou Sun, mais precisamente, ele induz Kate a pensar isso. Depois ele conclui filosoficamente: "Todo mundo tem medo e o que dá medo em todo mundo é perder uma oportunidade". Essa frase dispensa comentários, mas de qualquer forma podemos acrescentar o seguinte: você pode tomar uma atitude (especialmente em se tratando de negócios) e errar, mas é melhor errar por tentativa e aprender com ele do que nada tentar. Em termos administrativos, tem que ser ousado, porém, devemos lembrar também que para buscar uma oportunidade é importante também fazer um plano de negócios para evitar surpresas desagradáveis. Nesse caso fica a critério de cada um: ser empreendedor e buscar oportunidades sem muito plano de negócios, ou fazer um estudo mais minucioso para não ter problemas futuros, o que não impede também de usar os dois métodos. Todo mundo tem medo e o que dá me medo em todo mundo é perder uma oportunidade.
Horas depois, Kate vai até o médico e diz: "Jack... o quanto conhece a Ana-Lucia?". Mais tarde, Ana diz a Jack que mais duas pessoas: Steve e Jin, estão querendo entrar para o exército do médico. Jin, inconformado com o ataque a sua esposa, pede a arma ao doutor. Algumas horas depois, observem a conversa entre os dois abaixo:
JAMES: Parece que o pessoal da "Ilha Encantada" vai forma uma polícia.
KATE: As armas! Esse é o plano dela para pegar as armas!
Kate pede a James para ir até John. O plano de James vai se desenrolando perfeitamente. Sua teia vai sendo muito bem elaborada. Ele vai avisar a Locke que Jack está vindo pegar as armas e diz que só está dando essa informação porque quer irritar o médico. Em seguida, aconselha a John trocar a combinação da sala de armas (mais uma vez). Entretanto, pedir para trocar a combinação era uma coisa que "Sawyer" sabia que não adiantaria, por isso que deu essa ideia, pois sabia o que John iria responder: "Se o Jack quiser entrar ele vai entrar. Pode me ajudar a levar as armas?".
JAMES: Levar para onde? (John não queria dizer para onde) Legal! Não quer confiar em mim... (ele vai saindo, sabendo que John ficará inquieto e aceitará a ajuda dele).
JOHN: Não posso deixar a escotilha sem ninguém!
JAMES: Legal! Você leva as armas e eu digito o maldito código para você (a forma como ele fala o deixa acima de qualquer suspeita, demonstrando digitar o código com "falta de vontade").
JOHN: Quanto falta para eles chegarem?
JAMES: Não é problema meu chefe... é seu.
Com isso, James também manipula John e consegue fazer com que o próprio Locke esconda as armas e troque a combinação, sabendo que ele não gostaria que James soubesse da combinação. Portanto, o golpe dá certo, Locke vai esconder as armas confiante de que Sawyer não o seguiu, mas James já tinha combinado com Charlie e foi este que o seguiu. "Sawyer" consegue as armas e ninguém sabe onde encontrá-las.
Enquanto isso nos flashbacks, mostra James enganando uma golpista. De início ele estava em parceria com Cassidy, mas tudo não se tratava do plano dele para enganá-la. Cansada de "golpes normais", ela menciona em praticar o “grande golpe”, um golpe conhecido nos Estados Unidos como enganar um casal e roubar o dinheiro de um deles através de confiança e relacionamento fora do casamento. Observem pelas palavras convincentes de James para enganar Cassidy, como ele manipulou perfeitamente para ganhar cem por cento a confiança dela, também uma golpista que seria difícil ser enganada, e vejam uma Curiosidade bem interessante assim que Cassidy perguntou qual seria o Grande Golpe e quando fala uma enorme quantidade de dinheiro que ela tem: "Com esse dinheiro todo vamos para uma ilha qualquer". Que ironia, não? Ele falou isso e sua língua pagou caro, foi realmente parar em uma ilha tempos depois.
James fingiu dar um golpe em Cassidy em parceria com o marido dela, mas na verdade, o golpe era nela mesma. Ele revela suas atitudes para decretar o golpe final nela: "Não tem Último Golpe. Eu sabia dos 600 mil que você tinha, Kessy. Você é o Grande Golpe. Tudo o que a gente viveu nesses últimos 6 meses foi verdade. Ele (o esposo dela) vai matar nós dois porque eu disse para ele que não ia pegar o seu dinheiro. Eu quero que você fuja pelo quintal do vizinho. Eu chego lá de manhã". Temos aí o número 6 e 600, que é múltiplo do próprio 6. Sempre lembrando 6 é a quantidade de números misteriosos de LOST, e que o mesmo é trabalhado na série tanto quanto o 4, 8, 15, 16, 23 e 42. Quanto à ameaça do esposo de Cassidy, não havia nenhuma. "Sawyer" mostrou que tinha desenvoltura para arquitetar seus planos. Lembrando o primeiro comentário dessa página, o que se destaca aqui não é o fato de aplicar um golpe, mas se trata da capacidade de alguém para fazer negócios, de ter lábia para conversar, enfim, ter uma boa estratégia. Mostra também que através do uso da psicologia é possível manipular pessoas de tal forma a fazer aquilo que você deseja.
