FOI DEUS QUEM SALVOU???
LEGENDA VS. DUBLAGEM 15 e FILOSOFIA 10:
JACK: Por que você acha que vai ser diferente com a gente?
KATE: Eu tenho fé! (Legenda: Eu acredito nisso!)
Duas semanas antes de postar este comentário, eu fiquei sabendo sobre um mesmo assunto em dois programas diferentes, em dois canais distintos e na mesma hora: aviso divino. Coincidência (bem no estilo Lost) ou não, ao observar esta cena eu me lembrei de certas reportagens no mesmo minuto em que vi as reportagens. Há certas situações na vida de um indivíduo que ele costuma buscar um motivo para os acontecimentos. Observem os exemplos que vi na TV e analisem comigo o que penso a respeito disso tudo: uma pessoa vai viajar de avião e por imprevistos perde o voo; fica de mau humor e busca culpados pelo fato de ter perdido a viagem, inclusive culpando a Deus por ter perdido o voo. Depois descobre algumas horas mais tarde que o avião caiu (parece Lost). De repente os culpados (principalmente Deus) passaram a ser seus salvadores dizendo: "Foi Deus quem salvou minha vida". Já mudou de ideia? Isso mostra como nos deixamos levar pelas ocasiões sem analisar as coisas com clareza. Mas eu quero me ater mais à religiosidade. Por que todas as pessoas que passam por experiências desse tipo têm a tendência de dizer que "Foi Deus quem o salvou"? Pensem comigo e poderão mudar de ideia sobre esse tipo de caso: Deus é um assassino, pois se sabe tudo e sabia do acidente, e se foi Ele quem salvou determinado ser humano, impedindo de embarcar, então, Ele matou os outros passageiros, não é mesmo? Se Ele evitou que um morresse, por que não evitou que acontecesse o mesmo com os outros??? Foi pensando nisso que eu comecei a analisar o fato de Deus se direcionar a somente uma pessoa em determinadas circunstâncias. Isso também me fez observar o outro lado: quando o ser humano tem o costume de ver ações de Deus em todas as suas atitudes, quando na verdade muita coisa pode ser consequência da própria pessoa, e não de Deus. Em suma, devemos analisar bem nossas vidas, e não, ficar procurando desculpas ou respostas divinas em tudo sem percebermos que determinadas situações são consequências de nossos atos ou que alguns acontecimentos podem ser acasos, e não, intervenções divinas, e é nisso que devemos analisar, até porque, como no caso do avião, salvar uma pessoa implica dizer matar todas as outras. Deus assassino? Entendam que não estou demonstrando uma fé fraca, mas vendo as coisas com clareza. É o mesmo caso do futebol. Determinado time vence e um jogador religioso diz que Deus esteve com sua mão ali. E se no outro time tem outro religioso? Deus escolhe devoto agora? Deus torce por algum jogador??? Alguém é mais importante do que outro?
Enfim, vamos finalmente às traduções. Não é tão relevante, mas todo o comentário que fiz aqui se referiu à dublagem: "Eu tenho fé". Mas na legenda Kate diz: "Eu acredito nisso". Quase não há diferença nas duas versões, mas convenhamos, dizer "eu tenho fé" leva ligeiramente ao sentido religioso, enquanto que dizer "eu acredito nisso" leva ao acaso, ou seja, querer convencer aos outros e a si mesmo que serão resgatados. É algo tipo, psicológico ou no estilo do que Sayid disse ao pedir aos companheiros que estiveram com ele na jornada para interceptar o sinal da francesa: usar "Eu acredito nisso" para dar mais esperanças aos outros, até porque, como ele mesmo disse no Episódio Piloto, esperança é uma coisa perigosa de se perder. A legenda soa em um tom psicológico, não religioso.
CENSURA SEM SENTIDO
LEGENDA VS. DUBLAGEM 16 e SOCIOLOGIA 24:
LIAM: Você é o cara da Drive Shaft! (Legenda: Você é o porra da Drive Shaft).
