domingo, 15 de novembro de 2020

T3/E15 - LEFT BEHIND (Deixada para Trás) - Parte 2 de 3.

 NÚMEROS 105 – Como sempre gosto de lembrar, o número 6 não está entre os números de LOST, mas se refere à quantidade dos números, que também aparece muito na série. Neste episódio o 6 aparece várias vezes, mas não vou citar em quais momentos, já que os números que importam são o 4, 8, 15, 16, 23 e 42.

CURIOSIDADE 604 – Assim como comentei no Sociologia 213, mais uma vez vemos Hugo chamando a atenção de James e reclamando pelo loirão não fazer, não produzir nada no grupo. Ele reclama por “Sawyer” em todas essas semanas ali não ter aprendido ainda a pescar e preparar um peixe, demonstrando mesmo que o loiro nada fazia, quase o chamando de um moleque de 10 anos que pensa que a vida é uma brincadeira. E o curioso é ver que é alguém que nunca soube se virar só, dando sermão em outro que é pior que ele. Que golpe hein, James?

LEGENDA VS. DUBLAGEM 149 – Quando Kate fica frente a frente com sua mãe, vai logo respondendo que não veio pedir desculpas pelo que tinha feito, só que no áudio consta que ela fala que não se arrependeu do que fez. Existe alguma diferença? Vejam bem: quando ela fala que não veio pedir desculpas é porque estava a fim de conversar com a mãe, ou seja, “Eu não vim aqui para pedir desculpas. Vim conversar com você sobre outra coisa”. Mas quando consta no áudio que Kate já chegou ali para dizer que não se arrependia do que tinha feito, é uma forma nada convencional de se chegar até alguém para dizer logo assim de uma vez, tão impactante: “Eu não me arrependo do que fiz”. Uma pessoa que vai ouvir o que poderia responder logo de cara? “Que desaforo! Você mata meu marido e foge, depois vem aqui pra me irritar mais ainda e dizer que não se arrepende? Vem aqui para me provocar ainda mais? Suma daqui!!!”. Enfim, uma pessoa que chega depois de tantos dias fugindo e escondida, chegando assim de supetão, será que você não consideraria um desaforo e soltaria logo de cara “os cães” para cima do fugitivo e nem gostaria mais de ouvir nada do que o fugitivo gostaria de falar??? Você pode até concordar que não, mas acredito eu que pelo menos algumas pessoas poderiam fazer isso. Entenderam por que eu disse que as duas frases, mesmo tendo sentidos parecidos, mas que podem causar diferentes reações nas pessoas?

NÚMEROS 106 – Alguém já tentou usar o recurso da câmera lenta para saber qual código Juliet digitava na cerca sônica? Era óbvio os possíveis números, mas acham que eu não ia querer ver quais? 16 e 23. E tem mais… mas essa eu vi no site e vou comentar logo por aqui: foram 4 números digitados.

CURIOSIDADE 605 – Juliet diz a Kate que nunca ouviu falar do monstro de fumaça, mas nunca fica comprovado se realmente ela possa ter falado a verdade. O que me faz pensar que ela mentiu é porque se observar bem, quem já assistiu toda a série saberá que a cerca sônica protegia a vila Dharma do monstro de fumaça, o que leva a pensar que ela sabia e por isso buscou atravessar logo a barreira sônica, entretanto, a barreira também protegia contra os Hostis. Podia ser que ela achasse que a cerca evitava qualquer coisa “viva” atravessar. Além do mais, ela passava boa parte de seu tempo na vila, saindo somente para ir às estações, o que evitaria seus encontros com a fumaça. E se prestarmos atenção em outra coisa, o monstro também só aparecia quando queria, e geralmente, para manipular algum evento. Juliet também deixa subentendido que tinha conhecimento, mas não tinha noção do formato por nunca ter visto.

LEGENDA VS. DUBLAGEM 150 – E mais uma vez James usa o seu velho bordão… e desta vez… ele não usa apelidos… pena… que só sei disso porque assisti pela legenda. James diz o velho bordão “Filho da mãe!”, bordão esse que já começa impregnar na mente dos outros sobreviventes. Mas esse tipo de coisa só acontece quando alguém repete muito uma mesma frase, detalhe esse que é excluído no áudio, pois quando não usam “desgraçado” no lugar de “filho da mãe”, usam outra coisa ou até mesmo apelidos, que foi o que aconteceu aqui. Trocaram a frase por “Gordo safado!”. Apesar de James gostar de apelidar as pessoas, dessa vez ele não usou apelidos, lembrando também que ele está mantendo a aposta perdida com Hugo, episódios atrás. Nós nunca descobriríamos que as pessoas passaram a imitar “Sawyer” se não fosse a legenda, até porque, “desgraçado” é um termo normal que qualquer um diria, o que jamais saberíamos que na verdade o personagem estava falando seu bordão.

