quarta-feira, 23 de setembro de 2020

T2/E20 - TWO FOR THE ROAD (Duas para a Estrada) - Parte 1 de 2.

NÚMEROS 72 – Os números que aparecem nas fileiras de carros de polícia na delegacia onde Ana trabalha são 4, 8, 15, 16, 23, 42. Todos os números de LOST.

LEGENDA VS. DUBLAGEM 93 – O falso Henry diz: "Você matou dois dos nossos. Você é assassina, Ana-Lucia!", todavia, na legenda consta: "É você a assassina, Ana-Lucia!". O leitor deve estar se perguntando o que tem de mais aí, pois as frases dão no mesmo sentido. Dessa vez eu não culpo as traduções, pois não vai comprometer o sentido do texto, entretanto, quando se faz uma tradução é preciso ter muita cautela com o que será traduzido e consequentemente interpretado. Se observarmos com cuidado, ao pé da letra, veremos que as duas frases trazem sim um sentido diferente. Quando "Henry" declara que Ana é uma assassina, ele fala de forma acusativa, ofensiva e afirmativa. Desde que esse personagem entrou na história nós vemos que ele trabalha com o psicológico das pessoas, nunca falando diretamente, mas indiretamente, portanto, não combina com ele até o momento essa forma ofensiva. Na legenda, sempre fiel à fala original, ele está se defendendo, pois como Ana faz acusações ele se defende inteligentemente acusando a jovem. É como se ele respondesse: "É você a assassina aqui Ana-Lucia, não eu". Enfim, ele fala de forma defensiva e ao mesmo tempo ocultamente ofensiva, não diretamente ofensiva. Pode parecer irrelevante isso, mas para uma série complexa e quando há fãs como eu, que analisam tudo e interpreta os personagens pela fala, acabará tendo um conceito diferente dos personagens da série. Que o diga Kate, que é a que mais o áudio a demonstra como uma pessoa de má índole, quando na legenda a mostra como uma pessoa normal. Mas mesmo o áudio insistindo em mostrar Kate como uma péssima pessoa, mesmo assim percebemos que ela não é o que o áudio mostra. Isso aconteceu comigo, com minha irmã, com outras pessoas que conheço, enfim, depois que terminar de comentar sobre todos os episódios, vou fazer uma coletânea dessa categoria para alguns personagens, especialmente Kate.

LEGENDA VS. DUBLAGEM 94 – Quando "Henry" diz algumas coisas para Ana-Lucia, Jack fala: "Então ele decidiu falar de novo, não é?". Na legenda consta: "Então ele resolveu começar a falar, hein?". Diferente do comentário anterior, nesse sim os sentidos são monstruosamente opostos e não tem desculpa para a dublagem em áudio. A sempre e fiel tradução da legenda mostra que finalmente o prisioneiro resolveu falar, quando guardava informações o tempo todo. Mas observem a tremenda falha da dublagem: "falar de novo"? Desde quando ele dava informações para o pessoal do avião? O cara não falava com ninguém e manipulou a todos, como é que ele resolveu falar de novo se ele em nenhum momento abriu a boca??? Melhor parar por aqui senão eu vou baixar o nível com xingamentos ao áudio.

ADMINISTRAÇÃO 110 e SOCIOLOGIA 180 O PROBLEMA DE PARENTES EM SUA EMPRESA – Ana-Lucia diz: "É que acho que pais e filhos não deviam trabalhar juntos! É muito complicado!". Isso é uma grande verdade. Vamos falar de empresas, primeiramente. O proprietário de uma loja tem como funcionários seus filhos. Qual o problema? Vamos por etapas: 1) funcionários sem grau de parentesco com o gerente, isso implica dizer que ele terá de cumprir suas responsabilidades com seus funcionários. Tendo filhos como funcionários, pode acontecer de quando houver problema financeiro, o gerente deixar o pagamento dos filhos para segundo plano, explicando a eles que é por medida de segurança, pois o que é deles está guardado e não perderão nada; 2) problemas de família podem atrapalhar o desempenho entre pais e filhos na empresa; 3) filhos podem confundir ‘patrão e pais’ e não fazer distinção entre as ordens, se rebelando com os mandos e desmandos; 4) pais podem confundir filhos com funcionários e exagerar nos mandos e desmandos; 5) pais podem confundir filhos e funcionários e ser mais maleável com os filhos, causando problemas com aqueles que não são filhos; 6) por serem filhos, estes podem chegar mais atrasados, causando atrito com funcionários que não têm grau de parentesco, enfim, são muitas coisas que podem ser classificadas aqui, mas fica somente nesses exemplos. Não estou sendo contra empresas desse tipo, pois muitas funcionam muito bem com a família participando, mas só estou mostrando os riscos que podem ocorrer nesses casos.

Curioso é que tanto Ana teve problemas com sua mãe, já que trabalhavam na mesma delegacia (isso é até comentado no episódio, pelo fato de ter privilégio à AL), quanto Jack teve problemas com seu pai no hospital, mostrando como esses dois tiveram histórias parecidas e problemas envolvendo profissionalismo entre pais e filhos, por estarem convivendo no mesmo local de trabalho.

