SOCIOLOGIA 227 – O PRECONCEITO É SOMENTE MEU? É o seguinte… o comentário abaixo não é meu, portanto, não me culpem, pois o ponto de vista é da série. Eu sei que parece preconceito, mas mesmo sendo um ponto de vista da série, até que me sinto culpado pelo que vou comentar, sendo assim, me desculpem a opinião, mas aproveitando a deixa e a menos que me provem do contrário… eu concordo um pouco (um pouco?) com a cena a seguir. Observem:
Liam dá o anel da família de presente para Charlie. O anel deve ficar com o filho mais velho segundo a tradição da família deles, mas Liam decide presentear o caçula por causa de um motivo: pelo irmão ser o único astro de rock livre de drogas por mais um ano.
Resumindo… bandas de rock só servem para isso: apresentar os jovens às drogas. Isso procede? A resposta é não, mas… por que será que a grande massa das bandas de rock tem drogas em seu meio? Aí quem curte rock pode se defender pelo seguinte: não precisa estar em uma banda de rock. Qualquer banda pode se envolver com drogas e podemos até ir mais adiante nesta afirmação… hoje em dia, e é o que vemos rolando na mídia, basta cantar, atuar, ou mesmo pertencer à classe média alta, trocando em miúdos, ter grana, fama, sucesso… status, que já vai se enveredando para as drogas. Mesmo com esta defesa, convenhamos a não há como negar, em se tratando de tudo isso que falei a respeito de quem pode se enveredar para esse vício, se você fizer uma porcentagem somente entre bandas normais, ou somente entre cantores, ou somente entre atores, ou somente aos que pertencem às classes de poder aquisitivo consideráveis, é bem provável (não estou me baseando em dados estatísticos, mas no meu “achismo”. Quer comprovar? Pesquise) que entre as bandas de rock a porcentagem será bem maior. E vejam que foi a série quem frisou isso. Se o próprio personagem diz ser o “único astro de rock livre de drogas”, ela própria está apontando. E como disse antes, qualquer banda pode ter isso. Correto? Bom já participei em um show de Roupa Nova e eles disseram que de todos os prêmios que já receberam e que divide com o público, o único que eles não dividem é de ser a única banda em que nunca teve uma queixa sequer de álcool, quanto mais de drogas. Quanto ao rock, prove que estou errado e que em nenhum show de rock não terá pelo menos 10 pessoas usando. Mas claro também, refiro-me a show grande de plateia de milhares ou até mesmo centenas. Show menor, caseiro, familiar, não acho que aconteça.
Enfim, será que se trata só de um preconceito ou os dados podem comprovar isso?
Não fui eu quem trouxe o debate à tona… foi “LOST”.
CURIOSIDADE 695 – Curiosas foram as palavras de Liam após dar o anel a Charlie: “Você vai se casar, ter uma família, ter um bebê. Eu vou ter sorte se chegar aos 30”. Na verdade, Liam quem casou, construiu família, teve uma filha. Já Charlie, ele quem não passou dos 30. Quem diria. Isso me fez lembrar de uma cartomante que me disse que eu casaria e teria filhos, quanto que meu irmão, não. Ocorreu o inverso kkkkk.
LEGENDA VS. DUBLAGEM 178 – E cá estamos mais uma vez com esta categoria neste episódio. Charlie recapitula a Desmond o que vai fazer antes de morrer, ou seja, que vai ver uma luz amarela e ligá-la. Mas vejam que grande diferença: na legenda ele diz que vai desligar. Ocorreu o inverso kkkkk.
LEGENDA VS. DUBLAGEM 179 – Está aí uma coisa que acho que nenhum episódio mais vai ganhar a respeito dessa categoria. Mais uma para o L vs. D. Desmond pergunta quanto tempo Charlie prende a respiração. Na legenda ele pergunta ‘quanto tempo prende de verdade’, daí você se pergunta o que tem de mais nisso. No momento em que ele pergunta conforme a dublagem em áudio, ele está somente querendo saber quanto tempo Charlie fica embaixo d’água, mas na legenda, quando ele cita “de verdade” é porque pouco tempo atrás Charlie tinha dito que prendia a respiração por 4 minutos, o que é um tempo quase inacreditável para um ser humano normal que não pratica esportes aquáticos (eu mesmo consegui chegar até 2:15. Como se consegue o dobro???), portanto, Desmond estava DUVIDANDO e pediu SINCERIDADE do amigo, sendo assim, são ou não são diferentes as falas?