LEGENDA VS. DUBLAGEM 151 – James diz a Hugo: “O que você comeu, hein?”. Uma frase bem a ver com Hugo, bem ao estilo Sawyer, mas a frase correta, que está na legenda, óbvio, é: “O que andou fumando, hein?”. Suponho que tiraram isso por causa dessa censura sem sentido que há no Brasil.

LEGENDA VS. DUBLAGEM 152 – Querendo jogar a liderança para James, Hugo diz: “Mas a gente queria confiar em você”. Isso está no áudio. Só podia estar mesmo no áudio, pois, quem confiaria em Sawyer? O que realmente Hugo falou está longe de confiança, pelo contrário, observe: “Mas a gente correu pra você, ou seja, “a gente ficou sem opção para alguém com garra para liderar (garra, não confiança), daí, só sobrou você”. Estão vendo a grande diferença? Não se trata de confiança, mas falta de opção.

PSICOLOGIA 189 – FUJA POR UM MOMENTO DA ROTINA. Hugo diz a James: “Pelo menos por um dia eles podem comer porco, rir e esquecer que estão na pior”. Vejam o que acontece quando um grupo se encontra em estado de plena tensão e que é preciso somente um momento de descontração para que a mente se entregue ao relaxamento. E mais uma vez, foi Hugo o autor dessa mudança, pela terceira vez. O grupo estava tenso por tanta coisa já ter acontecido, daí, ao distribuir um banquete, todos esqueceram seus problemas e sorriam, como há muito tempo isso não acontecia. As outras duas vezes ocorridas através de Hugo foram quando construiu o campo de golfe (1ª temporada) e o jogo de tênis de mesa recentemente. As pessoas vivem tão sufocadas com o movimentado estressante do cotidiano que se esquecem que às vezes se divertir ou ter um momento próprio, seja para a família, seja para sair da rotina, é bom para “desanuviar” a cabeça e tentar aliviar mais o estresse que provavelmente nem a pessoa saiba que tenha. Relaxar, a palavra-chave.

PSICOLOGIA 190 – A BONDADE QUE ALIMENTA O SUPEREGO. O comentário a seguir se baseia na mesma citação de Hugo Reyes no comentário anterior, mas o assunto é bem diferente. Assim como essa foi a terceira vez que Hugo fez todos se sentirem bem, coincidentemente esta também foi a terceira vez que James se deixou se sensibilizar pela vida social. Quando Hurley mostra que pelo menos por um dia todos estão rindo e se esquecendo que estão na pior, o loirão olha para as pessoas e percebe que o gordão tem razão. E o que tocou mais ainda nele e que Reyes acertou em cheio, foi porque esses acontecimentos foram proporcionados por ele e isso tocou em seu coração, mesmo que não quisesse perceber que sim. Isso é interessante porque quando vemos que uma pessoa prefere isolamento, ou mesmo que é muito egoísta e não gosta de agradar as pessoas, quando faz isso pela primeira vez (apesar de ocorrer em LOST, mas que pode acontecer de verdade), experimenta uma sensação nova que jamais imaginou. Pode parecer bobagem, mas mesmo aquelas pessoas que acham que fazer coisas boas e sociais ser baboseiras, no momento em que fazer algo de bom e que muitas pessoas se beneficiarão com isso, tal pessoa irá se sentir bem, e sabe por quê? Porque a bondade contagia. Você fica com a autoestima elevada ao ver que pessoas tiveram um momento de alegria pela qual você proporcionou. Seu id se sente em paz e isso vai do ego e penetra até o superego, que já é responsável por lhe acusar quando você faz algo errado. Como este lhe mostra a culpa quando você erra, o fato de fazer o que é certo faz com que o superego ganhe força dobrada, pois você está exatamente o alimentando. É por isso que até mesmo para aquelas pessoas que não ligam para as outras, quando faz algo de bom, não consegue entender por que está achando bom aquilo, pode até chegar a nem gostar de estar apreciando algo de bom que fez e que ajudou outras pessoas, como no caso de Sawyer, mas em seu íntimo, reconhece que gostou de praticar bondade.