CHARLIE: Liam! Pare com isso! (Legenda: Liam! Olha o linguajar!)
A diferença nas versões aqui é compreensível, pois para o Brasil, na tradução se evitam palavrões, especialmente programas mais acessíveis a todas as idades. Entretanto, a diferença nesses dois quesitos dá sentidos diferentes ao caráter de Charlie. Mesmo erro que cometeram com Kate em LEGENDA VS. DUBLAGEM 4 e 5 do Episódio 3. Na dublagem a conversa dos dois dá a entender que Charlie não gosta de ser destacado na banda, não gosta de elogio, já que seu irmão o deixa como superior e ele repreende. Seria como se Charlie não gostasse de se valorizar e se sentisse inferior aos outros. Mas na legenda percebemos que Liam fala um palavrão na igreja e o irmão o recrimina exatamente pelo fato de estar em uma igreja. Portanto, vejam como legenda e dublagem têm sentidos opostos para suas interpretações. Levando em consideração que o “caçulinha” já foi coroinha, aí sim, faz mais sentido. Concordo que "porra" não ficaria legal, mas deveria manter a legenda, porém, mudando o palavreado, como por exemplo, trocar "porra" por "droga", já que não é tão pesado e muito falado pelos brasileiros. Inclusive "droga" faz um bom trocadilho para esses irmãos, não acham? Um último detalhe a se observar: como disse no início: no Brasil a tradução corta os palavrões, entretanto (já devem ter percebido como eu uso essa palavra "entretanto", não é mesmo?), por que a grande maioria dos filmes brasileiros tem chuva de palavrões? Isso faz sentido??? Como passei um tempo trabalhando em Lan Houses e Play Games, era impressionante como toda vez que passava nas sessões de filmes da TV aberta aqueles filmes brasileiros de favela ou presídios, as crianças, especialmente as de rua, chegavam às Plays e Lans chamando inúmeros palavrões e com linguajar de bandido. Algumas vezes, mesmo sem passar na TV aberta, eles chegavam nas Plays e Lans da mesma forma como quando passava em canal aberto. Eu já deduzia rápido e perguntava se eles tinham assistido a algum filme em DVD. Não era nenhuma surpresa quando recebia uma resposta positiva. Certas novelas, séries, filmes e desenhos têm cenas cortadas pelo fato de ter alguma cena imprópria para "menores de 16 anos". A indústria cinematográfica brasileira quer narrar histórias reais do nosso país, especialmente a moda de filmes reais em presídios, o problema é que em vez de contar histórias reais aumentam a criminalidade. Muitas crianças, especialmente as de ruas, têm como seus heróis os bandidos com suas armas e suas gírias. Em minha cidade, Patos - PB, algumas crianças começaram assim, imitando os personagens desses tipos de filme. Hoje estão se tornando líderes de gangues. E aí, indústria cinematográfica brasileira? E aí, censura (ou justiça) brasileira? Querem abreviar certas cenas impróprias para menores de 16 anos e não impedem esses filmes brasileiros, formadores de criminosos? Mesmo que passe em horário nobre, muitas crianças e adolescentes estão acordados. Aliás, não estamos há décadas atrás, quando crianças e até mesmo adolescentes dormiam cedo. Hoje quem dorme cedo são os pais. Isso a justiça pode controlar, evitando palavrões nos filmes americanos, mas evitar chuva de palavrões e gírias nos filmes brasileiros não faz. Não importa se quer mostrar a realidade brasileira, pelo contrário, estão aumentando tal realidade. Aliás, quem disse que menor de 16 anos não pensa? Os maiores aproveitam isso e usam os menores para crimes. A justiça nada faz a respeito das duas partes. Alguns adolescentes aproveitam o fato de saírem impunes pela justiça e praticam muita barbaridade. Ah! Mas… desculpem… esqueci que eles são bem inocentes, não é mesmo?