LEGENDA VS. DUBLAGEM 180 – Por que será que não estou surpreso com outro surgimento desta categoria? Quando Hugo pede para ir com Charlie e Desmond na canoa, Charlie diz que não dá porque ele é muito grande e que não caberia na canoa. Essa frase é a correta, sendo assim, só podemos estar falando da legenda. Charlie não sabia o que dizer para que fosse somente ele e o escocês na canoa e acabou sendo grosseiro, só que de uma forma menos dura. No áudio é dito ‘gordo’ em vez de ‘grande’. Pois é, foi o áudio quem foi muito grosseiro, não Charlie.
PSICOLOGIA 206 – O BULLYING “INOCENTE”. O assunto a tratar aqui não chega a se tratar de bullying, mas que mesmo assim mexe muito com o psicológico do ser humano, o que acaba se tornando um bullying disfarçado.
Hugo pede pra ajudar Claire a carregar as coisas dela, mas ele recusa, agradecendo em seguida. Ele também tenta ir com Desmond e Charlie na canoa, mas Charlie nega a ajuda por dizer que ele não caberia na canoa e que atrapalharia. No episódio seguinte, já adiantando o comentário, ele também pede pra ajudar James e Kate contra o ataque dos “Outros”, mas James diz a mesma coisa: que ele pode atrapalhar. Tudo bem que no caso de Hugo não chegar a ser exatamente um bullying disfarçado, pois há momentos em que parece mesmo uma ofensa, mas o assunto aqui são as ofensas, mesmo que sejam totalmente sem querer.
Queira ou não, o ser humano sempre tende (e eu não me excluo dessa triste estatística) de ofender ou “escantear” uma pessoa por causa de suas supostas limitações. Uma dessas limitações mais comuns é o mesmo de Hugo: ser muito gordo. Eu coloquei entre parênteses que não me excluo dessa triste estatística, daí, você lê isso e afirma categoricamente que nunca fez isso. Sério? Você nunca fez isso? Que bom! Pois você é a pessoa mais justa que já vi na face da terra. Por isso que me incluo, pois seria muita hipocrisia minha acusar os outros e dizer que não faço isso. Sabe em quais momentos voc… ops… desculpem-me… vou corrigir… vocês não… EU. Sabem em quais momentos eu faço um bullying “inofensivo” (isso existe?) com determinadas pessoas, tendo preferência como exemplo uma pessoa muito gorda, pois é mais alvo de olhares do ser humano? 1) Na escola: quando há trabalho em grupo e eu escolho meu grupo por nomes, deixando de lado a pessoa algum detalhe que não seja somente por não se dar bem com a pessoa. 2) No esporte, seja com colegas no colégio em com os amigos: eu e outra pessoa vai escolhendo a equipe e deixando o gordo por último por achar que sua “limitação” atrapalhará no desempenho do time. 3) No trabalho: tendo preferência por clientes que eu julgo poder aquisitivo melhor (o que por si só já se torna uma ofensa) ou pela aparência (exterior, se esquecendo da interior). 4) Quando a pessoa anda pela rua e eu passo ao lado e fico olhando. Só isso já se torna um “bullying inocente”, pois sem dizer uma palavra eu excluí a pessoa obesa de meu círculo de sociedade e óbvio que ela percebeu isso. Será que eu sou tão inocente assim e não vou pensar que ela percebeu? E lembrando que os olhos falam mais do que a boca.
Eu poderia citar aqui vários exemplos, mas vou deixar somente esses quatro que são mais certos ocorrerem no cotidiano. Mas por que julgar uma pessoa obesa com “limitações”? Um gordo pode sim praticar esporte, e quem sabe até melhor do que um magro. Engraçado é que LOST trabalha bastante com esse assunto, pois em um episódio mais atrás, lembremos que Hugo Reyes (Hurley) desafia James Ford no tênis de mesa e o loirão o subestima por ser gordo. Moral da história: Hugo dá uma surra no jogo. O mesmo Ford no próximo episódio recusa a ajuda dele e eis que será o próprio “Hurley” o salvador dos seus amigos que estavam presos pelos “Outros”.
