Aquela espécie de purgatório ocorre, pela lógica estando todos mortos, como se tivesse ocorrido décadas depois. Como assim? Se Christian deixou claro que alguns morrem antes e outros muito depois, esse “muito depois” é referente a anos, ou seja, todos se encontraram para uma última despedida somente depois que o último personagem morresse, ou seja, Aaron que era o mais novo. Levando pela lógica do tempo por morte natural e sem doenças, o último a morrer seria Aaron, e para que todos se encontrassem, era preciso que o último sobrevivente pela contagem no tempo morresse, que seria Aaron décadas depois, por isso que o pai de Jack diz que alguns morrem antes e outros bem depois. Levando pela cronologia de mortes, temos os primeiros mortos pela queda do Oceanic 815. Em seguida, Gary Troup. Depois foi a vez de Edward Mars, Joana, Boone, Shannon, Steve e por aí vai. O último na série a morrer foi Jack, entretanto, a história da série termina, mas seria como se ela continuasse, pois apesar de ficção, se considerássemos a história como real, teríamos 6 pessoas saindo da Ilha pelo Ajira 316, outras ficando na Ilha e outras fora: Walt e Penelope, por exemplo. Penelope não fazia parte do voo, mas fazia parte de toda a trama. Tanto é que no último encontro na igreja do mundo paralelo ela está lá. Pela ordem natural das coisas, todos morrerão, mas como temos Aaron como o mais novo, até que ele morra, pela suposição de uns prováveis 80 ou 90 anos depois (ou mais, por que não?), o suposto purgatório ou encontro de todos os personagens ocorrerá somente quando todos estiverem mortos, sendo assim, esta cena em que muitos entenderam que todos morreram, levando em conta essa minha explicação, realmente todos morreram, como já disse, cada um em seu tempo, e como bem disse Christian, uns antes e outros bem depois, muito depois. Uns 90 anos depois.
Outra coisa que devemos levar em consideração é que este reencontro final tem o mesmo significado para um encontro final de todo elenco, e, toda série e novela costumam fazer um fim festivo no último capítulo ou episódio com o máximo de personagens possíveis, sendo assim, esse final deve ser levado em conta também que seria como um último adeus, por isso que sublinhei “última despedida” no parágrafo acima.
Seguindo a conversa entre pai e filho, Jack pergunta por que estão todas aquelas pessoas ‘aqui agora’. Christian responde que “não existe aqui agora”, em seguida complementa que “aquele é o lugar onde todos chegaram juntos para que pudessem se encontrar uns aos outros” (em um lugar que todos criaram juntos para que pudessem se encontrar, segundo a legenda). Portanto, voltamos ao fator de que, segundo a legenda, de certa forma não seria um purgatório, mas um lugar criado por eles pós morte, para assim, se reencontrarem. Bom… podemos até considerar que esse suposto purgatório nem seja mesmo um purgatório.
Outra prova que faz cair por terra que todos estivessem mortos é a fala seguinte de Christian ao dizer que “a parte mais importante da vida do filho foi o tempo que passou com essas pessoas (o tempo que dividiu com essas pessoas, segundo a legenda) é por que todos estão ali naquela igreja”, concluindo que “ninguém faz isso sozinho e que Jack precisava dessas pessoas tanto quanto elas precisavam dele”. Essa longa fala se complementa ao que ele falou sobre que alguns morrem antes e outros depois, que em toda a série, esses dois detalhes resumem todas essas seis temporadas que retiram qualquer sombra de dúvida de que eles estivessem mortos. O fato de Christian dizer que a parte mais importante da vida de Jack foi com essas pessoas, comprova que tudo na Ilha foi verdade, como ele também frisou, que tudo aquilo é real. De toda a vida sofrida que Jack teve na adolescência, profissão e na vida conjugal, os fatos na Ilha foram os mais importantes tanto para ele como para todas as outras pessoas que tiveram uma vida difícil e que encontraram uma razão para suas vidas no momento em que caíram na Ilha. Enfim, isso comprova que foi na Ilha que todos aprenderam a evoluir como seres humanos melhores. Não foi à toa que eles só tomaram conta do mundo real quando cada um compartilhou algo da vida deles que relembrou a Ilha, principalmente ao toque humano, ou seja, eles realmente vivenciaram momentos importantes que compartilharam na Ilha que os faziam lembrar da Ilha no momento do toque. Será que eles vivenciaram algo do passado ou outro mundo se todos tivessem morridos na queda do voo?
Já perto de encerrar a conversa entre pai e filho, Christian responde ao filho que era preciso todos se reencontrarem ali para esquecerem as fases difíceis que passaram em vida, e especialmente, a morte. Como ali todos estavam mortos, era preciso esquecer o que viveram para “seguir adiante”. Na legenda o verbo é “superarem”, em vez de “esquecerem”. Eu inclusive acho que “superar” é melhor utilizado do que “esquecer”.
Jack se recorda das palavras de Kate a respeito de que eles estavam partindo (indo embora, segundo a legenda), então, Christian corrige para “partindo não, seguindo adiante”. E mais uma vez tive preferência pela legenda, que sempre fala mais corretamente que o áudio. O pai corrige, segundo a legenda, que é “não é ir embora, mas sim, seguindo adiante”. Quando Jack pergunta para onde vão, o pai o chama para descobrirem juntos, sem dar resposta ao telespectador, mas Jack e seus amigos quem vão descobrir como.
E assim se encerra essa maravilhosa série. Esse último diálogo comprova que tudo aquilo aconteceu mesmo e que os produtores não fizeram o público de trouxa, caso realmente eles tivessem morrido. Aquele mundo paralelo tinha a intenção de fazer 4 coisas: 1) mostrar o que aconteceria se eles não tivessem sofrido o acidente aéreo; 2) mostrar o que aconteceu após todos terem morrido, ou seja, demoraram-se anos para que todos se reencontrassem; 3) mostrar um purgatório que não era purgatório; e 4) encerrar a série da forma mais correta: todos juntos para se reunirem como em uma festa. Ah! E por falar nisso, o mundo paralelo serviu exatamente para isso, pois nos prendemos à Igreja, mas devemos nos lembrar que houve uma festa sim na casa dos Widmore, com a junção da Drive Shaft e os músicos clássicos com Daniel Faraday.
Essa foi a grande série que foi do início ao fim impecável e com uma junção de vários gêneros embutidos: drama, romance, aventura, ação, policial, suspense, comédia, histórias de épocas, tons bíblicos, as histórias de cada um com um tom diferente com variedades de histórias de filmes. Temas de Psicologia, Administração, Sociologia, Filosofia, culturas, bíblicos, religiosos. Não foi à toa que criei um extenso Blog com vários tipos de assuntos para mostrar, pois LOST foi uma série digna de ser lembrada por gerações. Uma “série fora de sério”. Uma série que para sempre deixará saudades, mas que nunca cansamos de assistir, pois quando você pensa que viu de tudo e assiste ele uma segunda vez, descobre coisas que não tinha visto anteriormente. E não para por aí. Você pode ver uma terceira, quarta, quinta… n vezes, mas sempre verá algo que passou despercebido. Uma conversa nas entrelinhas que pode te levar a outras respostas. Essa é LOST, uma série que sempre tem um ás na manga mesmo quando já se encerrou. Nunca vou gostar de outra série tanto como foi com essa. Duvido assistir outra série como vejo essa n vezes. Essa é a prova.
Obrigado por me fazer pensar mais ainda, LOST, a melhor série de todos os tempos.
MINHA CONCLUSÃO
Na próxima página
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