ADMINISTRAÇÃO 78 – SE TEM UMA IDEIA, SOLTE-A ANTES QUE ALGUÉM TOME SUA FRENTE – John e Jack discutem sobre o segredo da porta da sala de armas e quando Jack pede o segredo a John Locke, este responde: “Está preocupado que eu possa cair de uma encosta ou coisa parecida?”. Já comentei isso em episódios anteriores, inclusive isso aconteceu no dia em que Jack escondeu a água mineral e saiu atrás de seu suposto pai pela selva. Claire começou a passar mal e precisava de água, mas Jack não somente estava ausente como também quase caiu de um precipício. Quando John falou a frase destacada, se referia a esse momento do passado, já que foi ele quem salvou Jack de cair do precipício. Por isso a importância mais uma vez comentada de que quando você tem algo para guardar, é preciso ter outra ou até três pessoas sabedoras do assunto, caso contrário, se a pessoa morre, o que guardou para si, morre junto. Vejam o exemplo: você tem uma ideia para uma empresa. Ponha no papel e de preferência haja na elaboração do que você pensou, pois não fazendo isso, a ideia nunca ganhará vida, ou pior, outra pessoa pode ter uma ideia igual e tomar sua frente. Tem o detalhe também que já comentei antes a respeito de confiança, em que já falei que não se deve confiar em ninguém, nem mesmo em sua sombra. Todavia, se fôssemos pensar totalmente assim nunca pertenceríamos a uma sociedade.
Voltando à frase De John, também foi uma indireta ao médico, pois ele disse meio que irônico como se dissesse que Jack desejaria que ele (Locke) caísse em um abismo, complementando então que espera que não seja desconfiança do médico em não querer passar o código da sala de armas. A resposta que Jack solta é ainda mais inteligente: "É! Tem muitos penhascos na Ilha, John". Era óbvio que Jack se referia aos muitos penhascos da Ilha, mas ele quis deixar claro que não seria por suspeita de Locke achar que Jack quisesse que ele caísse, pois o médico deu certa "sacudida" na frase de John ao dizer que muitas pessoas não ficariam tristes se algo acontecesse ao careca, demonstrando que ele não era tão querido como o próprio médico era. Poderia ser até que alguém fizesse algo contra ele por não ser querido: “muitos penhascos”.
Para finalizar essa conversa de disputa de liderança, Locke diz: "Vamos combinar uma coisa: se um de nós precisar abrir, contamos um para o outro". Guerra entre farpas: Locke queria tomar posse sozinho da sala de armas; Jack pede a senha da sala de armas; John rebate, pois queria a senha somente para si, e com o pedido do médico ele se sente na obrigação de dar; Locke faz um acordo com Jack. Tudo isso será em vão, pois poucos episódios mais à frente, veremos que o acordo irá por água à baixo. Trata-se da difícil situação em existir fortes candidatos para liderança em meio a um grupo.
ISENTO DE ERROS 40 – Ana-Lucia confunde o nome de Scott com Steve. Será que houve um erro aí? Observem o seguinte: Ana não chegou a conhecer Scott Jackson porque ele morreu muito antes de ela se juntar aos sobreviventes da parte intermediária do avião, portanto, não tinha como ela trocar esses dois nomes que muitos trocavam. A única explicação que possa salvar a série de um erro seria que quando as pessoas chamavam Steve Jenkins ainda confundiam com Scott e isso fez com que Ana passasse a chamar assim também, é tanto que mesmo depois de morto alguém ainda fala os nomes trocados, que é corrigido por Hugo. Ela ouvia a troca, logo, também trocaria.