LEGENDA VS. DUBLAGEM 17 – CONCEITOS QUE CARREGAMOS EM NOSSAS VIDAS & A PROVA DE QUE A DUBLAGEM EM ÁUDIO É ERRADA – Parte 1. Liam diz a Charlie: "Você é o cara da Drive Shaft", mas na legenda consta: "Você é o Deus do rock!". Aí, o caro leitor questiona: "O que tem de mais nessas duas versões?" Vamos lá. Charlie diz a Jack que é o rei do rock. Como eu comentei no SOCIOLOGIA 23, será que muito do que Charlie se tornou não seria culpa de seu irmão? Pois bem, nessa afirmação de Charlie comprova minhas indagações. Afirmar com toda presunção que é alguma coisa (deus do rock) só pode se originar através de conversas escutadas por outras pessoas, ou seja, Charlie só dizia tal afirmação porque seu irmão falava muito, o que acabou fixando isso em sua mente. Nunca chegaríamos a esse raciocínio se não observássemos a legenda. Quanto à cena em si, devemos tomar cuidado com o que falamos para os outros, mesmo que seja para ânimo, pois nunca sabemos como tais pessoas irão receber essas palavras. Muitas das vezes, como no caso de Charlie, os resultados podem não vir de imediato, mas acompanha durante toda a vida do ser humano, pois aquilo ficou impregnado e guardado na mente dele, podendo vir à tona muito tempo depois. Dizer ser o deus do rock é mais forte que dizer que "é o cara". Com Kate as dublagens a deixavam mais criminosa. Com Charlie deixa mais "light". Por isso que a legenda é mais importante, pois descrevem mais corretamente um personagem.
LEGENDA VS. DUBLAGEM 18 – A PROVA DE QUE A DUBLAGEM EM ÁUDIO É ERRADA – Parte 2. Quando Hurley vinha entregar o violão a Charlie, dizendo que o instrumento estava atrapalhando, o cantor responde antes de saber que o instrumento estava atrapalhando: "Você sacou que eu sou o baixista da Drive Shaft". A dublagem faz percebermos na mesma hora que é como se Charlie quisesse ser reconhecido ali pelos sobreviventes; tivesse uma psicose por ser reconhecido. Lembrando que no Episódio Piloto, Kate não lembra bem, mas reconhece-o de algum lugar. Vejam só: nem Kate lembrava bem de onde o tinha visto e já nesta cena com Hurley, ele responde sacar qual seria sua função (sou baixista) e mais ainda, qual era a banda (Drive Shaft), quando na verdade nem há como saber que ele era exatamente de uma banda. Interpretamos com essas palavras da dublagem que Charlie queria demonstrar que era importante, da mesma forma como seu irmão Liam o fez acreditar. Só que na legenda consta: "Toco baixo na Drive Shaft", ou seja, Charlie está se identificando quem ele é, e não, se achando. Ele supõe que as pessoas não sabem quem ele é e por isso passa a se identificar. Ele está se apresentando, não se achando. Esta Legenda VS. Dublagem tem o mesmo pensamento do anterior, o 17. A dublagem faz de Charlie insignificante, enquanto que a legenda, ou seja, o roteiro original, mostra exatamente o que os roteiristas tencionavam mostrar ao público, que Charlie, assim como todos os outros, vai conhecendo as pessoas e se conhecendo para as mesmas.
FILOSOFIA 11 – Preso na caverna com Jack,
Charlie avista uma mariposa e se recorda da ilustração do casulo. Ela sobrevoa
uma parte do teto, ou seja, a parte sensível que pode ser rompida; aquela parte
forte na vida de Charlie que pode libertá-lo e que precisa ser rompida e
livrá-lo de sua fraqueza.
SOCIOLOGIA 25 – Poucos dias já são suficientes para criar
vínculos entre pessoas. Kate faz um esforço acima de suas capacidades para
remover as pedras que fecharam a entrada da caverna onde Jack ficou preso. Se
fosse outro ali preso, era certo que ela não se esforçaria tanto. São os
resultados dos vínculos em uma sociedade.
