quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

T3/E22 - THROUGH THE LOOKING GLASS - Part 1 (Através do Espelho - Parte 1) - Parte 1 de 2.

PSICOLOGIA 210 e ADMINISTRAÇÃO 136 – MOTIVAÇÃO. Na escolha das pessoas que vão atacar os “Outros”. Jack questiona Sayid sobre a participação de Jin e Bernard. O árabe responde que ambos atiram bem e estão bem motivados. A palavra-chave desse comentário é ‘motivação’. Motivação, segundo livros de Psicologia, é a condição do organismo que influencia a direção do comportamento. Trata-se de um impulso interno que leva à ação. Segundo Jerome Bruner, o estudo da motivação considera três tipos de variáveis: o ambiente; as forças internas ao indivíduo (como necessidade, desejo, vontade, interesse, impulso, instinto); o objeto (que atrai o indivíduo por ser fonte de satisfação da força interna que o mobiliza). Na Ilha, Jin e Bernard estavam movidos pela situação do momento, que o diga Bernard, um pacato dentista de meia idade. A condição do ambiente, o impulso, o instinto, a necessidade de sobrevivência perante o desconhecido e do medo fizeram que até Bernard resolvesse sair da plateia e assumir o palco. Esse comentário é parecido com o do episódio anterior, Psicologia 209, e que também há um caso parecido em Psicologia 16 do episódio 13 da 1ª temporada, mostrando o que uma motivação é capaz de fazer com o indivíduo. E onde entra a Administração nisso? Comentei algo parecido a isso em Administração 144 do 10º episódio desta 3ª temporada. Algumas empresas utilizam a façanha do “melhor funcionário do mês” como estratégia de motivação. Já vivi isso e sei como funciona a coisa. Para o gerente, soa como ponto positivo porque os funcionários “tendem” a melhorar seu desempenho para ser escolhido o melhor do mês, entretanto, vemos alguns casos negativos, como 1) causar conflito interno; 2) desarmonia na equipe; 3) o eleito “melhor” segundo o gerente causar controvérsias em todos os outros funcionários; 4) o eleito se achar muito bem e isso cegar e inflar seu ego; 5) aquela “estratégia” bem estranha de o “melhor” não ser tão bom assim. E por que foi escolhido? Não estaria óbvio? a) Aquele que não é melhor e foi escolhido, tentará melhorar; b) os outros que não concordam farão o melhor também… mas… isso não surtirá efeito contrário? Revolta? “Não é justo ele ter sido escolhido”. A escolha faz sentido? Ninguém é bobo e subestimar a inteligência dos funcionários pode não ser positivo, pois eles percebem que há algo por trás disso (Aonde trabalhei os colegas de trabalho comentavam a mesma coisa do tipo: acham que não sabemos o que há por trás disso. Nem nós dávamos crédito aos supostos resultados mensais). Baseei-me mais nesse exemplo porque é o que mais me incomoda, mas vários outros exemplos de “motivações” não me agradam muito. Mas… convenhamos, quem somos nós para dizermos que por um mês alguém foi melhor que o outro? Sabemos que tudo isso é fachada. Motivação? Está mais para aumentar os conflitos internos.

ADMINISTRAÇÃO 137 – LIDERANÇA & META. Em uma única cena vemos esses dois assuntos. Primeiro a liderança. Sayid avisa que vai atacar os “Outros” e que acontecesse o que fosse acontecer, Jack continuasse levando o povo até a torre de rádio e que não voltasse por nenhum motivo, pois poderia ser que Jack voltasse caso algo acontecesse ao árabe, Jin e Bernard, já que o médico tem a mania de querer ajudar as pessoas. Sayid complementa que está disposto a morrer se isso significar o resgate e não queria morrer por nada, caso Jack desse a mancada de voltar. A liderança está com os dois. Sayid estava disposto a morrer, ou seja, ele queria estar na frente do “pelotão de guerra”, mesmo que morresse. Isso demonstra alguém que tem fibra de liderança, pois dá orientações a um grupo, leva outro grupo para a guerra e toma a frente, ou seja, ele não somente mandava, mas também fazia parte do grupo, inclusive tomando a frente. Pela parte de Jack vemos a outra liderança: de guiar o povo. De tomar a frente e resolver assumir uma liderança de uma “população”, guiá-los para um possível resgate e contra os estranhos habitantes da Ilha, correndo riscos de confrontar seu próprio povo por discordâncias, bem no estilo Moisés. Ah! Acham que estou exagerando em exemplificar Moisés? Aguardem para ver o próximo comentário.

            Quanto à meta, veja o que uma pessoa com meta é capaz de fazer. Não que no caso de Sayid morrer seja uma meta, mas a questão é quando alguém está disposto a cumprir uma meta mesmo que saia perdendo com isso, ou seja, trata-se de uma pessoa obstinada. No caso de Sayid, como ele não sabia o que esses “Outros” queriam com seu grupo, por todo o terror que eles causaram ao grupo de Sayid, o árabe só pensava em uma coisa: que os “Outros” iriam matá-los, logo, se iria morrer de qualquer jeito pelo menos salvaria os seus amigos. Repetindo o início deste parágrafo, não que morrer seja uma meta, mas é aquele ditado de que, se aparentemente não há saída para alguma situação, pelo menos se deve tentar alguma coisa. Já imaginou você tentar algo que não tem volta e alguém do seu grupo amarela? Foi nisso que Sayid queria garantir em sua missão, pois seu grupo falhando, sua missão não teria sentido. Enfim, o foco neste segundo assunto é mostrar a disponibilidade que uma pessoa demonstra em atingir suas metas, o que é muito positivo para um grupo, uma empresa, para o mundo dos negócios.

BÍBLIA 16 – E mais uma vez vemos uma alusão ao êxodo bíblico. Inclusive Naomi chama Jack de Moisés. Este é o segundo êxodo deles.

PSICOLOGIA 211 – Leitura facial e pelos olhos. Isso é um bom motivo para conseguir convencer alguém em algo. Charlie diz que vai inundar a Estação Espelho. Bonnie não acredita em algo tão absurdo e faz uma pergunta até com resposta óbvia só para saber o que aconteceria com Charlie caso tudo inundasse. Charlie dá a óbvia resposta: ele morre. Isso foi suficiente para assustar a loira, pois deixou bem claro que Charlie estava disposto a inundar a Estação mesmo que morresse. Esse caso é o mesmo que Sayid quando respondeu a Jack que estaria disposto a morrer para salvar seus amigos, contanto que Jack prometesse continuar andando sem olhar para trás caso algo desse errado. O que vale aqui é mostrar o como uma pessoa pode ser convincente em algo quando ela revela que vá fazer algo mesmo que perca com isso. Lógico que isso não é regra certa, mas estou me referindo ao caso da leitura facial e de perceber os desígnios de alguém pelo seu olhar, coisa que outra pessoa só pode perceber se for uma boa observadora, mas às vezes nem precisa ser bom nisso, pois quando alguém consegue ser firme no que fala, convence até os menos observadores. Já comentei sobre esse caso em outros episódios.

CURIOSIDADE 705 – Um fato que observei e achei bem interessante: em outros episódios comentei sobre o fato de nem todos saberem de tudo sobre todos mesmo que esteja em uma ilha com um número de pessoas menor que 50. Vimos isso acontecer com o urso polar, que mesmo episódios e dias depois, nem todos sabiam do animal. O fato de existir um grupo e nem todos se conhecerem ali, mesmo depois de semanas, como aconteceu entre James e o casal Paulo e Nikki. Agora o caso se repete e desta vez é bem mais claro. Tom fala pelo rádio a Benjamin que três do grupo de Jack foram pegos: Jarrah, Kwon e o dentista. Sabemos que há pessoas da Oceanic que atuam menos no grupo e Bernard é o caso. Observe que Tom fala ‘o dentista’, logo, não sabe seu nome. Por que eu disse que neste caso é bem mais claro? Porque sabemos que o pessoal de Jack era observado pelo pessoal de Ben, sendo assim, esses “Outros” conheciam todos os sobreviventes da Oceanic, mas isso não implique dizer que eles decorassem o nome de todos, portanto, até os menos atuantes eram mais esquecidos logo por quem? Seus observadores.

NÚMEROS 123 – Tom reclama por Ben querer ir até o grupo de Jack e o lembra que serão 40 contra ele. 40 também é o número de pessoas que Ben disse que matou. Dr. Hamil diz que fará a cirurgia na mulher que Jack salvou na ponte e que será às 6:00 horas. A ponte é conhecida como a ponte da rua 6. 6 é a quantidade dos números misteriosos e sempre usado na série.