SOCIOLOGIA 136 e ADMINISTRAÇÃO 79 – É FÁCIL CONDENAR O NEPOTISMO. E SE FOSSE COM VOCÊ? E QUANDO SE TRATA DOS MAIS NECESSITADOS? DEMITIRIA OU FICARIA COM OS EXPERIENTES? Quando a Drive Shaft falha em uma propaganda de fraldas, o dono da loja manda Charlie livrar-se de Liam chamando-o de desastre. Charlie responde: “Não vou me livrar de ninguém! Ele é meu irmão!”. Na prática do nepotismo, muitos colocam parentes em trabalhos até mesmo jurídicos, só que sem experiência ou sem ser concursado. Em se tratando de empresas que se encontra em crise, a última opção é a de demitir pessoas e é nesse momento que as decisões são complicadas, pois fica tendencioso de o dono da empresa se deixar levar pelo emocional e não demitir aqueles mais próximos, parentes ou quem tem mais necessidade. O que você faria? Demitiria os “menos favorecidos” para ficar com os mais experientes ou optaria por quem mais precisa do emprego ou por parentes ou amigos, deixando de obter sucesso com os mais experientes? Lembremos que Charlie não quis tirar o irmão que era drogado, e em seguida, Charlie acabou sendo “infectado” pelo mesmo problema do irmão, as drogas, e isso pôs fim à banda.
SOCIOLOGIA 137 – PERDOAR E ESQUECER??? Devemos tomar cuidado com certos problemas pessoais com algumas pessoas, pois não sabemos quando teremos um dia de depender dessas mesmas. Charlie teve problemas com John Locke e agora que ele perdeu o controle e que John estava mais próximo de Claire, ele pede para que John fale com ela. Então, o careca responde: “Confiança é uma coisa difícil de se recuperar”. Isso é uma realidade. Quando somos magoados ou traídos por alguém fica difícil confiarmos naquela pessoa outra vez, pois se foi capaz de fazer uma vez pode ser capaz de novo. Muitas denominações religiosas pregam o perdão e acham que quem perdoa esquece, mas digo o contrário: alguém lhe trai, você perdoa, mas perde a confiança nela, e então? Será que realmente perdoou? Alguns diriam que não pelo fato de não esquecer. Minha opinião é a seguinte: alguém lhe magoa, você perdoa e esquece. Tempos depois aquela pessoa lhe magoa de novo e você não esperava isso porque tinha esquecido. Contudo, você perdoa e não esquece, ou seja, isso não quer dizer que você fique “jogando isso na cara da pessoa” vez em quando, mas ficará alerta para não ser enganado uma segunda vez. É sempre bom a pessoa que magoou saber que você não esquecerá isso mesmo que diga que a perdoa, pois ela terá o cuidado de não errar de novo. OBS.: Essa é uma opinião totalmente pessoal. Não tem respaldo psicológico nem sociológico.
MISTÉRIO 48 e SOCIOLOGIA 138:
JOHN: Uma vez deixei você decidir se queria fazer isso ou não com você mesmo. Agora eu decido por você (Locke se referia ao dia em que apreendeu as drogas de Charlie para que o rapaz pedisse por três vezes a droga e na terceira vez que pedisse, daria. Episódio 7: A Mariposa; 1ª Temporada).
CHARLIE: … que tudo acontece aqui por um motivo (...) que essa Ilha testa a gente. É isso que é, John… esse é o meu teste, por isso elas estão aqui!
JOHN: Estão aqui porque você trouxe pra cá, Charlie.
CHARLIE: Tem que acreditar em mim!
JOHN: Abriu mão do direito de ser confiável.
Esse diálogo é excelente. Observem como o ser humano procura "desculpas" que sejam convenientes para determinado ato que ele queira fazer e que não seja certo. A respeito do que a Ilha faz com esses sobreviventes realmente é impressionante, pois fica bem perceptível mesmo que a Ilha tenta (ou atenta) as pessoas pelas suas fraquezas. O caso de Charlie é o mais óbvio, pois qual a probabilidade de haver heroína em uma ilha deserta, sendo justamente sobre algo que há pouco tempo ele havia se desfeito? Como eu disse, trata-se de conveniência, pois Charlie usou as palavras de Locke a respeito de a Ilha testar as pessoas para justificar o fato de ele pegar as heroínas para si. Entretanto, se assistirmos com cuidado os episódios após ele pegar a droga, parece que ele realmente não as usou. Será que ele realmente não falava a verdade com John, e assim, lutar contra sua vontade? O próprio Charlie diz firmemente que queria muito usar a droga, mas não usou. Porém, isso é perigoso: lutar contra sua fraqueza. Ninguém deve fazer isso, pois em seu íntimo, ele sente que irá fraquejar, fazendo dessa estranha "psicologia" um pretexto para ceder à fraqueza, como o próprio Locke havia dito: a droga só estava ali porque Charlie à trouxe.
