sexta-feira, 13 de novembro de 2020

T3/E15 - LEFT BEHIND (Deixada para Trás). Parte 1 de 3.

SOCIOLOGIA 216 – Um dos raros momentos com Hugo vemos nesse episódio. Ele teve uma brilhante ideia, e mais do que isso, enganou um trapaceiro. Mas a questão da Sociologia não é por causa disso. Nós sabemos que “Hurley” é meio ruim das ideias e raciocina muito mal, talvez seja exatamente isso que o torna uma pessoa muito carismática. O que me chamou a atenção foi porque, se você observar desde o começo da série até este episódio, quando alguém vai falar algo secreto para outra pessoa, muita das vezes pede para a outra pessoa disfarçar e continuar fazendo o que está fazendo ou continuar caminhando, caso esteja indo a algum lugar. Provavelmente Hugo observava isso e acabou não somente aprendendo, mas assimilando isso para sua vida. Prefiro dizer, passou a ter mais desenvoltura. Quando ele vai falar com James sobre a suposta expulsão de “Sawyer” da praia e do grupo, o gordo dá um disfarçado chute no pé de loiro e o pede para não olhar para lado nenhum e fingir que não está conversando. Hugo passa a conversar de costa para James, olhando para o mar. Vê-lo fazendo isso parece inacreditável e provavelmente ele aprendeu vendo os outros. Interessante é ver o que está por trás dessa atitude de “Hurley”. Se ele aprendeu observando os outros, logo, quando duas pessoas pensam que estão sendo discretas e achando que ninguém estará vendo está redondamente enganado. Por mais cautela que duas pessoas tenham, ambas não estão isoladas do mundo. Não se iludam. E por fim, o que foi mais incrível nesta cena foi ver a pessoa mais carismática da Ilha enganar o maior enganador dali. Como o próprio James falou, caiu no maior golpe dos golpes. A pessoa mais carismática enganou a mais sarcástica.

SOCIOLOGIA 217 – Vejam o que uma vida em sociedade pode fazer com uma pessoa. James, a pessoa mais egoísta, sarcástica, golpista e antissocial desde o começo dessa temporada já estava aprendendo a conviver com as pessoas. Ao retornar à praia no episódio da Kombi, já demonstrava sinais de estar se sociabilizando. Este será outro episódio em que intensificará sua socialização. Tanto o da Kombi como este serão as peças chaves das mudanças do personagem. Quanto ao que digitei logo no começo deste comentário, vejam o que uma vida em sociedade pode fazer com uma pessoa, pois veremos Hugo dando um sermão exatamente na pessoa que nem liga para isso. Ele se sentiu na liberdade de até dizer coisas que ninguém diria a James, chegando a reclamar que o “loirão” não consegue nem se alimentar, usa o banheiro dos outros e bebe até a água que Steve traz. Hugo agiu como um pai reclamando com o filho de 10 anos. Pela primeira vez alguém deu uma sacudida e bronca nele de uma forma perspicaz, quanto a James, ouviu a tudo. Quem te viu, quem te vê.

ADMINISTRAÇÃO 131 – Mais uma das cenas que mostram que todos ali participam de algo, não somente os principais. Hugo revela que Steve é o responsável em pegar água potável.

LEGENDA VS. DUBLAGEM 147 – James foi impedido de apelidar as pessoas por uma semana no jogo de aposta de ping pong com Hugo. Agora, após a conversa dos dois na praia, James o tacha como “imensamente irritante”. Não chega a ser um apelido, pois ele está só dando uma qualidade, mas na legenda consta sim um apelido: “balofo irritante”, logo, ele quebrou as regras da aposta, coisa que jamais saberíamos se nos confiássemos somente no áudio.

PSICOLOGIA 186 – Quando Hugo fala sobre a expulsão decidida na reunião, James diz: Me expulsar? Ah, Tá!”. Ele não demonstra que está ligando para isso, mas mal termina a última palavra dá para perceber que não soa com firmeza, demonstrando que aquilo mexeu com ele. Se fosse no começo de tudo, com certeza ele tinha xingado e esbravejado, não dando a mínima. Achei interessante essa cena porque demonstra como é fácil falar algo ou demonstrar (ou não) determinado sentimento, e principalmente, em se tratando de decisões a se tomar contra a pessoa, ou quando se trata de posições contrárias ao seu pensamento. Você finge que não liga, mas por mais que uma pessoa não queira saber de algo, especialmente quando incomoda, a curiosidade fala mais alto. O incômodo de opiniões contrárias fala mais alto. Um grupo que decide te ignorar, mesmo que não goste do grupo, causa incômodo. Seria como se valesse aquele ditado do “nenhum homem é uma ilha”. Muitas das vezes o incômodo pode nem ser porque você gosta do grupo, pelo contrário, pode não gostar, mas quando pessoas decidem importunar, a pessoa não tem sossego e é isso que irá incomodar… se tornar uma pedra no sapato.

PSICOLOGIA 187 – OS OLHOS FALAM. Kate se faz passar por outra pessoa para “salvar” Kassidy. Observa a conversa das duas quando Kassy pergunta o nome e ela responde que é Lucy:

KASSIDY: Da próxima vez que alguém perguntar, não pense.

KATE: Não pensei.

KASSIDY: Nem por um segundo.

