terça-feira, 15 de setembro de 2020

T2/E16 - THE WHOLE TRUTH (Toda a verdade). Parte 4 de 4.

 PSICOLOGIA 107 e ADMINISTRAÇÃO 95:

HENRY GALE: Faz quanto tempo? Vocês não sabem de nada, não é? Eu estou curioso sobre tudo neste lugar aqui. Vocês não parecem ter curiosidade (ao ver o café da manhã oferecido por Jack, o "Henry" continua). É o meu prêmio por bom comportamento? Agora confiam mais em mim depois que fiz o mapa pra Ana.

JOHN LOCKE: Que mapa?

HENRY GALE: O do balão.

JOHN LOCKE: Você...

JACK SHEPHARD: Não!

HENRY GALE: É! Vocês têm um problema de confiança, não é? Dá para entender porque ela não contou nada. Vocês brigam o tempo todo. Claro! Se eu fosse um deles… essa gente que vocês acham que são seus inimigos. O que eu faria? Não teria balão, então eu faria um mapa de um lugar bem escondido… uma cilada. Quando os seus amigos chegassem lá, o meu pessoal estaria esperando… aí… usariam eles para trocar por mim. É! Ainda bem que eu não sou um deles, não é mesmo? Você tem leite aí?
        Um dos diálogos mais ricos da série. Vamos analisar passo a passo. Quando Henry diz "Vocês não sabem de nada, não é?", está se referindo ao fato de eles estarem dentro de uma escotilha, uma estação muito bem construída em plena ilha deserta. O que um lugar que mais parece um apartamento estaria fazendo em um local desses? Quem construiu? Onde estão as pessoas? Como está tão bem conservado? Como tem tanta comida, inclusive industrializada, se não havia ninguém (e havia, até onde eles sabiam: Desmond)? Como e por que há energia elétrica e água encanada? De onde vem essa água? Como tudo isso é possível? Mesmo assim eles convivem com tanta estranheza ali sem nada questionar. De certa forma eles questionaram no começo, mas deixaram de lado o medo e a curiosidade e passaram a viver naquele lugar.

        Em seguida Henry fala "Eu estou curioso sobre tudo neste lugar aqui" demonstrando que mal chegou ali e já quis saber a origem de tanta coisa sem nexo, enquanto que os sobreviventes nem se importaram, simplesmente se acomodaram lá dentro. Então, ele fala algo bem interessante que, assim como na 1ª Temporada no episódio 5 que eu disse que voltaria a comentar sobre o livro nesta 2ª temporada, quando o grupo se dividiu em: quem fica nas cavernas; quem fica na praia, nos fazendo recordar do livro "Quem Mexeu no Meu Queijo". Mais uma vez a série trabalha com uma alusão a esse livro quando ele diz: "Vocês não parecem ter CURIOSIDADE", ou seja, não querem saber de onde veio tudo aquilo: energia elétrica, água encanada, COMIDA (o queijo) etc.? Eles simplesmente aceitaram o fato de ter aquelas coisas sem saber de onde vieram e isso desde que entraram na escotilha a partir do 3ºepisódio. Não foi de agora. Seria o medo de descobrir o desconhecido? Da outra vez o grupo se dividiu, mas desta vez todos se acomodaram sem procurar saber a origem de todas aquelas coisas. Se acostumaram com o "queijo" colocado no labirinto sem querer saber de onde ele vem e onde seria a saída do labirinto. E o pior é que esse “queijo” será literalmente reabastecido no próximo episódio. Tornar-se-á de fato um queijo para o labirinto.

        Depois disso, Henry fala do bom comportamento, mexendo mais ainda com o psicológico de Jack e John, de certa forma, fazendo um deboche pelo tratamento que os dois fazem, como se fossem a polícia local (lembrando as palavras de Arzt), decidindo o que fazer, penalizando alguém e amenizando a pena quando bem entenderem. Após isso, complementa sobre o mapa que fez para Ana. "Henry" percebera o conflito entre os dois e que Ana esteve ali orientada por um dos dois sem consentimento do outro. Então, mais uma vez seus jogos mentais funcionam. Ele aproveitou a deixa para falar disso, pois tinha certeza que nem os dois sabiam que Ana havia conseguido algo dele e que ela não contara a ninguém. Dessa vez ele inclui mais uma pessoa na lista das desconfianças e de uma forma inteligente para delatar a ex-policial "inocentemente", quando sua intenção era realmente fazer isso e se passar por bonzinho, inteligentemente fazendo as pessoas ali ficarem umas contra as outras.