PSICOLOGIA 191 – Esse assunto é praticamente a mesma coisa do anterior. Coloquei separado porque o caso de James foi um processo lento em evolução de opiniões e reconhecimento que perdeu muito tempo sem se sociabilizar. Após ver que todos estão se divertindo por um momento de alegria que ele proporcionou, isso já passa a mexer com os sentimentos de James. Ele se rende aos sentimentos e começa a atuar, servindo alguns e conversando alegremente com outros. Ali foi sua redenção. Ele percebeu que era bom estar no meio de um grupo decente e se divertindo. Algumas cenas ocorrem ali que foram suficientes para convencê-lo do calor humano: Desmond já estava familiarizado com o grupo mais do que o próprio James, apesar de estar a menos tempo que todos ali. Ainda assim vemos o bom e velho amigo de todos, Hugo, indo lá para deixar comida para ele. Isso provavelmente o deixou sem graça. Porém, houve outro momento bem forte para ele: Aaron. Claire chegou a der seu filho para que o loirão o segurasse nos braços. Ele não queria e deixava claro que não tinha jeito para isso, mesmo assim, Claire insistiu e ele segurou “à força”. Tal atitude foi o maior dos reforços para deixar “Sawyer” ser deixado de lado e assim dá a vez finalmente a James. Ali, sem querer trocadilho, mas já usando, foi o batismo de Sawyer para James, exatamente ao segurar o bebê de Claire. E vejam como o batismo foi realmente “de fogo”, ele se entregou à bondade e olhou para a alegria de todos, inclusive para Sun. Mas Sun estava rindo quando ele olhou, até que ela manteve a seriedade quando o viu. Ele percebeu que ela não queria muito conversa com ele e dá para perceber o como ele ficou sem graça e ressentido, pois em seu íntimo, ele queria pedir desculpas pelo que fez à sul coreana. O fato de ela não dar bola o incomodou. Ele realmente demonstrava arrependimento e queria obter o perdão dela.

CURIOSIDADE 1292 – Em 05/02/21 enquanto revia a série no SYFY e aproveitando que eu estava atualizando meu Blog, resolvi pôr outra curiosidade que eu tinha observado desde a primeira vez que vi a série, só que tinha decidido não pôr no Blog. 6 anos depois, ou 7, sei lá, mudei de ideia, e para não mexer lá atrás, desloquei também esse que seria o 1291 para o episódio devido, portanto, a Curiosidade abaixo será a 1292. Hugo diz que o povo está contente e esqueceram os momentos ruins graças a James, que foi o loirão quem proporcionou isso. Eu sempre discordei dessa fala, pois o ex-Sawyer nada fez. Quem caçou foi Desmond. Quem matou o javali foi Desmond. James só acompanhou algo que o escocês já fazia.

 ADMINISTRAÇÃO 132 – Já comentei outras vezes e trago à tona, já que a cena pede. A liderança veio até Jack sem ele querer. Liderança já fica nata em alguém, mesmo que não queira ou ache que não tenha capacidade de liderar. Mas convenhamos também, Jack assumiu a liderança automaticamente e passou a ajudar as pessoas. Ainda mais, sabendo que ele é médico, daí sim, que a liderança se concretizou. E vejam a coincidência. Da mesma forma com Jack que não queria ser líder, começa a ocorrer com James, quando Hugo joga a liderança para ele e este também responde: “E se eu não quiser ser o líder?”. Hugo mata sua pergunta ao responder: “O Jack também não queria”.

PSICOLOGIA 192 – NÃO HÁ NADA COMO SER VALORIZADO PELAS PESSOAS. Eu sei que está bem repetitivo insistir em comentar nessa tecla, conforme os três últimos Psicologias logo acima, mas é porque a transformação positiva de James foi acontecendo gradativamente e cada cena tem um sentido diferente para o momento. Não somente quando ele segurou Aaron, mas o que com certeza deve ter “tocado em seu coração” foi quando Hugo preparou e passou a liderança de todo o grupo para o loiro. Imagine você saber pela primeira vez que um grupo não somente o aceita, mas aceita inclusive como líder. Isso é demonstrar que todos estão depositando confiança em você. Aliás, não existe explicação para quando você se isola e percebe também que as pessoas te “isolam”, daí, de repente passam a te dar valor. Isso não tem preço, pois não há nada como você se sentir valorizado pelas pessoas.

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