ISENTO DE ERROS 41, MISTÉRIO 51, LEGENDA VS. DUBLAGEM 83, ADMINISTRAÇÃO 83 e SOCIOLOGIA 145 – O problema de liderança entre Jack e John vai ficando mais visível agora, mas quem se dará bem nisso não é nenhum dos dois e sim James com o seu Grande Golpe na ilha:
JACK: Nós tínhamos um acordo!
JOHN: Um acordo que você rompeu, Jack! Você ia distribuir as armas! Quantas? Pra quem?
JAMES: É isso aí, Jack! Ficaram tão ocupados um com o outro que nem se lembraram de mim, não é? Você pegou minhas coisas enquanto eu fui buscar ajuda para nos resgatar! Você pegou tudo e distribuiu. Você decidiu que vocês dois iam dizer para todo mundo o que fazer e quando fazer! Mas eu tô cheio de ser mandado! Eu quero minhas coisas de volta, porque creme de barbear é inútil! A única coisa útil agora são as armas e se quiserem uma vão ter que falar comigo para pegar! Vocês estão ferrados!
Como bem falou James, quando duas pessoas entram em conflito, especialmente para ver quem manda mais, eles não conseguem enxergar as coisas com clareza, se tornando alvos fáceis para serem enganadas. Por isso que Locke não percebeu que estava sendo seguido pelo inexperiente Charlie, e o próprio Charlie comenta sobre isso, ao dizer que John estava mais preocupado com as armas do que imaginar que estava sendo seguido. Essa explicação se encaixa no Isento de Erros, para evitar que o público critique o fato de Locke ser seguido por alguém como Charlie. Só o fato de ele ser seguido já é inacreditável. Outro destaque para o Isento de Erros é quando James cita o "creme de barbear". Isso serviu para evitar críticas a respeito da aparência dos sobreviventes, já que os homens sempre estão com a barba feita. Aliás, veremos em breve o próprio Locke se barbeando no banheiro da Escotilha.
Volto ao comentário feito em outro momento, quando James foi embora pela jangada sem a mínima pretensão em retornar, mas que os eventos em alto-mar o fizeram voltar para a Ilha. Ele exige suas coisas de volta, quando na verdade nada era seu. Quanto a Jack, distribuiu tudo para todos, e isso "Sawyer" não gostou. Se todos estão em uma ilha deserta, é necessário haver união, e que todos compartilhem as coisas entre si. O egoísmo de James falou bem mais alto.
Outro fato que James falou e que não era verdade foi quando disse que saiu na jangada para buscar ajuda para os que ficaram na Ilha. Como ele era egoísta com certeza não pensava em ninguém ali, aliás, ele queria se mandar dali a qualquer custo.
Devemos nos ater a uma coisa que James falou. Quando ele disse que Jack decidiu que ele e John iriam decidir sobre as coisas na Ilha. O médico era quem mandava no grupo, e se existia um conflito ali entre os dois, então de certa forma Jack decidiu por esse conflito. Vamos analisar a conversa a seguir, ainda sobre esse assunto:
KATE: Enganou a todos. Enganou a mim! Você fez aquilo com Sun?
JAMES: Que tipo de pessoa acha que sou?
KATE: Eu acho que você quer que todo mundo te odeie.
JAMES: Que bom que você não me odeia. Eu sou um golpista (na legenda consta: Você foge, eu dou golpes)! Pau que nasce torto morre torto.
Kate se sentiu usada. Observem quando uma sociedade se forma e algumas pessoas ficam mais próximas de outras. Devido à aproximação e o "clima" que estava rolando entre esses dois, Kate não achava que "Sawyer" a fosse "magoar". Interessante notar a resposta dele: "Que tipo de pessoa acha que sou?". Foi a mesma frase que Jack usou para com Kate dias atrás.
Vamos analisar agora as traduções. James deixa claro que fez tudo isso porque é um golpista. Na dublagem em áudio ele fala único e exclusivamente dele, demonstrando o porquê de ter feito tudo isso e ao mesmo tempo como se reclamasse: "O que foi? Esse sou eu. Por que a surpresa?". Entretanto, na legenda vemos que ele diz algo do tipo: "Você apronta das suas, eu apronto das minhas", e também ao mesmo tempo é como se dissesse: "Você não é fugitiva? Eu sou golpista, então, não me venha dar sermões!". Estão percebendo a diferença? Na dublagem James dá uma explicação, uma justificativa, coisa que não é de seu feitio. Na legenda ele rebate as reclamações de Kate. Isso sim é a cara dele.