LEGENDA VS. DUBLAGEM 95 – Uma simples palavra omitida na tradução muda o sentido da cena. Quando a mãe de Ana-Lucia reclama: "Você é uma policial, Ana-Lucia. Se não consegue me respeitar pelo menos respeite isso!". Então, Ana responde: "Eu me demito!". Dá a entender que ela não aguentava mais tanta pressão da mãe e resolveu se demitir ou então que tivesse medo de ser descoberta pelo assassinato de Jason, por isso resolveu cair fora, já que horas antes, sua mãe havia perguntado o que ela havia assistido na TV e ela não respondeu porque realmente não havia assistido nada, pois não se encontrava em casa naquela hora, mas sim, matando Jason. Todavia, como sempre na legenda que é uma tradução fiel ao roteiro original, existe uma palavra a mais na frase: "Então, eu me demito!". Esse "então" significa que se pelo menos ela não respeita a mãe, deveria respeitar a função de policial. O "então" que ela fala demonstra seu relacionamento negativo com a mãe, pois ela confirmou o que sua mãe disse, demonstrando não respeitar realmente a mãe, mas que respeita a função policial. Viu a diferença da simples existência de uma palavra? Tudo isso a ver unicamente com o relacionamento mãe e filha e nada a ver com o fato de trabalhar como policial e cometer erros. Repito o comentário de L VS. D 90, isso é irrelevante e ninguém com certeza perceberá nada disso, mas gosto de frisar que toda série terá fãs apaixonados, e dentre esses, existem aqueles que observam determinadas falas para tentar desvendar algo antes que se descubra nos próximos episódios ou temporadas (já que Lost era campeão em mistérios). Se pelo menos um detecta isso quer dizer que existe o risco. Eu detectei. Saiu da margem zero.

ISENTO DE ERROS 52, MISTÉRIO 66 e CURIOSIDADE 335:

A VOLTA DOS SEIS GRAUS DE SEPARAÇÃO

ANA-LUCIA: E por que eu deveria ir para Sydney com você?

CHRISTIAN SHEPARD: Talvez o destino tenha nos colocado juntos.

ANA: Por que o destino faria isso?

CHRISTIAN: Você precisa de ajuda, não é? Ou não precisa?

A série gosta de trabalhar com esse tema: destino. Se observarem, é como se realmente o "destino" tivesse unido todos na Ilha, sendo mais preciso, unido bem antes da queda do avião, dias atrás, meses atrás, até mesmo anos atrás. É uma forma de mostrar que os encontros e desencontros que ocorreram ainda na cidade não foi algo exagerado. Com tantas pessoas no mundo, você cruzar exatamente com aquela pessoa que estará com você futuramente enclausurado em uma ilha deserta. Pode parecer exagero, mas convido os leitores a reler o texto que digitei logo após a lista de todos os passageiros mencionados na série e que se encontra antes de começar os comentários do 1º episódio da 2ª Temporada. Ao ler o texto você verá que não é tão impossível quanto você acha que pareça, o fato de você ter cruzado com alguém que você conhecerá futuramente e que poderá ser uma pessoa de suma importância para você. Posso até citar algo que aconteceu comigo como exemplo. Certa vez participei de um evento religioso que ocorreu na frente da casa de uma pessoa em um bairro distante do centro onde eu morava. Anos depois conheci uma família, cujo pai se tratava do mesmo proprietário do lar onde foi realizado o evento anos atrás. Tornamo-nos bem amigos, mas só vim descobrir que já tínhamos cruzado o mesmo espaço no passado quando falávamos de eventos religiosos passados. Outro exemplo: anos atrás, minha irmã desmaiou enquanto ministrava aula. Anos depois, enquanto eu conversava com uma colega de faculdade (2007, acho), falávamos do passado e ao citar o caso de minha irmã, minha colega me falou que era aluna dela e que viu tal cena, a ajudando no dia. Estão vendo como nada é impossível? Ou tivemos algum contato que nunca imaginaríamos com alguém no passado ou uma pessoa teve contato com alguém que teve contato conosco no passado. Por uma, por duas ou mais pessoas, sempre há e haverá ligações entre as pessoas. É o que o texto que citei fala antes de iniciar os comentários da 2ª temporada: os seis graus de separação (comentário antigo. Ao reler isso para atualizar hoje e postar (26 de abril, 2014), já que eu tive que parar meu Blog por alguns anos, essa minha colega teve uma importância fundamental em minha vida. Se não fosse ela, existiria o risco de eu não estar empregado concursado como Técnico Administrativo da Prefeitura, pois foi ela quem viu meu nome como classificado. Faltavam seis meses para se esgotar o prazo de dois anos. Foi ela quem me avisou sobre a nova lista de classificados (suplente, pois cinco que estavam na minha frente desistiram e eu era o seguinte à convocação). Obrigado, Flavinha. Ajudou ou esteve presente em algo da minha irmã no passado e foi importante para mim no futuro. No passado, no presente, e para sempre no futuro).

E aí? É ou não é possível você cruzar com pessoas desconhecidas que fizeram parte no passado de algo que te envolve, e se tornarem conhecidas no futuro? Mesmo que tais pessoas cruzem com algum parente seu da própria casa?

Para salvar o roteiro da série e fortalecer mais ainda os mistérios, além de falar desses graus de separação e probabilidades de encontros e reencontros, sabemos que além dessas possibilidades de a Ilha ser um dos personagens, senão, o principal da série, ela "escolhe" as pessoas, quanto mais a respeito de a Ilha manipular os eventos no passado para chegar a esse desfecho.

Nenhum comentário:

Postar um comentário