Outro fator a se destacar na conversa dos dois se refere à mesma citação que Charlie falou a Locke pouco tempo depois, quando o careca disse que confiança era uma coisa difícil de conquistar (ver Sociologia 137 logo acima). Quem diria, assim que Locke falou isso, alguns minutos depois ele acabou de comprovar sua afirmação ao ver Charlie com as drogas. Ele deixa claro que Charlie perdeu o direito de ser confiável. Vejam como uma pessoa que comete muitos erros na vida realmente perde a confiança perante a sociedade. Por isso a importância de se "andar na linha", para evitar ser marginalizado pela sociedade (OBS.: para alguns leitores que não conhecem essa palavra, interpretando seu significado errado, marginalizado quer dizer que está à margem da sociedade, e não que seja um marginal).
PSICOLOGIA 86 – Na tentativa de batizar Aaron nem que seja à força, Locke diz que Charlie só acha que pode salvar o bebê batizando-o a qualquer preço porque não pode salvar a si mesmo. Analisando o caso de Charlie, esse tipo de atitude pode acontecer com muitas pessoas que nem elas mesmas sabem que fazem. Por algum problema, alguma decepção, algum trauma antigo, tais pessoas começam a ter atitudes como se quisessem consertar aquilo que elas mesmas, em suas vidas infelizes, não conseguiram alcançar. Nesse caso realmente precisa fazer uma consulta com psicólogo, pois teria uma grande possibilidade de descobrir coisas sobre si em um passado bem remoto, provavelmente na infância, que ainda não conseguia enxergar.
CURIOSIDADE 288 – Os escritores de LOST têm a tendência de trabalhar com um mesmo tema em um mesmo episódio, mesmo quando acontece com pessoas diferentes. O caso a seguir é bem parecido com o episódio anterior, em Sociologia 130, quando Hugo fala sobre suas investidas em Libby, já que estão em uma ilha deserta e as opções são poucas. Neste episódio, Ana-Lucia diz a mesma coisa a Jack sobre as investidas do médico em Kate e dizendo que a praia é linda, a sardenta “tá” a fim e ele também… Jack e Ana estão conversando sobre o mesmo assunto sendo que eles não são os personagens principais do episódio e quase nem aparecem. A forma de escrever cada episódio da série (apesar de esse mesmo assunto ter sido no episódio anterior), em que se trabalha com um mesmo tema com dois personagens diferentes, é o mesmo tipo de roteiro com que se trabalhava nos roteiros antigos do programa global: A Grande Família. Lembrete: roteiros antigos, não os últimos. Este recurso durou provavelmente até as cinco primeiras temporadas.
CURIOSIDADE 289 – Mesmo comentário do anterior, mas esse se trata de um flashback e geralmente os flashbacks têm a ver com o episódio em si, portanto, não chega tanto a ser um apelo ao mesmo tema. Quando Charlie vai à busca do irmão na Austrália, Liam diz que não irá mais participar da banda, pois tem uma família para cuidar. Charlie se revolta e reclama: “Eu sou sua família!”. No fim do episódio percebemos o desespero dele em batizar Aaron e reclama por John não “ser da família” do menino. Percebemos que seus atos são reflexos de sua vida tão conturbada, quando precisava de uma banda e do irmão para se sentir prestigiado. Precisava ter uma família que nunca teve, e isso o prejudicou em seu relacionamento com Claire. Assistindo a esse episódio percebemos também uma resposta ao comentário que fiz em Sociologia 23 do episódio 7 da 1ª Temporada. Liam começou nas drogas e seu irmão mais novo seguiu o caminho. Charlie tentou ainda consertar as coisas mais acabou se deixando envolver com o mesmo vício. Seu irmão roubou o vocal da música que eles tanto tocavam e isso decepcionou Charlie, quando tinha seu irmão como inspiração. Liam resolve consertar sua vida e quando Charlie vai à sua procura, em vez de Liam oferecer ajuda, deu as costas. Isso prova que ele se tornou o que é por causa do irmão mais velho.
