LEGENDA VS. DUBLAGEM 215, ADMINISTRAÇÃO 146 e PSICOLOGIA 226 – MANTENDO O NOME DA EMPRESA VIVA NA MENTE DA POPULAÇÃO – Quando o avião está trazendo “os 6 da Oceanic”, a assessora representante da Oceanic Air Lines (OAL) comenta que essa expressão que pegou não fica bem para a imagem da Oceanic, afirmando que “não é a melhor propaganda para nós, mas chama a atenção”, mas veja a exata fala dela na parte sublinhada e que obviamente se trata da legenda: “é fácil de lembrar”. Existe diferença nisso? Ah, existe! E como existe! Mas para explicar a diferença, já vou direto para o comentário da Administração. Em dois comentários anteriores, um sendo mais recente, no Administração 145 do episódio 8 desta temporada, eu falei sobre a estratégia de fazer com que determinada empresa fique viva todo dia na mente do cliente e até mesmo de quem não seja cliente. No Administração 138 do episódio 22 da 3ª temporada eu detalhei melhor o caso. Para ficar bem entendido a diferença entre legenda e dublagem vou ter que relembrar o comentário, caso ninguém queira visitar as páginas referenciadas para lerem. Quando eu trabalhei em uma videolocadora, resolvi criar um passatempo interativo entre os clientes, postando o mesmo tanto no site da série quanto colocando no mural da empresa que consistia no seguinte: era um enigma por meio de figuras e símbolos que formava o título do filme. Raramente tinha algo a ver com o filme, mas sim, com o título, no qual, juntando tudo formava o nome do filme. Era algo no estilo do passatempo chamado Rébus, das palavras cruzadas da linha de A Recreativa, com a única diferença que não havia enumerações que se somam para facilitar. Eram somente as figuras, letras, números e símbolos. Até nas palavras eram mais difíceis. Eu não indicava com uma bandeira americana, por exemplo, se a palavra poderia ser em inglês. Tinha que dificultar um pouco mais para demorarem a acertar, pois quem desvendasse o filme ganhava uma locação grátis do filme que ele escolhesse, contanto que não fosse lançamento. A intenção maior disso não era presentear o cliente, mas sim, manter o nome da empresa viva na mente deles, pois como a empresa tinha seu próprio site, os clientes visitavam o site para desvendar o nome do filme e passavam horas tentando adivinhar o filme e era aí o “x da questão”, pois eles já nem se interessavam pela locação grátis, mas sim, em desvendar primeiro que qualquer um o enigma. Até quem não era cliente visitava o site e assim acontecia o principal da intenção do passatempo, fazer com que o cliente sempre se lembre da empresa e nunca passasse dias sem visitar a loja. Entenderam agora a diferença de legenda e dublagem em áudio? No áudio, “chamar a atenção” é algo que realmente prende alguém, mas só por aquele momento em que se quer chamar a atenção, mas quando a assessora da Oceanic diz que por mais que não seja bom para a Oceanic chamar de “Os Seis da Oceanic” por fazer lembrar à população a respeito do acidente, imagem ruim para a OAL, ao mesmo tempo também fazia com que as pessoas se lembrassem dessa linha de voo por falarem sempre em seu nome, portanto, esse era o segredo: manter o nome da empresa viva na mente da população por estar sempre sendo falado na boca da população e da mídia. E aí? Qual melhor estratégia para uma empresa manter clientes e chamar novos? Chamar a atenção… ou manter o nome da empresa viva na mente das pessoas por tempo indeterminado, sendo fácil de lembrar do nome dela?
Existem várias formas de se manter e chamar novos clientes e assim como nos dois comentários anteriores, vou citar novamente outra estratégia que criei nesta mesma empresa que além de videolocadora, também tinha bombonieri, lan house e play game. Eu trabalhava no setor da bombonieri e criei um campeonato de futebol de vídeo game no formato de Copa do Mundo, ou seja, 32 participantes. A inscrição era barata e o campeão levava um bom valor em dinheiro, juntamente com o vice, que recebia o dobro do valor da inscrição. Por conta do campeonato, teve um excelente feedback em meu setor e consequentemente na lan house, pois quem vinha jogar videogame e encontrava todos os play stations ocupados (o campeonato ocorria em 4 TVs e lá tinha 9 Tvs), acabava indo acessar os computadores devido esperar demais, pois tinha até os “da vez” esperando os “da vez”. Sendo assim, no final do dia dobrou a arrecadação do caixa nos três setores. Mas o que toda essa explicação tem a ver com manter o nome da empresa viva na mente de clientes e até de quem não era cliente? O segredo em manter o nome da empresa viva não estava na premiação do 1º lugar, mas sim, no ranking. Depois de três campeonatos realizados já não existia disputa do título, mas disputa pelo ranking, quando um participante queria passar na frente de algum rival seu. Havia até mesmo a exposição dos confrontos, pois quem já tinha enfrentado alguém mais de duas vezes já era considerado um adversário, e eu expunha no mural, os confrontos e resultados, mostrando quem mais tinha vencido de quem e até mesmo quando alguém era freguês de alguém. O segredo era esse: o mural, a exposição. Os jogadores mantinham o nome da empresa viva na mente e iam vez em quando à videolocadora. Algumas das vezes traziam novatos para jogar e assim treinar. Outros combinavam com os próprios componentes do campeonato para treinarem (para não dizer, estudar a jogada do adversário). No final das contas, a clientela era mantida constantemente e traziam novos clientes. E nem precisa dizer que o que criei em um setor teve consequências no meu, não é? A bomboniere triplicou nas vendas.
Enfim, se observar bem, tudo isso foi pura estratégia, mais precisamente, Administração, mas baseada em quê? Na pura Psicologia… em uma verdadeira jogada de xadrez pensando um passo à frente: estudando o comportamento do ser humano.
PSICOLOGIA 227 – Quando estão chegando no avião, Jack diz a seus amigos que tem que convencer o máximo na mentira que criaram para que a população acreditasse que tivessem sobrevivido somente esses seis que estão no avião chegando em Los Angeles. Jack complementa que eles devem convencer as pessoas que pensam que eles estão em estado de choque, até que o médico escuta algo que não esperava… Sun corrige o doutor ao dizer: “Estamos em estado de choque”. Foi tão forte o que ela falou que por um segundo ele ficou pensativo. Vejam como cada pessoa tem uma visão diferente para determinada situação. Para Jack, tudo o que passavam já estava até normal, de tão ter se acostumado com o que passaram na Ilha, quando na verdade, realmente ele não deveria ter se adaptado às estranhezas e acontecimentos naquele lugar. O mesmo valeria para Sun, pois ela poderia também ter se adaptado, até porque, quando estamos muito tempo em um lugar acabamos nos adaptando com as coisas, mesmo que elas pareçam estranhas àquilo que você consideraria anormal, mas o que está em questão é adaptação. Realmente não deveria ser normal se acostumar com coisas que não competem nem a sua cultura, nem a sua crença, ainda assim, as pessoas acabam assimilando estranhezas e se adaptando. Ao afirmar isso estou querendo dizer que Sun estaria errada em afirmar que eles estão sim em estado de choque? Não! Estou só me referindo ao fato da adaptação, mas Jack não tinha caído em si e percebido que de fato ele deveria estar em estado de choque, especialmente com os fatos dos últimos dias, ou seja, a partir dos últimos eventos desde o fim da 3ª temporada. E para finalizar, o caso de Sun torna sua afirmação mais lógica ainda, pois ela atinha acabado de ver o cargueiro explodir com seu marido a bordo. Mesmo que não afetasse tanto a Jack, mas ele deveria também estar em um leve estado de choque, pois além de Jin ter “morrido”, vários outros morreram, inclusive dos sobreviventes da Oceanic, além de Jin. Resumindo, vai depender sempre do ponto de vista de cada um.
PSICOLOGIA 228 – ESTUDANDO O COMPORTAMENTO HUMANO – Kate diz a Jack que as pessoas não olham no olho do outro quando estão mentindo, mas que enfatiza que o médico faz exatamente o extremo oposto. Gostei bastante dessa informação, pois existem várias formas de se saber a respeito de uma pessoa, lembrando sempre que em todos os exemplos citados a seguir não são regra geral por dois motivos: regras têm exceções; e Psicologia não é uma ciência exata, pois nem toda ação terá uma mesma reação entre as pessoas… e é bem provável que até uma mesma pessoa pode ter reações diferentes para uma mesma situação. Vamos aos exemplos:
Você está conversando com alguém e tal pessoa troca seu nome por outra. Provavelmente está pensando nesta pessoa e existe bom indício de gostar da tal. Obviamente não é regra, pois até uma pessoa que você detesta pode surgir na mente, e consequentemente na boca. Ou nem precisa amar ou odiar… trocar nomes pode ter vários motivos.
Você conversa com alguém pelo qual está interessado, mas não sabe se tal pessoa gosta de você. Observe a posição das pernas. Se ela está em sua direção, isso é bom, mas se está em direção oposta a você, é sinal de que está para correr de sua presença ou que não está agradando da conversa. Mas o fato de pernas em sua direção também não implica dizer que nutre sentimentos por ti, pois pode implicar vários sentidos, como: gostar de você (e só isso); gostar da conversa; estar contente naquele momento (ou seja, já estava assim o dia todo); ou até mesmo… nada mais do que um movimento involuntário.
E existem aqueles casos mais clássicos, como a própria cena em questão aqui entre Jack e Kate a respeito de mentir: coçar cabeça; orelha; nariz; fugir a vista; olhar pra cima ou baixo (a maior das fugas); gaguejar; demorar a responder… enfim, isso como sempre gosto de lembrar, não é via de regra, pois nesta cena Kate diz exatamente o que destaco: o fato de que Jack faz o contrário da lógica e em vez de fugir a vista, olha para a pessoa. Por isso que não existe uma regra geral, e como destaquei, estudo do comportamento humano não é uma ciência exata e cada um pode ter uma reação diferente, até mesmo uma mesma pessoa, mas o pior de tudo é quando uma pessoa que já tem tendência em observar o comportamento humano e conhece tais reações de cada um, pois esta mesma pode tirar vantagem da situação e em meio a outras pessoas, forjar reações adversas daquilo que estão sentindo para enganar os outros. O pôquer é uma excelente aula de estudo corporal e facial das pessoas, pois jogando muito tempo com as mesmas pessoas, certas atitudes podem ser percebidas, assim como também você próprio fingir um sentimento quando na verdade possa ser outro para desviar a atenção de quem te observa.
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