LEGENDA VS. DUBLAGEM 182 e NÚMEROS 124 A mulher do acidente na ponte tem 40 anos e seu filho tem… bom… antes de falar da idade, quem assistir o episódio em áudio vai dizer: “Este episódio não fala a idade do menino! Como você sabe a idade dele?”. Mas como eu sempre gosto de dizer, a legenda é fiel à fala original e o áudio sempre fica demais a desejar. Dr. Hamil relembra a Jack que ele tirou o filho da mulher de dentro do carro em chamas, mas na legenda consta ‘o filho dela de 8 anos’. Isso poderia até ser insignificante, mas não é, pois os produtores da série trabalham bastante com os números e intenção clara deles que os telespectadores percebam os números, mas esta é mais uma das vezes em que os tradutores pecam nesta omissão.

PSICOLOGIA 212 e ADMINISTRAÇÃO 138 SAI DA MINHA CABEÇAAAA!!! Em tempos de campanha política o que mais vemos são aquelas músicas repetitivas em carros de som, o jingles. Você acha que isso não surte efeito na hora do voto? Para quem não tem em quem votar, aqueles repetitivos números podem fazer a diferença. Para as pessoas mais leigas e fáceis de serem convencidas, também surte efeito. E no comércio… o convencimento também surte efeito? Sim. As pessoas também são fáceis de serem manipuladas pelos vendedores. Usei um termo pesado? Não mesmo. O que vejo muito no mercado informal; as feiras públicas… é exatamente isso, pessoas quase sofrendo lavagem cerebral por certos vendedores que usam uma lábia que não se dá tempo de respirar, e assim, conseguem por meio de manipulação vender o produto, que muitas das vezes nem presta. Outro caso é o famoso 1,99 R$, que é um insulto à inteligência humana, como se as pessoas realmente caíssem nessa de que o produto à venda custa 1,00 R$ e não 2,00 R$. Eles insultam a inteligência humana… e pior… é que conseguem, pois algumas pessoas caem nesse truque irritante. Por que citei esses três exemplos e o que tem a ver com LOST? Tentando incomodar Bonnie e Greta, Charlie começa a irritar cantando sem parar e diz: “Sabe quando uma música não sai da sua cabeça?”. Vai me dizer que você nunca passou por isso um dia? De repente acorda pela manhã já com alguma música na cabeça que nem sequer estava pensando ou lembrando. Depois passa o dia todo com ela impregnada na mente. Por mais que o ser humano não queira, isso seria o mesmo que uma lavagem cerebral, pois tudo aquilo que é repetitivo consegue fixar na mente e na hora da escolha de algo, você acaba ficando induzido sem querer a uma escolha manipulada. Vocês devem estar pensando que tudo isso que comentei contem a Psicologia e a Administração. Na verdade, por enquanto só falei na Psicologia, apesar de citar estratégias a ver com Administração, mas existem várias formas de atrair um cliente e vou citar um exemplo de uma estratégia que eu criei quando trabalhava em uma videolocadora. Como se locavam filmes, bolei uma brincadeira no site da empresa Games Jr. e nela havia um filme em código por meio de figuras. Quem desvendasse o filme ganhava uma locação grátis. Aí você questiona a premiação tão simples. Mas era aí onde estava a isca. Não era pelo fato de ganhar uma locação, mas sim, por querer descobrir o Enigma e isso interagia não somente a clientela, mas também quem não era cliente. O foco era manter o nome da empresa na mente das pessoas, essa era a maior intenção. E o que isso tem a ver com uma música que não sai da cabeça? O X da questão estava exatamente na visita dos clientes à loja e ao site dela. As pessoas nem percebiam, mas passavam horas entrando no site, mais precisamente, com o nome da loja na mente, e isso era difícil sair porque estava querendo desvendar o enigma, portanto, a propaganda da loja ficava impregnada na mente delas. Alguns clientes chegaram a me confessar que passavam toda a noite no site da loja e até jantando e olhando para a figura, escrevendo, tentando fazer quebra-cabeças para solucionar o Enigma. Além de estratégia, esse tipo de atividade também é muito bom para a mente, pois a coloca para trabalhar, exercitar, continuar em atividade, bem típico das palavras-cruzadas. Resumindo: a loja ficava viva na mente dos clientes, sem cair no esquecimento. Enfim, queira ou não, há como estrategicamente fazer as pessoas irem à busca de algo e deixar que algo se fixe em sua mente, basta saber usar as ferramentas certas.

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