Quando Jack e Locke discutem, Henry aproveita outra deixa para "cutucar" mais ainda os dois, desta vez, sem indiretas, quando diz que eles têm problemas com confianças. Agora Henry parte para comentários diretos, fazendo questão de comentar sobre o conflito dos dois quando diz que vivem brigando.
        Por fim, o ápice de seus jogos mentais nesse comentário. Quando ele fala da suposta cilada, consegue fazer com que os dois comecem a ter dúvidas sobre a inocência dele e ao mesmo tempo diz que não é perigoso, especialmente quando pede leite, para demonstrar não estar preocupado. Ele consegue deixar a dupla com tremendas dúvidas e encerra o assunto da forma mais debochada possível.

PSICOLOGIA 111:

HENRY: É melhor chamar o Jack!

        Esse pedido de ajuda de "Henry" não foi preocupado com John Locke, pelo contrário, ele conseguiu "plantar" a semente da discórdia entre John e Jack e dizer isso era fazer com que a "planta" nascesse mais rápido. É claro que Locke não chamaria o médico, pois demonstraria que era dependente do doutor e que não conseguiria resolver nada sozinho. Também foi uma indireta para mostrar que só Jack mandava e que ninguém resolveria nada sem ele. Vejam como uma simples frase é capaz de manipular e alterar o estado de espírito de uma pessoa.

MISTÉRIO 58 – Eu classificaria isso como Curiosidade, se realmente não houvesse algo estranho na vida de Locke na Ilha. A trava de segurança (a porta blindada) fecha em cima das pernas de John. Todos os fatos ruins que acontecem a ele fisicamente, sempre atingem a perna. Isso serve para abalar a sua fé nos estranhos poderes da Ilha?

CURIOSIDADE 313 – Ou "Henry" é perfeito em suas encenações (provavelmente) ou talvez no caso de a porta prender a perna de Locke, também pegara o prisioneiro de surpresa (pode ser provável também). Quando as portas se fecharam e penderam as pernas de John, "Henry" perguntou o que havia acontecido. Ele demonstra uma expressão de aflição, desespero e medo pelo que está acontecendo lá fora e ele não sabe o que é. Será que ele é tão bom em encenar que interpretou até esse susto para que sua voz soasse mais convincente, até porque, ninguém estava vendo sua expressão de terror por se encontrar preso em uma sala, ou será que realmente ele não esperava que as portas fossem se fechar? Bom… como esse cara é o rei da encenação, prefiro acreditar que foi encenação mesmo, apesar de não parecer. Leia o comentário abaixo.

CURIOSIDADE 314 – Na Escotilha, enquanto as luzes estão apagadas, é possível ouvir o barulho emitido pelo monstro de fumaça (questão de segundos) Essa Curiosidade eu não percebi, consta no site da série, entretanto me fez pensar uma coisa: será que foi "a fumaça" que baixou a porta? Se "Henry" não tinha contato com Jacob como os dois combinaram o acidente provocado pela porta, prendendo as pernas de Locke? Como não havia contato, então isso explica o provável verdadeiro susto do prisioneiro, sem saber o que se sucedia fora de sua sala? Leia o comentário acima (só não precisa repetir esse, dãããã).

LEGENDA VS. DUBLAGEM 88 – Se referindo a Ana-Lucia e o mapa, Jack diz: "Então é assim que vai ser?" A tradução correta da legenda é: "O que está feito está feito!". Observem a diferença. A dublagem faz uma pergunta e a legenda uma afirmação. Além do mais, por conta da tradução em áudio, nunca reconheceremos essa frase que é o slogan da 5ª Temporada. Mais uma vez isso prova como os escritores tinham em mente a história da série desde o início, pois essa frase foi o slogan da 5ª Temporada. Se os tradutores seguissem à risca, não cometeriam essa gafe: fala da legenda tão importante para a série e interligada lá na frente com a 5ª temporada. Que pecado!

CURIOSIDADE 315:

HELEN: Nós fomos lá para esquecer. Pra seguir com nossas vidas. Pra perdoar.