SOCIOLOGIA 146:
JAMES: Ele não te viu, não é?
CHARLIE: Não. Estava mais preocupado com as armas do que ser seguido.
JAMES: Acho que queria isso de volta.
CHARLIE: Se eu quisesse já teria pegado antes de dizer onde eles estavam. Não foi por isso que eu fiz. Eu queria que ele passasse por idiota (se referindo a John Locke). Esse golpe… tudo isso que a gente fez…
JAMES: Nunca fiz uma coisa boa na vida. Eu não sou uma boa pessoa, Charlie! Eu nunca fiz uma coisa boa na minha vida.
Como já comentei várias vezes, parece que a Ilha seleciona as pessoas que julgam boas ou más, especialmente quando as próprias "eleitas" soltam palavras que não deveria, fazendo com que o julgamento a respeito de si mesmo se apresse e se condene. Quando assistimos os flashbacks de James, vemos os crimes que praticou e ele próprio diz que não foi uma boa pessoa e que nunca fez nada de bom. A dúvida é: por que ele não foi considerado uma má pessoa pela Ilha, já que praticou tantos crimes? Será que foi porque ele se tornou a pessoa errada por causa de um crime que presenciou quando criança, corrompendo sua infância traumaticamente, ou seja, sendo vítima das circunstâncias, e não sendo ruim por natureza? Ainda assim, o evento do passado o tornou uma pessoa que não se deva ganhar voto de confiança, porém, não se deve julgar, pois todos merecem uma segunda chance, como muito foi pregado na 1ª Temporada. Se houve segunda chance para ele, que foi a pessoa quem mais cometeu crimes entre os sobreviventes, por que não houve para os outros? A única resposta seria a de que ele é um dos personagens principais e que provavelmente é um dos mais queridos da série, ou seja, ele morrendo, a série perderia audiência. Poderíamos também dizer que a Ilha acredita nele, tanto é verdade que ele teve uma importância fundamental na 5ª Temporada, pois talvez tenha sido ele um dos responsáveis pela queda da Oceanic 815, mas isso só será revelado nos comentários da 5ª Temporada. Por fim, se observar bem, James foi uma das duas pessoas que muito foi progredindo na Ilha. Foi se tornando uma pessoa melhor bem lentamente e sem nem perceber, tanto que na 3ª Temporada isso vai ser comprovado, quando Hugo fará com que ele lidere. Talvez tenha sido isso que também a Ilha estava percebendo. Eu falei duas pessoas que foram evoluindo. Quem foi a outra? Jin.
CURIOSIDADE 292 – Sayid consegue captar um sinal no walk talk, mais precisamente uma estação musical. A música é Moonlight Serenade, a mesma que será ouvida no rádio do carro de Jack, quando estiver vigiando Sarah no trabalho em outro episódio (1º episódio da 3ª temporada). Hugo diz que o sinal está perto, mas Sayid diz que pode vir de qualquer lugar. Hugo responde algo bem espantoso: "Ou de qualquer época!", ele dá uma pausa sinistra e depois ri, dizendo que é brincadeira. Sayid o olha como se reclamasse por ele brincar com algo tão sério e ao mesmo tempo por dizer algo tão infantil e absurdo. Apesar de essa cena ocorrer no meio da 2ª Temporada, pareceu que ele estava prevendo o futuro deles na Ilha. Mal saberia ele que em breve iria haver choque entre épocas, mas isso é coisa para se explicar somente na 5ª Temporada, o que importa aqui é mostrar o que muitos falavam, inclusive os próprios escritores, dizendo que tudo era escrito na hora. Se olharmos bem nas entrelinhas das falas dos personagens, não parecia que nada era escrito na hora, mas sim, que estava tudo predefinido antes mesmo de a série entrar no ar. 2ª Temporada para a 5ª são três anos. Como tudo era escrito na hora???
As curiosidades a seguir são do site da série
CURIOSIDADE 293 – A mãe de Kate, Diane Austen, atende James Ford acompanhado com o marido de Cassidy na lanchonete. Mais uma daquelas ligações entre os sobreviventes, muito antes de embarcar no voo da Oceanic. Eu não percebi isso. Peguei essa informação nos extras do DVD.
CURIOSIDADE 294 – A música que Sayid e Hurley escutam no rádio é Moonlight Serenade, da orquestra de Glenn Miller. Miller, além de músico, também foi Major do Exército americano. Em 15 de Dezembro de 1944, ele e outros dois oficiais viajaram de Londres a Paris… e o seu avião simplesmente desapareceu.
CRONOLOGIA – 57º dia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário