ATUAÇÃO 14 – Desta vez não estarei comentando exatamente uma atuação específica, mas várias, e todas referentes ao mesmo ator: Michael Emerson, o Ben. Enquanto ele vem andando com Terry O’Quinn, John Locke, logo no começo do episódio, observei a forma como ele vem falando com o “companheiro”. Não somente nesta cena, mas em outras, como no dia em que conversa com Jack sobre a cirurgia que o médico irá fazer nele, e responde: “Paciência, Jack”, de uma forma tranquila e irritante. São vários momentos em que ele dá um show de interpretação facial da forma mais fascinante possível, sem exagerar nas expressões faciais e na forma de falar. Mas esse show de atuação não vale somente para o ator, mas também para Marcelo Pissardini, a quem empresta a voz de dublê para Emerson. Ele sabe encaixar, não o movimento labial, mas o tom de expressão de uma forma que parece mesmo que é Michael Emerson que está falando, pois casa muito bem a forma como Marcelo fala para a brilhante atuação facial de Michael, mesmo que o movimento labial não combine. Isso prova que até para uma voz de dublê tem como fazer tão perfeito que a emoção expressa por palavras parece vir de uma pessoa só. Enfim, os dois atores merecem destaques como excelentes atores.
LEGENDA VS. DUBLAGEM 162 – Quando Ben está saindo com os “Outros”, diz a John que estão indo para “um lugar velho”, só que na legenda consta “um lugar antigo”. Daí você poderia pensar o que teria a ver se ambos são a mesmíssima coisa. São? Nesse caso eu não culpo os tradutores, pois “old” é traduzido por velho ou antigo, mas infelizmente o significado da palavra foi traiçoeira, e com certeza até eu poderia cometer o mesmo erro. A 6ª temporada comprova que a palavra certa seria “antigo”, que está se referindo à palavra ruínas, a um local com história, e tem o mesmo peso de dizer “Grécia Antiga”, jamais “Grécia Velha”. Portanto, o lugar “antigo” a que Benjamin estava se referindo era uma espécie de cidadela protegida por uma murada enorme e densa, bem nos moldes de uma Grécia Antiga, mas que infelizmente os tradutores, e nós, só descobriríamos na 6ª temporada.
CURIOSIDADE 655 – SOMENTE PARA QUEM ASSISTIU LOST. Se teve uma coisa que eu não consegui engolir neste episódio foi a prova que John Locke precisava passar para ser aceito pelos “Outros”. Isso foi muito mal explicado por alguns motivos, e nem no site da série, aonde tem as ‘perguntas não respondidas’ pela série, eles questionaram o que vem a seguir. Será que somente eu percebi essa coisa sem sentido??? Vamos lá: 1º) os “Outros” não matavam ninguém, mas pedem que John Locke mate o próprio pai para ser aceito? 2º) Independente do assassinato, dizer a John que ele precisa fazer algo de boa vontade para ser aceito no grupo? Então esses “Outros” são bem fáceis de serem enganados (apesar de sabermos que não), pois qualquer um poderia fazer o ato pedido, e assim, entrava no grupo, mas não era do grupo. Se tornaria facilmente um espião. 3º) Várias pessoas ficaram ali esperando ver John matar o próprio pai. O pior era ver a cara de felicidade e esperança deles em esperar pelo assassinato, que por si só já seria estranho, quanto mais matar o próprio pai. Bizarro. Sádico. 4º) Poderia ficar pior? Poderia. Isso sim, para mim, comprometeu toda essa cena. Além das pessoas ali esperando o assassinato, quem estava no meio deles? Zach e Emma. Como assim? Duas crianças esperando ver um assassinato? Essa não colou. E os adultos as deixaram ali presentes? Digo até mais… os roteiristas escreveram isso para um programa que é considerado para toda a família, sem restrição de horário nobre? Morro de ver essa cena várias vezes e ainda não consigo engolir isso.
LEGENDA VS. DUBLAGEM 163 – Conversando com James a respeito do dossiê que os “Outros” têm de cada um dos sobreviventes da Oceanic, John cita sobre todos os roubos que o loirão cometeu. Mas na legenda consta “suas prisões por estelionato”. E há diferença entre roubo e estelionato? Dizer “roubo” é o mesmo que falar que James assaltava supermercado, lojas, furtava objetos escondidos nas lojas e por aí vai. Agora… dizer estelionato é bem diferente, pois é um roubo com requintes de esperteza, engano, manipulações. Quando vemos a série, observamos que James é um vigarista trapaceiro de mão cheia, mas… está longe de ser um ladrãozinho de botequim. Acho que os tradutores vacilaram na escolha de uma palavra que cai bem para o personagem.
LEGENDA VS. DUBLAGEM 164 – Jack procura saber o que Charlie, Hugo, Jin e Desmond foram fazer na floresta no dia anterior. Charlie responde que eles foram fazer “coisas de homem”. Na boa… essa frase em áudio não soou muito positiva não, viu! “Coisa de homem”? Além de levar para um sentido nada convencional, são somente quatro homens sozinhos no meio das matas, o que soa mais estranho ainda. “Pôxa”, tradutores! Querem queimar o filme desses quatro personagens mesmo? O que há na legenda? Charlie disse que eles foram “acampar e se entrosaram”, ou seja, se conheceram melhor e passaram a serem mais amigos, principalmente porque Desmond estava entre eles e o entrosamento cai perfeitamente para encaixar Desmond, e apesar de já estar bem mais entrosado, ainda precisava se sociabilizar mais com todos, pois era novato entre eles. Vergonha, hein, tradutores!
PSICOLOGIA 200 – O mesmo assunto que já comentei várias vezes sobre a mesma categoria e o mesmo personagem trago de volta: o fato de alguém ser usado como marionete pelas mãos de outra pessoa. Quando John vem pedir para James matar Ben, o loirão reclama: “Você acha que sou tão burro assim? O Ben já me enganou uma vez! O coelho com o número pintado!”. Interessante é que James acabou provando que é burro mesmo, pois estava sendo usado por Locke. Entretanto, se for analisar os fatos, não chega a ser um total engano, mesmo que John o tenha usado, até porque, não se tratava de Benjamin Linus, mas sim, de Anthony Cooper. O engano foi até aí, mas o resto, a respeito de matar, era o que John queria, pois seu pai o usou e também desgraçou a vida de James. Mas o assunto em questão aqui não se trata do ato de John Locke e sim sobre o assunto de Psicologia, que é sobre manipulação psicológica. Temos nesta cena alguém que manipulava as pessoas tomando de seu próprio veneno. Não que fazer isso seja correto, mas essa cena e outras parecidas mostram como uma pessoa pode fazer com que outras realizem aquilo que ele deseja bastando manipular a pessoa com palavras, fazendo com que ela fale aquilo que pense que realmente falou, mas que na verdade você quem falou pela boca de quem te manipulou. Com isso vemos dois tipos de pessoas: aquela sagaz, que tem uma incrível habilidade com as palavras e consegue analisar as situações como se fosse o melhor jogador de xadrez do mundo, conseguindo analisar os passos de seu “adversário” se possível umas quatro respostas antes, como se visse e já se esperasse uma incrível ramificação de respostas. A outra pessoa é aquela que pode ser manipulada. Qualquer pessoa pode ser manipulada, mas quem mais está suscetível a esse tipo de coisa são pessoas sem muita sagacidade e muito benévolas, que não costumam magoar outras pessoas e não têm malícia em suas atitudes. Óbvio que isso não é regra geral nem tem comprovação científica sobre o caso, é uma opinião minha, mas que para se observar quem é o manipulador e quem pode ser manipulado, ainda continuo vendo por esse lado e acho que muitos podem concordar.
BÍBLIA 15 e CURIOSIDADE 656 – O nome de Naomi Dorrit é uma alusão a duas coisas e essas duas coisas trazem outras duas alusões consigo: a primeira alusão é o sobrenome de Naomi. Dorrit é o nome de Doroty em o Mágico de Oz. Naomi cai de paraquedas, que é uma referência ao balão do filme. Aliás, também caiu um balão na Ilha, Henry Gale, lembram? A segunda alusão está em seu nome. Naomi é uma referência a Noemi, em um dos livros da Bíblia. Que livro é esse? Rute, o oitavo livro da Bíblia. A referência que está neste nome é no oitavo livro da Bíblia. Noemi era sogra de Rute a ambas se tornaram amigas “até a alma”. Em LOST houve uma Rute, apesar de não conhecer Naomi (será?) e, por provavelmente não muita coincidência, Ruth apareceu no mesmo episódio em que surgiu Naomi, o que narra um flashback de Desmond. Ruth foi a primeira namorada do escocês.
LEGENDA VS. DUBLAGEM 165 – Há um momento neste episódio que James quase chega a dizer seu famoso “Filho da mãe”, mas fica pela metade: “Filho da…”, o que acabou ficando pelo meio da frase porque algo que ele viu o interrompeu. Isso consta na legenda, pois no áudio… nada se fala. Desta vez omitiram uma fala. Fui assistir pelo áudio em inglês e ele realmente fala isso, mas em português de fato excluíram a fala. Neste mesmo episódio ocorre pela segunda vez e na mesma fala, a diferença é que nesta segunda vez o áudio em português manteve a fala, mas em vez de seu famoso bordão foi utilizado o “Ô caramba!”. Tudo bem que, como sempre costumo dizer, palavrões são omitidos e trocados na dublagem em áudio, mas há certas expressões com tons de palavrão que podem ser deixados, como é o caso de ‘filho da mãe’. Quando os tradutores trocaram por “caramba”, apesar de parecer uma expressão caribenha, na verdade também se trata de um meio palavrão tanto quanto ‘filho da mãe’ e ‘putz’. “Caramba” é um meio palavrão que eu não vou citar aqui, mas que vou citar por outro meio palavrão que quer dizer a mesma coisa do ‘caramba’, que é CARACA!
LEGENDA VS. DUBLAGEM 166 – Enquanto estão penetrando no Rocha Negra, o navio negreiro, James se questiona sobre o navio, os escravos e as dinamites existentes ali dentro. John Locke supõe que os escravos estavam ali para “explodir a ilha”. Isso está no áudio, só podia estar, até porque, a fidelidade na legenda está sempre conforme a real história e também está mais lógico com algo que faça sentido. Qual seria a lógica de um navio com escravos ir a uma ilha para que fossem explodi-la? Isso faz sentido? Dessa vez a inteligência dos tradutores foi bem infeliz, pois na legenda consta “minar a ilha”, então, nossos “inteligentes” tradutores achavam que minar e explodir tinha o mesmo sinônimo, que por mais que tenha, tem-se que olhar em que sentido a palavra fora dita. “Minar” tinha o mesmo sentido que podemos ver logo no começo desta temporada, quando Kate e James estavam trabalhando forçados para construírem uma pista para aviões, portanto, minar no sentido de pôr dinamites e “explodir” determinados locais na Ilha, como por exemplo, lugares com grandes pedras cravadas no chão ou caminhos para coisas como a própria pista de decolagem para aviões. A palavra “minar” estava no sentido de “varrer”, não de destruir tudo.
ATUAÇÃO 15 – Enquanto James e John estão caminhando pelo Rocha Negra, uma coisa me chamou a atenção e óbvio, só prestei atenção nesta cena porque já tinha terminado de ver toda a série. A câmera os mostra por cima e eles ultrapassam por um rombo que há logo acima deles. O que acho interessante nesta cena é sobre a impecável produção no decorrer das temporadas. Uma mera cena em que mostra um rombo no teto do navio, que ao mesmo tempo é o piso na parte de cima. E mais curioso ainda é mostrar o rombo por cima, com os personagens passando lá embaixo. O que há de interessante nisso? Nesse episódio se questiona a origem do navio (já questionado também logo no fim da 1ª temporada – um tsunami o levou até o meio da selva? Quem observou isso foi Hugo), a possibilidade de ser um navio de escravos e o fato de haver dinamite. Se foi um tsunami que levou o navio até lá, que é a explicação mais plausível, isso nos faz imaginar que o rombo naquela parte do navio possa ter sido enquanto o navio era carregado pela onda gigante, que também seria outra explicação mais plausível… mas não, até parece que a série propositalmente quis mostrar essa cena para o que viria bem lá na frente, mais precisamente, na última temporada, quando mostra um merecido flashback (que por sinal, já estava na hora) de Richard, um dos melhores episódios e flashbacks da série. Neste episódio que só ocorre na última temporada responde a todas as questões não somente a respeito do Rocha Negra, mas até mesmo de Richard, que nem fazíamos ideia que ele fazia parte do mistério daquele navio. E o melhor de tudo… o que causou o rombo foi exatamente o monstro de fumaça, não algo que chocou contra o navio ou que o tempo tivesse apodrecido a madeira. Como disse, essa série é impecável, pois cenas aparentemente insignificantes e mostradas em menos de três segundos podem trazer mais respostas do que poderíamos sequer imaginar que haveria alguma resposta ali. Das duas uma: ou os roteiristas já tinham isso em mente ou eles assistiam exaustivamente todos os episódios anteriores para ver se pegavam algo interessante para episódios mais à frente. De qualquer forma, essa série é brilhante. E para encerrar o assunto, você deve estar se perguntando onde está a Atuação aí, já que essa categoria exibe alguma cena brilhante de algum ator ou atriz. É aí onde também mora a perfeição dessa série. Ela é tão bem escrita que até os roteiristas e produtores da série também atuam brilhantemente, mesmo sem “atuar”, se é que vocês me entendem. Eles também atuam por trás das câmeras… das cortinas, como diria John Locke. Por esse motivo é que considero essa série a melhor que já assisti até hoje e arrisco em dizer que nenhuma outra ocupará seu lugar. Para outras pessoas com certeza haverá “substitutas”, como diria Jacob, mas não para mim.
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