CURIOSIDADE 290 e MISTÉRIO 49 – Sempre questiono o fato de alguns personagens estarem predestinados (ou quem sabe destinados) à Ilha. O que levou Charlie até lá? Liam disse que Karen tinha uma tia na Austrália que ia lhe arranjar emprego. Lá havia uma clínica de reabilitação em Sydney e Liam diz que só precisava de grana para chegar lá, por isso vendeu o piano do irmão. Poderíamos pensar que Charlie não foi escolhido, já que Liam procurava melhorar seu futuro, contudo, e se a tia da Karen tivesse algo a ver com tudo isso? Ou não, já que sabemos o que acontecerá com Charles no fim da 3ª Temporada. Levando em conta o problema dele com as drogas e o fato de a Ilha julgar o caráter das pessoas, ficam as dúvidas a respeito da escolha pelo ex-cantor. Ainda referente ao comentário anterior, temos mais um motivo que levou Charlie a usar mais drogas ainda, pois seu irmão mais velho vende algo que pertencia ao próprio Charlie, um presente de natal da mãe, na intenção de buscar seu futuro, deixando o irmão mais novo na mão.
BÍBLIA 4 – PARA QUE SERVEM AS IMAGENS? (o pensamento não é meu, mas da série). O que vou comentar agora vai causar uma polêmica tão imensa que temo que muitos farão propaganda contra o meu Blog. O pensamento não foi somente meu. A ideia foi de LOST. Quando John entrega as imagens da santa à Jack e questiona o fato de o médico deixar as drogas dentro das imagens e guardá-las, ele responde que deixará dentro sim, pois é supersticioso em quebrar imagens. Vamos pensar com racionalidade: o homem pega argila, gesso, cimento ou seja lá qual for o material e cria uma imagem. Ele fez isso com o intento de ganhar dinheiro. O cliente compra uma imagem e passa a santificá-la como uma divindade. Como fica essa situação? Alguém criou algo com o intuito único e exclusivamente de angariar dinheiro e você atribui poder àquele objeto que foi feito somente para encher o bolso do "criador" e arrancar dinheiro seu. Aí você diria: "Mas eu não quero utilizar racionalidade, e sim, emotividade". Sua fé é tão pequena que precisa ver? Não acredita no poder de Deus sem precisar de algo que substitua o Criador, substituindo-o por uma imagem? Alguns até diriam que aconteceram milagres por causa do objeto, mas convido e ordeno que releiam o Psicologia 3 do 3º episódio da 1ª Temporada para verem o incrível Poder da Mente. Se um objeto fosse capaz de emitir poder, então, o quadro de Monalisa, a estátua do Pensador, de Rodan, a Vénus de Milo, de Louvre, e muitas outras obras de arte, deveriam ter poder também, pois não há nenhuma diferença entre todas, até mesmo as pinturas que faço… aliás há diferença sim, as imagens são feitas por qualquer um, pode até ser feita por mim ou por você, mas as outras que citei são feitas por artistas famosos, de primeira grandeza. Foram feitas por único e exclusivo motivo de amor à arte. Quanto às imagens religiosas, a própria série mostrou para que serviu, o que não é muito diferente da realidade: guardar e esconder drogas. O Deus verdadeiro nem sequer se perde no tempo. Já os outros supostos deuses, não somente se acaba com o tempo como também, se cair no chão, vira vários caquinhos e tem o fim certo: o lixo. Ou você vai guardar os caquinhos também ou até emendá-las? Que fé despedaçada, hein?
SOCIOLOGIA 139 – Observem como a sociedade se forma, mesmo em um pequeno grupo em uma ilha deserta. Cria-se até os "bairros" mais pobres e marginalizados. Depois da loucura que Charlie cometeu, todos o ignoram. Ele fica mais distante do grupo e James chega para curtir com a cara dele: "Olha quem tá se mudando para a periferia!", ou seja, além do próprio "Sawyer", Charlie passou a lhe "fazer companhia" entre os "marginalizados". Em pouco tempo a sociedade forma seus "grupos".
CRONOLOGIA – 54º dia na Ilha.
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