Estou só afirmando que cometo esses erros. E não tem solução? Tem sim. Essa semana (levando em conta que o dia que digitei esse texto foi no 15 de agosto de 2014, numa quinta-feira – não foi minha intenção, mas uma pura coincidência com os números: 15 de 08) eu estava no trabalho, daí, percebi ao longe que vinha uma pessoa com o rosto repleto de marcas bem chamativas. Como vi de longe e ela não tinha me visto, fingi que também não o tinha visto até o momento de me aproximar dele. Como eu disse, nós cometemos o erro do bullying disfarçado, ou seja, mesmo sem querer, mas cometemos esse erro, que está nesse exemplo. Quando andamos pelas ruas e encontramos pessoas com algo chamativo em seu corpo nós sempre tendemos a passar rápido a vista, percebemos depois, já que a vista demora um pouco a perceber as coisas ao redor, quando o cérebro vê primeiro, daí, voltamos a vista à tal pessoa. Você acha que esta pessoa já não anda pelas ruas esperando essa atitude de praticamente todo mundo? Ela já sai de casa intimidada e você acha que isso não maltrata o ser humano que se encontra em situação de chamar a atenção sem querer? Esse assunto poderia até estar encaixado na categoria Sociologia, mas por que o coloquei em Psicologia? Por que provavelmente pessoas na situação de ter algo “diferente” dos outros, já se sentem intimidadas, envergonhadas e… diferente de quem é “normal”. Isso maltrata muito psicologicamente uma pessoa, o que certamente pode lhe deixar deprimida, triste. Por isso que classifiquei como Psicologia, pois deixou de ser um assunto da sociedade e passou a ser assunto que envolve a mente. A pessoa se sentirá para baixo.
E quanto a mim? Diferente é a pessoa que tem algo que nem todos têm? Diferente sou eu que não sabe o que é um ser humano. TODOS SOMOS IGUAIS.
Voltando ao exemplo que citei sobre o que aconteceu comigo “essa semana”, pois não concluí a história… como a pessoa com as marcas no rosto não tinha percebido minha presença ainda, fui me aproximando dela olhando para outra direção, daí, lembrando desses casos que citei aqui, ao me aproximar dela fui desviando meu olhar para ela como se estivesse olhando a paisagem naturalmente. Passei minha vista por ela e prossegui com a “olhada” pela paisagem como se nada de “diferente” tivesse visto, ou seja, agi naturalmente. Então você pensa: “Isso é uma solução?”. Talvez não, mas existe uma boa probabilidade de que a pessoa possa ter percebido que eu não a percebi, mesmo sendo tão chamativa. Você acha que tal pessoa não possa ter se sentido normal naquele momento? Você pode responder que não, mas veja só, se todo mundo agisse NATURALMENTE, a pessoa com marcas no rosto começaria a se encaixar no mundo ao perceber que nem todos o olham como se fosse atração circense, com marcas e pelos na face, simplesmente agem naturalmente como qualquer um.
Mas devemos levar em conta também que tudo é relativo, ou seja, o fato de não olhar para esta determinada pessoa pode ter outro sentido para ela, pois pode parecer que ela está sendo ignorada ou desprezada. Mas vejam bem a última palavra em letras maiúsculas que pus: agir NATURALMENTE, ou seja, quem sofre esse tipo de constrangimento (o termo mais correto para este caso) saberá quando as outras pessoas desviam o olhar por motivo de desprezo. Estou me referindo ao fato de desviar a vista por desprezo, não por ação natural, como muito acontece nas ruas, quando você vê vários transeuntes, mas não os “vê”, se é que você me entende. Quem sofre constrangimento percebe quando está sendo evitada.
Essa é a solução: tratar a pessoa com marcas como qualquer outra pessoa. E para finalizar esse longo assunto, depois de ler tudo isso você pode afirmar categoricamente que nunca fez um “bullying sem querer”? Pelo menos eu reconheço que fiz, mas estou pelo menos tendo algumas atitudes para evitar cometer esse erro. Essas pessoas são normais como qualquer uma de nós e não existem limitações, pois até um gordo pode ganhar de mim (sou bem magro) nos esportes. E sinceramente, acho que pode mesmo.