ISENTO DE ERROS 5 e CURIOSIDADE 96 – Quando Jack e Charlie conseguem sair da caverna, Kate abraça somente a Jack. Os produtores comentam que ela não sabia que Charlie também estava ali, já que ninguém nada falou. Entretanto, não somente na dublagem como também na legenda, um deles fala que Charlie entrou lá pelo túnel que eles cavaram para salvar Jack, mas que acabou cedendo. Então… ela sabia? Seria erro das versões brasileiras ou um dos personagens realmente falou a Kate que Charlie estava lá? Kate correu para abraçar Jack sem olhar para Charlie porque sua ligação já estava bem forte com o médico. Charlie bem que poderia ter soltado sua famosa frase: "Oi! Eu sou o Charlie, também me salvei". Interessante também que muitas cenas ocorrem com esses três, mas Kate só vê Jack, comprovando que o comentário dos autores de que Kate não sabia que Charlie estava ali pode ser engano deles. Curioso é que na vida real, Evangeline, a Kate, namorava Dominic Monaghan, o Charlie, nessa época dos episódios. Todavia, todos, a começar por Hurley, abraçam Charlie e o chama de herói, coisa que ele sempre esperou ouvir de alguém. Inclusive essa frase ainda será ouvida por ele outra vez, mas veremos somente na 3ª Temporada.
FILOSOFIA 12 – A mariposa acha uma saída e guia Charlie, que também encontra a saída da caverna. É a ilustração que faltava para que Charlie jogasse no fogo a droga que pediu a Locke, se libertando também dessa "prisão".
FILOSOFIA 13 – Mais uma de Charlie. Após jogar a droga na fogueira e ver a mariposa sobrevoando acima dele, Charlie retira o capuz. Aquilo simboliza, conforme disseram os produtores, a libertação do ex-roqueiro da caverna escura que ele havia se colocado. Seria como se o capuz o protegesse e ao mesmo tempo o distanciasse das pessoas e naquele momento ele estava rompendo essa barreira. Nos próximos episódios ele vai cometer um ato que não terá mais volta, o fazendo voltar "ao capuz".
A partir de agora as curiosidades são dos Extras do DVD.
Não havia curiosidades interessantes no site desta vez.
ISENTO DE ERROS 6 – Essa cena é tão curiosa que até os produtores falam a respeito dela. Eu não teria percebido se não tivesse assistido os comentários deles no Extra do DVD. Após Charlie dar o aviso a Sawyer, este vai atrás de Kate e Sayid. Quando acham os dois ele diz "Ah! Achei" de uma forma meio que sem demonstrar cansaço, como se estivesse procurando a poucos segundos. Porém, ele não encenou bem uma atuação de quem está cansado. Mas isso não vem ao caso, pois o que importa aqui é mostrar que todos estão em uma ilha. Se Kate e Sayid se embrenharam nas matas, como é que Sawyer acha os dois como se estivesse a procura deles sabendo que estão a umas seis quadras em tal rua? Foi o que deu para aparentar com a chegada dele ao encontrá-los. Entretanto, os produtores fizeram um cálculo da praia até as cavernas para saberem o exato tempo em que Sawyer chegaria. Ainda assim, ficaria a dúvida pelo fato de se embrenhar nas matas, não indo pelo exato caminho dos outros. Mas convenhamos também, quem anda em sítio ou fazenda sabe que por mais que não existam estradas pelas matas, mesmo assim se demarca determinadas trilhas que são mais abertas e que todos os escolhem para seguir.
CURIOSIDADE 97 – Os produtores fazem uma alusão muito interessante da cena de Charlie jogando a droga na fogueira com a cena do anel sendo jogo no fogo, no filme O Senhor dos Anéis. Sabemos que Charlie é um dos hobbits no filme. A cena em que ele joga a droga no fogo, que o dominou sua vida por muito tempo, é semelhante ao anel que dominava a vida de Frodo e que jogou o objeto na Montanha da Perdição (comentários dos Extras do DVD).
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