domingo, 26 de julho de 2020

T1/E4 - WALKABOUT - Parte 1 de 2.



ADMINISTRAÇÃO 3, PSICOLOGIA 4 e SOCIOLOGIA 7 HIERARQUIA DAS NECESSIDADES DE MASLOW. Somente nesse episódio é que a ficha cai e eles percebem que estão ficando sem comida. As preocupações os fizeram esquecer que precisavam buscar comida. Aqui mostra a necessidade de ter alguém liderando um grupo, pois sem supervisão tudo fica desorganizado e provavelmente algumas coisas importantes podem faltar. Lembra também hierarquia de necessidades de Maslow no ramo da Psicologia, fazendo o seguinte exemplo: se alguém vem de uma viagem, está com sede e com uma tremenda vontade de ir ao banheiro, ela optará primeiro em fazer suas necessidades fisiológicas, por mais sede que esteja. Depois que aquele primeiro desejo é saciado, ele perde a vontade, então, a sede aumentará mais ainda, pois uma vontade foi atendida e com isso a outra se intensifica. Assim ocorreu com os sobreviventes da Oceanic, pois tiveram tanta vontade em comer que esqueceram o principal: procurar mais comida, já que ninguém sabe quando o resgate irá surgir e quando o estoque disponível irá se acabar. Outro fator importante a se destacar é porque todos passarão a viver em sociedade e terão o mesmo desejo, portanto, é importante ter alguém supervisionando e que todos façam a sua parte para que o grupo não se perca.
CURIOSIDADE 64 – Interessante quando você assiste um episódio várias vezes e acaba vendo coisas que não teria observado logo de cara. E é claro que a observação que fiz só ocorreu depois que eu já tinha visto algumas temporadas. Quando termina o primeiro flashback de John, a máquina registradora faz seu som exatamente no fim do flash, e ainda por cima ecoando de uma forma revoltada. O som é idêntico ao da fumaça preta. Quando prestei atenção nisso me arrepiei todo. Mas por que isso me arrepiaria? É o seguinte: essa cena ocorreu logo no 4ª episódio do começo de tudo da série. Lá no final da série, na última temporada… o que se tornou o monstro de fumaça? Pois é! Até parece que isso era um aviso do que estava por vir… não exatamente logo, mas lá para o final.
ADMINISTRAÇÃO 4 – Claire comenta com Jack sobre o que fazer com os corpos que se encontram nos destroços; Boone pede para Jack conversar com Rose que se encontra sozinha sentada na praia. Assim como outros sobreviventes procuram por Jack. Parece que em meio a um grupo, há a necessidade de liderança. Assim como nos próximos episódios, muitos farão com que Jack seja o líder mesmo contra sua vontade. Inclusive Jack demonstra ter as características que se encaixa para o cargo. É através das atitudes que se faz um líder.
LEGENDA VS. DUBLAGEM 6 – Claire pede para Jack falar no funeral: “Você podia falar!”. Na legenda diz: "poderia ser o líder". Não há tanta diferença, mas dizer que ele devia ser o líder soa muito mais forte do que "falar". Creio que a produção brasileira, ao ver que Jack foi "falar" durante o velório após a conversa com Claire, achou melhor mudar as palavras da loira de uma forma mais compreensível ao público brasileiro, entendendo claramente que ele atendeu ao pedido de Claire. Prefiro classificar essa atitude da produção para a dublagem brasileira como preguiça de seguir a fala original dos personagens, sendo algo do tipo: ele foi fazer aquilo após falar com Claire então vamos "fazer de conta" que ele só foi ali por pedido da grávida. Se pedir para ser líder implica obviamente falar no funeral, isso se trata de uma das funções do líder, pois Claire pediu para ele ser o líder (legenda) e não para ir falar. Isso enfatiza inclusive liderança, que tem muito a ver com administração. Importante também frisar essa frase porque na 3ª temporada, Hurley vai jogar a nova liderança para Sawyer e isso mostra também que tanto Jack como Sawyer não queriam ser líderes, mas que as pessoas os fizeram líderes. Seria interessante o uso da dublagem igual ao da legenda porque percebemos na legenda como esses dois personagens eram tão diferentes e ao mesmo tempo tão parecidos até mesmo nas coisas que aconteciam a ambos. Se observar também pela legenda (claro, já que a dublagem é bem falha), foi a primeira vez que alguém pediu diretamente a Jack para ser líder de algo, já que o "convite" para a liderança sempre ocorre indiretamente. Interessante observar também a resposta de Jack, dizendo que fará o que a maioria decidir. Ele não somente tenta tirar a responsabilidade de liderança pesando sobre ele, como também demonstra sem querer o que é ser um verdadeiro líder, pois mostra que todos também têm o direito de decidir, ou seja, o grupo.
ADMINISTRAÇÃO 5 – Charlie usa uma cadeira de rodas como carrinho de mão. Na falta de recursos, as situações fazem com que a criatividade aflore. E assim os homens das cavernas desenvolveram a roda.
LEGENDA VS. DUBLAGEM 7 – Alguém faz uma referência de um peso entre 50 a 60 quilos, enquanto que na legenda mostra 50 a 70. Isso não faz diferença nenhuma na série, mas porque mudar o número? É tão difícil manter a tradução original até nisso?