Gostei demais dessa cena. Kate realmente desviou o olhar e pensou, não respondeu assim que a outra perguntou. Quando uma pessoa é muito boa em estudar expressões faciais, modo de falar, gestos, movimentos, existe a grande capacidade de perceber quando alguém está mentindo. Não é à toa que pessoas com especialidades em estudar a mente humana são chamadas para investigar um detento e ver suas reações para tentar ajudar nas investigações de algum crime (seja o crime qual for). O corpo fala, a face fala, a boca fala traiçoeiramente, mesmo que se emitam outras palavras, mas o principal… os olhos falam. E como falam. São os mais tagarelas. Quando uma pessoa fala algo e desvia o olhar, pode estar mentindo, escondendo algo, envergonhada… bem… são várias probabilidades de sentimento, mas a mentira é a mais provável. Mas isso não é regra geral, além do mais, ao ler isso, uma pessoa pode se aproveitar do momento, e na mentira, fixar pra valer seu olhar à outra pessoa, para assim, ganhar mais credibilidade na mentira. Tudo é relativo, mas que mesmo assim, a mentira ainda reina mais, e tudo no corpo pode entregar, mesmo que a pessoa saiba disso e encene para tentar convencer. Por mais que não queria, o corpo entrega algo.

LEGENDA VS. DUBLAGEM 148 – Eu nem ia colocar esse comentário aqui por não ver muita diferença e relevância ao enredo, mas ao ver o site de LOST, mudei de ideia, até porque, a conversa a seguir ocorre em três momentos com Kate e Cassidy a respeito do homem que enganou a golpista, que a sardenta não sabia que ela se referia a James e de Kate a respeito de Wayne. A conversa não está em sequência. O que está entre parênteses é a legenda:

KATE: Porque ele não valia nada (era um sujeito ruim).

CASSIDY: Ele não prestava (era um sujeito ruim).

CASSIDY: Porque uma de nós merece algo de bom.

No site de LOST há um quadro que mostra as falas de muitos personagens sempre se referindo a outras pessoas como uma pessoa boa ou má. Isso foi feito porque a série deixava no ar aquele pensamento de que todos estavam mortos e que ali poderia ser algo como um purgatório, definindo quem seriam as pessoas boas ou más, para assim, condená-las ou salvá-las.

Como no áudio eles excluíram a tradução correta, isso não fica explícito. Mas mesmo não dando atenção a esse detalhe no enredo, ainda assim torna a conversa entre as duas personagens sem a intensidade que deveria ter sido. Observem que quando Kate diz que Wayne era uma pessoa ruim, quando Cassidy vai falar sobre James ela responde à mesma altura, que o cara que a enganou também era uma pessoa ruim. No final da conversa, a golpista fala que ajudou a sardenta porque uma delas merecia algo de bom, pelo menos, já que ambas tiveram uma pessoa ruim em suas vidas. Portanto, toda a conversa está em sincronia, coisa que não se vê no áudio, parecendo uma conversa normal sem preocupação com o uso das palavras entre elas.

CURIOSIDADE 603 – Há duas curiosidades em um mesmo momento na cena que mostra Kate e Juliet acorrentadas entre si: Mais uma vez colocaram Kate algemada, para sempre lembrar a ela que é uma fugitiva. A outra é sobre uma possível alusão que há aí. Acredito eu que com certeza é uma referência ao filme Inimigo Meu, até porque, certas cenas épicas costumam ser trabalhadas em filmes, séries e até desenhos. Lembrando que o desenho animado do He-Man certa vez mostrou um episódio com Teela e Maligna sozinhas no deserto, bem no estilo do filme. Juliet e Kate algemadas juntas provavelmente faz uma alusão ao filme.

PSICOLOGIA 188 – PSICOLOGIA REVERSA & DIÁLOGO (ou falta dele) CONVINCENTE. Enquanto estão algemadas e acordam no meio do mato, Juliet usa a Psicologia Reversa para tentar convencer Kate que realmente ela fora deixada para trás pelos seus próprios amigos da Dharma. Ela teria duas opções para enganar Kate: deixar a sardenta fazer perguntas ou então ela própria ir direto às respostas sem esperar por perguntas, até porque, com certeza Kate ia querer saber o motivo de estarem ambas acorrentadas. Qual opção escolheu? Nenhuma. Em vez de se explicar ela fez o contrário, perguntou. Juliet assumiu o papel de Kate, revertendo o quadro. A loira passou a fazer perguntas à ruiva “querendo” saber o porquê de as duas estarem acorrentadas, só assim para não levantar suspeitas, jogar as desconfianças e confusões da outra para si própria, principalmente quando essa outra já tem especialidade em perceber quando alguém mente. Essa foi a parte da Psicologia Reversa, quando você arranja uma forma de inverter a situação para o seu lado. Quanto ao diálogo, que na verdade foi a falta dele, foi a forma como Juliet usou para convencer mais ainda em sua mentira de não saber o que se passava ali: ela simplesmente interrompeu: “A gente tem mesmo que conversar?”, ou seja, ela começou o diálogo fazendo perguntas e fez com que Kate continuasse, para que em seguida exigisse que parasse, pois o fato de as duas estarem conversando e acorrentadas estava incomodando a loira. Ela queria demonstrar esse incômodo para convencer mais ainda que tinha sido deixada para trás de verdade, e com isso, convenceu a ruiva que é especialista em mentiras. E bom é que Juliet entregou que Benjamin gostava de jogos psicológicos, e mesmo entregando, também estava continuando a fazer os jogos psicológicos. Apesar de ser ela quem estivesse fazendo aquele jogo psicológico, na verdade tal jogo era de Ben, não dela, portanto, a própria Juliet estava sendo marionete dele. No fim das contas, jogadas psicológicas podem ser muita bem feitas quando se analisa todas as vertentes.

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