       Da mesma forma do comentário anterior, vemos ocorrer aqui. Mais um dos slogans da série, só que dessa vez referente à 6ª Temporada, provando que o que era escrito na série não era na hora, mas já estava tudo programado. Inclusive essa frase será o desfecho final para acabar a série. A não ser que tais frases se referiam ao fator “purgatório” que tanto alguns telespectadores poderiam imaginar. O velho e bom jogo de palavras que os produtores já tencionavam mexer com o pensamento nosso.

PSICOLOGIA 112 – Sayid volta da busca ao balão. Só uma pessoa sendo boa na psicologia e muito observadora para desconfiar que alguém possa estar fazendo jogos mentais para enganar os outros. O árabe achou o balão, mas o fato de existir o balão não quer dizer que o tal Henry seja quem diz que é. Prevaleceu a experiência e o bom censo do árabe, que não acreditou na história do prisioneiro até as últimas consequências para achar a prova definitiva de que "Henry" enganava a todos. Interessante é que ele só seguiu adiante porque Ana-Lucia insistiu. Aprendeu com ela?

ATUAÇÃO 11 – Nos últimos segundos desse episódio, quando "Henry" é descoberto como farsante, ele muda sua expressão de preocupação para algo do tipo "É! Vocês me descobriram!" de uma forma bem desafiante. A lógica seria a de ele demonstrar mais preocupação ainda, mas a interpretação do ator Michael Emerson foi tão espetacular que parece mesmo que havia ali duas pessoas: Henry Gale e o homem que se fazia passar por "Henry Gale". Foram só dois segundos, mas suficiente para percebermos de cara que tipo de pessoa prepotente e manipuladora era aquela que se encontrava ali. Dois segundos de apresentação para o futuro Benjamin Linus que só tomaremos conhecimento no início da próxima temporada.

CRONOLOGIA – 61º dia. O mesmo dia do episódio anterior.

 

As curiosidades a seguir fazem parte do site da série.

 

CURIOSIDADE 306 – Essa é uma das maiores curiosidades da série. Enquanto James e Bernard estão conversando, a produção fez algo muito inteligente, fez com que possamos sentir "na pele" o que Jin sentia quando estava no meio de várias pessoas que não falavam sua língua, mostrando uma língua totalmente estranha. Se isso já foi inteligente, imagine só a criatividade da série. A estranha conversa que Jin não entende na verdade se trata de “falas” de verdade, só que a produção exibiu o áudio de trás pra frente. Vejam na íntegra o que eles conversam (retirado do site da série. Essa ideia foi feita também na 1ª temporada):

BERNARD: Bem, como você sabe disso?

JAMES: Ah! Eu tenho minhas fontes!

BERNARD: Mas você não iria contá-lo?

JAMES: Não no meu lugar!

BERNARD: Você deveria contá-lo! Ou...

JAMES: Que diabos! Não! Deixe que "Sun-nascer-do-sol" conte!

            Interessante ver uma conversa inédita, não é? Quem não sabia disso e fica sabendo agora, com certeza torna-se uma cena inédita. Curioso também é vermos mais outro dos velhos apelidos que James põe nas pessoas, mas que estava oculto.

CURIOSIDADE 307 – O site da série fala sobre o assunto a seguir de um ponto de vista, mas eu vou citar pelo meu ponto de vista. Desde que a série começou, sempre aparece um personagem que fala algo ou pega em algum objeto, cujo tema central do episódio seguinte será sobre ele. Exemplo: em um episódio, mostra Michael pegando uma caixa, no episódio seguinte (1ª temporada), o assunto principal se encontra nessa caixa, com episódio centrado em Michael e Walt; em um episódio Hugo fala que tem muito dinheiro, no seguinte o episódio o mostra ganhando na loto (1ª T.); em um episódio mostra a dúvida sobre o relacionamento de Shannon e Boone, no seguinte o tema é sobre os dois (1ª T.), enfim quase todos os episódios tem alguma cena de entrada para o tema do episódio seguinte. Se você prestar atenção, verá isso em todos. Neste, ou melhor, no episódio anterior, Claire reclama com Sun: "Você é mãe?" Neste episódio a sul coreana descobre que vai ser mãe.

CURIOSIDADE 308 – O livro que Sawyer está lendo na praia é Are You There God? It's Me, Margaret por Judy Blume. No livro, Margaret, uma pré-adolescente, lida com seus desafios como comprar seu primeiro sutiã, ter sua primeira menstruação, e gostar de garotos.

CRONOLOGIA – 60º e 61º dia.

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