LEGENDA VS. DUBLAGEM 8 – Outra das diferenças entre esses dois quesitos, insignificante para a série, mas monstruosa, é quando Charlie e Hurley estão tentando pescar um peixe. Hurley não consegue e Charlie tenta pegar. Ele quase consegue então diz: “Você disse para não cercar!”, como se estivesse reclamando por Hurley tentar guiá-lo na direção do peixe e acabou orientando errado. Porém, na legenda Charlie diz: “Eu fui melhor do que você!”. Essa frase não responde a nada, pelo contrário, o gordão (como diria Sawyer) tinha acabado de tentar, depois o cantor tomou a vaga na pesca, então, o querido drogado dos telespectadores ficou se gabando e demonstrando que pelo menos se saiu melhor. Em outras palavras, na dublagem dá a entender que um auxilia o outro, mas na legenda soa como disputa. Aí, eu repito a pergunto dos outros "Legenda Vs. Dublagem": por que a versão brasileira não é mais fiel à tradução em alguns momentos? Vai alterar o sentido da história? Essa diferença também não altera, porém, mudar as falas dessa forma é exagerar demais. Aliás, quem quer aprender o idioma inglês e vê a legenda em inglês com áudio em português será que não vai ficar confuso?
SOCIOLOGIA 8 – LAÇOS MÉDICO/PACIENTE. Locke é paciente de Ellen. Ele marca alguns encontros com ela e compra passaportes para ambos. Por telefone Ellen o trata como cliente e diz que se continuarem conversando cobrará mais horas. Locke não aceita essa posição, então, ela desliga, deixando-o irritado. O que leva uma pessoa a confundir esse tipo de relacionamento como algo mais sério? Algumas pessoas podem confundir a relação médico/paciente, especialmente em se tratando de consulta a um psicólogo, podendo tornar o caso como algo íntimo. Somente quando o médico, nesse caso, Ellen, o trata como cliente, é que a ficha cai e o paciente percebe que era um simples… paciente (cliente de saúde soa melhor). A convivência entre pessoas cria laços muito próximos, o que não é recomendável para os médicos.
NÚMEROS 14 – Conversando com Rose, Jack fala o número de sua poltrona no avião: 23A.
LEGENDA VS DUBLAGEM 9, NUMEROS 15 e CURIOSIDADE 65 SÓ PARA OS FÃS DA SÉRIE. A FUNÇÃO DE HELEN. Os produtores comentaram em outro episódio mais à frente sobre a interpretação de alguns telespectadores com relação à função de Helen. Vou adiantar logo sobre isso, já que tudo começa a girar a partir daqui. Para alguns, ela seria prostituta. Porém, vamos analisar cada palavra da conversa de John com Helen. Quando Locke pergunta se ela se lembra da jornada espiritual, Helen responde: "Claro! Você fala disso o tempo inteiro!". Antes de analisar a conversa, vamos observar o que diz na legenda: "Claro! Você fala isso durante semanas!". O sentido pode ser o mesmo, mas traz interpretações diferentes sobre o tempo de conhecimento entre os dois. "O tempo inteiro" quer dizer que ele vive falando sobre isso, mas não dá uma ideia quase exata de tempo, pode até mesmo se referir a um dia ou uma semana, diferente de "durante semanas", que já se imagina ter ultrapassado um mês. Voltando ao assunto da função de Helen: 1) “durante semanas” implica dizer que eles já se conhecem a um considerável tempo. Em meio a conversa eles dizem que já conversam a 8 meses. 2) Se Helen fosse prostituta o relacionamento não duraria tanto tempo assim, lembrando que John é muito sério para buscar esse tipo de "diversão". Segue o diálogo:
LOCKE: Vai viajar neste fim de semana?
HELEN: Talvez devesse procurar um terapeuta.
LOCKE: Eu já tenho um terapeuta!
HELEN: Se falarmos mais vou cobrar mais uma hora!
       3) O questionamento sobre a função dela começa daí, pois no momento em que ela sugere John procurar um terapeuta alguns interpretam que ela não é terapeuta. Locke responde que já tem "um". O fato de responder é como se ela nem tivesse tal função nem soubesse sobre tal assunto, causando a segunda interpretação sobre sua vida. John responde usando um artigo masculino. Entretanto, ela poderia estar sugerindo a ele buscar outro terapeuta (de preferência homem) já que percebera que John estava confundindo os sentimentos. Então ele responde que já tem um, ou seja, "já tenho você, não vou procurar outro". Além do mais, o artigo “um”, em inglês é a”, sem sexo, sendo equivalente o “a” tanto para “um” como para “uma”, portanto, a tradução na versão brasileira pode se confundir, o que seria normal, pois não há como saber se referia a "um" ou "uma" terapeuta, dando então o entendimento que ele poderia estar se referindo à própria Helen. 4) A última frase é crucial para o entendimento de tudo isso. Alguns interpretam essa frase pelo fato de prostituta também cobrar por hora, mas que eu saiba, prostituta não trabalha por telefone, diferente de um terapeuta. Se cobrasse, como funcionaria isso??? Cobrar pra escutar gemido no fone??? Tosco e doentio, não? Outra coisa óbvia: se eles conversavam e ela falou cobrar mais uma hora, está se referindo ao fato de conversarem naquele momento, que é a função de um terapeuta e de seu lucro, pois quanto mais conversa grátis, menos se ganha não é mesmo? Ela diz "se falarmos mais vou cobrar..." deixando claro que vai cobrar por falar, até porque falar pelo telefone antecipa a conversa que deveria ser no consultório e aí a profissional sai perdendo. Eu não sei de onde surgiu essa interpretação, mas está longe de se referir à função de uma prostituta, concordam?

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