LEGENDA VS. DUBLAGEM 114 – Na conversa entre Jack e Kate, ele pergunta: “E você acreditou?”. Na legenda o verbo está no tempo presente: “E você acredita”, ou seja, se trata de ela acreditar nesse povo estranho, e não o fato de ela ter acreditado no que pediram para ela fazer. Até aí não compromete nada, só quis destacar a diferença de tempo no verbo que causa interpretação diferente, apesar de quase o mesmo sentido, mas o que ficou bem diferente mesmo nesses dois quesitos foi a resposta dela: “Sou obrigada”, ou seja, eles me obrigam a acreditar neles, o que soa muito estranho. Ninguém é obrigado a acreditar em algo ou alguém. Nunca vi isso. Poderia estar se referindo ao fato de ela ser obrigada a pedir ao médico para fazer a cirurgia, entretanto, como se trata de uma resposta à pergunta dele, está mais na cara que ela esteja se referindo ao fato de ser obrigada a acreditar neles, o que não faz sentido. Veja o que está na legenda: “Prefiro acreditar”, ou seja, mesmo que não acreditasse, ela não tinha opção por ser prisioneira e não saber qual a intenção desse povo, portanto, seria melhor acreditar do que achar que não fariam. Ela não estava sendo obrigada a creditar, o que seria ridículo, preferia ter esperança e imaginar que seria verdade. Estão vendo a diferença? Leiam o comentário abaixo que verão mais uma prova do que falei.
PSICOLOGIA 167 – Quando James revela a Kate que eles estão em uma pequena ilha e que eles não têm saída, ela reclama por não ter contado antes. Ele se justifica: “Porque eu queria que acreditasse que a gente tinha uma chance”. Essa cena é idêntica à do episódio 3 da 1ª temporada. Releiam o Psicologia 3. Enquanto Kate tivesse esperança seria bom para o ânimo dela e assim não a deixá-la deprimida, como aconteceu com ele nesse mesmo episódio, releia (ou leia) o Psicologia 165 deste episódio. Com certeza o desânimo é porta aberta para outras doenças, até porque, mente sã, corpo são. Esta conversa entre eles valida mais ainda o comentário anterior, pois todo episódio se baseia mais em algum assunto, sendo assim, reforça a fala de Kate na legenda “Prefiro acreditar”, pois era exatamente isso que ela queria dizer: que quer acreditar e não perder o ânimo, diferente de “Sou obrigada”.
PSICOLOGIA 168 – São nos momentos de aparente decisão, tensão, que as pessoas fazem coisas que menos esperam, ou até mesmo que poderiam fazer, só era preciso o empurrão certo. Ben foi manipulado tão perfeitamente Kate e James que ambos fizeram aquilo pelo qual Linus ia manipulando até chegar onde queria. Fez com que parecesse que James iria morrer. Chegara a dizer: “Tem alguma coisa pra dizer para a sua garota, então fala hoje”. Chamaram ela para “trabalhar” e deixá-lo de “folga”, para que assim a sardenta já presumisse que iriam matá-lo. Com tanta pressão psicológica, Kate fez algo que não esperava: se entregou a ele. Primeiramente deu um beijo, e ele, sem entender, questionou o ato, o que comprova mais uma vez o como ela fez algo que não teria feito antes se não fosse o aparente momento de decisão para algo: a possível morte dele. Esse ato que comprova o que ela fez foi exatamente quando ao própria não soube responder o porquê de tê-lo beijado. Não precisa ter a ver com algo indique morte. Qualquer coisa que represente perigo, surpresa, paixão ou qualquer outra coisa que faça com que ajamos de forma imprevisível, pode fazer com que venhamos a agir por ímpeto. Um exemplo para isso e que citei no Psicologia 16 do episódio 13, é quando você, que morre de medo de altura e jamais tenha a capacidade de subir uma árvore ou um muro, é perseguido por um cachorro bravo. Você acaba, movido pela adrenalina, subindo em algo que jamais imaginaria que fizesse. Foi o que aconteceu com Kate. O medo de saber que James poderia morrer fez com que ela soltasse o sentimento oculto que tinha. Até ela se surpreendeu com isso, mas não soube mais se controlar, após o beijo. Acabou se entregando a ele.
PSICOLOGIA 169 – No Psicologia 158 do episódio 4 desta temporada eu comentei sobre como uma pessoa se engana quando está apaixonada por outra e qualquer gesto dessa outra já acha que pode ser um sinal de que essa outra gosta dela. Só que nesse Psicologia 158 eu saí um pouco na defesa de James, porque de certa forma ela tinha dito que o amava. Pouco depois ela revelou que só tinha dito isso para que Pickett parasse de esmurrá-lo. Já neste episódio não tem perdão, ele voltou a tocar nesse assunto, mesmo quando ela tinha revelado que só tinha falado isso para que parassem de torturá-lo. James pergunta se ela só tinha dito que o amava para Pickett parar com a tortura, mas ela não responde, justamente para não se comprometer. O curioso é que ela não queria mais tocar nesse assunto e a melhor forma que encontrou foi beijá-lo, ou seja, mantê-lo calado. Como “Sawyer” nunca tinha se deixado se apaixonar por alguém, dessa vez ele se encontrou desarmado pelas forças do amor. Como era iniciante nisso, se realmente tivesse relacionamento sério com as mulheres, poderia perceber que ela não respondeu, o que é bem capaz que questionaria. Ele era tão realmente iniciante nas questões do amor que interpretou aquilo como um “eu te amo”, tanto, que respondeu “Eu também te amo”. E veja que quem se comprometeu foi realmente ele. Precisei narrar toda essa cena para chegar a um simples resumo: o amor é cego. James não conseguia raciocinar direito, pois estava preso nas armadilhas do amor.
SOCIOLOGIA 195 e PSICOLOGIA 170 – VOCÊ É O QUE A SOCIEDADE, AS CIRCUNSTÂNCIAS, O AMBIENTE TE OFERECEM. Vejam como a sociedade, o meio em que você vive pode moldar seu caráter. Devido a todos os acontecimentos que fizeram de James um Sawyer da vida, o moldaram como uma pessoa que não dá a mínima para os outros, mas especialmente a si próprio. Ao cair na ilha, teve que aprender a se socializar, o que na verdade não aconteceu. Ele começou a mudar um pouco a partir do fim da 1ª temporada e melhorar durante a 2ª temporada, ainda assim, continuava egoísta. Nesta 3ª temporada foi aprendendo a se interessar pelo próximo, mas continuava não se importando consigo mesmo, o que chegou a dizer no episódio 4, que chegou a ser título do episódio: “É cada um por si”. Apesar de dizer isso, ele já se importava sim com os outros, no caso, Kate e James. Ele se irritou ao saber que a sardenta pediu para que Jack fizesse a cirurgia para salvar a vida dele (paradoxalmente, esse “dele” se referia a Ben e ao próprio James). Veja a resposta dele: “Pelo menos o doutor não é burro de fazer isso”, se referindo a salvar a vida dele (James). Ao saber que Kate pediu, reclama: “A minha vida não é preciso ser salva”. Ela rebate: “Não finja que você não liga. Não quer que o Jack salve sua vida então vai se salvar sozinho”. Ela abre a jaula, mas ele retruca: “Você tá fora da jaula! Por que você não foge, Kate? Porque eu não vou fugir!”. Aqui ele demonstrou se importar com ela. Após isso ele revela para a sardenta que estão em outra ilha e que não tinha dito antes para que ela não perdesse a esperança. Sendo assim, ele não falou 100% por não estar se importando com si próprio, mas porque sabia que não tinha saída. Se analisar bem, seu “cada um por si” não foi tão verdadeiro quanto ele queria acreditar que fosse. Foi a partir dessa 3ª temporada que ele foi se importando com os outros e bem em seu íntimo, apesar de ainda não ter percebido, consigo. Em um episódio lá à frente, o veremos finalmente se entregando à vida social, com auxílio de Hugo, mas isso é assunto para o episódio devido. Eu precisei explicar tudo isso para que o leitor identificasse onde eu queria chegar. A sociedade moldou o caráter de James antes da Ilha Agora moldou para outra pessoa na ilha. Portanto, você é o que a sociedade, as circunstâncias e o ambiente te oferecem. Óbvio que não é regra geral, pois uma pessoa pode não ser que o ambiente o oferece, mas a influência é um grande responsável em mudar o caráter.
MISTÉRIO 75 – E mais uma vez, James utiliza uma frase que não faz sentido segundo os desígnios da Ilha. O fato de ele dizer a Kate “minha vida não precisa ser salva” não deveria ser um motivo para a Ilha descartá-lo? Muito dessas escolhas que a Ilha faz fica sem sentido, pois James já deu muitas provas que já deveria ter sido descartado. Só podemos pensar no óbvio: ele é um, dos principais e querido do público, por isso não morreu até agora. Mas, conforme o que mostrei no comentário anterior, ele dizia da boca pra fora, mas em seu íntimo era o contrário, só que ele ainda não sabia. Só que Eko também foi vítima das circunstâncias tanto quanto “Sawyer”.
LEGENDA VS. DUBLAGEM 115 – Kevin fala a Kate da lua de mel que prometeu a seis meses, mas na verdade, na legenda não cita tempo nenhum, mas somente: “Aquela lua de mel que te prometi”.
PSICOLOGIA 171 – Observem como os sentimentos de uma pessoa mudam segundo algum acontecimento, especialmente em se tratando de decepções, frustrações. Só foi ver Kate abraçada em um momento íntimo com James que ele sentiu uma necessidade desenfreada em sair da Ilha. Vejam as palavras dele a ponto de entrar em acordo com Linus: “Quero o que você prometeu antes para mim. Eu preciso me mandar dessa ilha”. Vejam a vontade com que ele falou. Obviamente para esse tipo de coisa acontecer, geralmente tem a ver com desentendimentos amorosos, que é o caso aqui. É como se uma nuvem negra desabasse de vez na pessoa. Uma sensação que só sabe quem já pensou. O que importa aqui é mostrar como uma perspectiva muda drasticamente devido alguma situação repentina.
NÚMEROS 92 – E cá estamos aqui mais uma vez com o número 6, e logo em uma das salas da Estação Hidra. Como os números são constantemente trabalhados na série, especialmente em salas, ainda acham que o 6 não é trabalhado? Se bem que este foi o primeiro episódio em que tivemos dois apartamentos sem a presença dos números, a não ser o 8, mas não combinava com nada, portanto, esse 8 é desconsiderado.
ADMINISTRAÇÃO 122 – Juliet diz a Jack que sempre foi boa em seguir ordens. Mas será que somente seguir ordens é bom? Vejam o exemplo dela: seguia tanto as ordens que lhe causou uma revolta interior, o que acarretou em seguida em seu motim contra Ben. Se bem que no caso dela, foi mais pelo fato de se sentir prisioneira da Ilha, mesmo assim, ela era prisioneira das ordens. Imagine uma empresa em que só o gerente manda. Funcionários não opinam; não se expressam. Isso é positivo para a empresa? Sem concordância e trabalho em equipe, o fracasso é certo.
FILOSOFIA 43 – Antes de começar a cirurgia, Bem diz: “Bom, vejo vocês do outro lado”. E mais uma vez a série utiliza o bordão que faz com que os telespectadores suspeitem daquilo que já sabemos que não é: o purgatório. Ao falar isso, ele está se referindo fisicamente ao lado de fora da sala, metaforicamente ao medo de morrer e esse outro lado se referir à vida. E com certeza já devem ter percebido que ele usou a famosa frase de Desmond: “Te vejo em outra vida, brother”.
MISTÉRIO 76 – Pickett reclama: “Ben colocou a vida nas mãos de um deles. Shephard nem estava na lista do Jacob!”. E vejam outra frase que causa confusão aos desígnios da Ilha. Jack não estava na lista de Jacob??? Como assim??? Pelo menos na lista de Ben estava, mas sabemos a que lista Pickett se refere. Como Jack não estava na lista se foi exatamente ele quem resolveu tudo ali?, mas não vou citar o motivo agora, pois deixarei isso para o fim da série. A única afirmação que pode salvar essa frase só acontecerá em um dos últimos episódios da série, quando Jacob falar de seu substituto e que o nome de Kate não estava na lista, mas que a função poderia ser dela se ela quisesse, sendo assim, pode ser isso que salve o fato de Jack não estar na lista.
PSICOLOGIA 172 – E cá estamos de volta com “perspectiva mudada drasticamente devido alguma situação repentina”, conforme visto no Psicologia anterior. Quando Pickett está prestes a atirar em James, Kate girta: “Nem pense nisso Sawyer, lute!”, em seguida, se dirige ao carrasco: “Eu faço tudo o que você quiser!”. Ela, que nunca se deixou ser dobrada por ninguém, estava se oferecendo seja lá para o que fosse, contanto que salvasse a vida de James, e ele, que nunca se deixou ser dobrado por ninguém, estava se entregando: “Não olha, Kate.”. Todos nós estamos suscetíveis a mudanças bruscas em resposta a algo, por isso que não conhecemos nem nossos próprios limites. As circunstâncias pregam peças na gente.
ADMINISTRAÇÃO 123 – Jack pede para Kate fugir enquanto tem Benjamin Linus em suas mãos. Mas conhecendo bem como são seus adversários, ele pede para que a sardenta, quando estivar sã e salva, fale com ele pelo walkie talkie e conte sobre a história que ele narrou logo quando os dois se conheceram logo após a queda do avião. Qual era a intenção do médico? Como somente os dois sabiam que história era essa, era uma espécie de código que eles poderiam usar para realmente saber se tudo estava bem, pois se ela contasse algo diferente, seria a dica para Jack saber que não estava bem. A pergunta é: o que isso tem a ver com Administração? A palavra é Comunicação. Havendo comunicação as coisas fluem perfeitamente. Uma empresa pode falar por códigos simples o que possa estar acontecendo na Empresa por meio de palavras combinadas. Outro exemplo: trote. Hoje o que muito acontece são falsos sequestros por meio do telefone. Muitas pessoas caem nisso. Se as pessoas combinassem palavras antes, esse tipo de cilada não aconteceria. Exemplo: se acontecesse, as pessoas da casa combinariam dizer uma palavra bem diferente para falar e assim teria mesmo que falar essa palavra durante o sequestro de verdade. Ao falar, o parente saberia que seria um sequestro mesmo. Caso não falasse, seria um falso sequestro. Outro exemplo: você está conversando com alguém em salas de bate-papo, mas como ter certeza que a pessoa do outro lado é mesma ela? Fazendo como Jack fez com Kate: tentar falar algo, o nome de alguém ou alguma situação que só os dois sabem. A pessoa do outro lado não sabendo, existe a probabilidade de não ser quem você pensa que é. Enfim, é uma questão de saber administrar coisas que não estão ao seu encalce, ou seja, que você não tem certeza que aquilo é o que você imagina. É claro que isso são só exemplos, pois pode acontecer imprevistos e não sair como se deseja, o que só estou querendo frisar aqui é a comunicação, o fato de se fazer algo ciente de que a comunicação está correta.
CRONOLOGIA – 72º e 73º dia.
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