SOCIOLOGIA 34 – Poderia classificar esse comentário como outra coisa, mas vamos deixar no sociologia mesmo para não ter que criar outra classificação. Quando Claire e Charlie somem, Walt torna-se voluntário para achá-los com ajuda de Vincent, farejando o rastro dos dois desaparecidos. Michael dá um "não" meio que na bronca. Walt demonstra uma revolta interior cada vez maior. Michael não quer esperar notícias e pede a Locke para fazer parte na busca por Charlie. Locke não aceita. Digamos que Michael tomou do próprio remédio. Tudo bem que ele queria proteger o filho, mas o menino não somente queria participar como teve a boa ideia de usar o cachorro. É como se esse caso fosse um castigo pela forma como tratava o filho. Para aqueles que são pais, devem prestar bastante atenção nessa cena para saber como NÃO lidar com os filhos, caso contrário, terão com certeza um filho rebelde na adolescência, coisa que já é normal para eles sem motivo nenhum, quanto mais tendo motivos.
SOCIOLOGIA 35 – Continuando do anterior, será que Michael entendeu que seu filho só queria ajudar, assim como ele? Tudo bem que ele pensou na proteção do menino, mas não deveria ter falado com o garoto de uma forma menos agressiva, como um pai preocupado com o filho? Digo mais: Michael realmente queria ajudar ou queria disputar com Locke a admiração do filho?
ADMINISTRAÇÃO 27 e SOCIOLOGIA 36 – CADA UM FAZENDO SUA FUNÇÃO. Mesma cena, mas outro assunto. Quando Michael pediu para se juntar ao grupo de Locke, este respondeu: "Olha, já está completo. Muita gente só atrasaria!". Isso é fato. Se todos pararem para pensar, alguns buscando maneiras de saber o que fazer nessa situação enquanto que outro grupo procura a pessoa desaparecida, com certeza o serviço sairá melhor do que todos dando tiro às escuras procurando alguém. Corre o risco inclusive de mais pessoas se perderem e ninguém ficar na praia para receber os resultados. Desorganização total e um bocado de gente sem saber para onde ir. Lembra empresas em que cada funcionário deve ter sua função, pois se todos buscassem o mesmo resultado, exemplo, buscar somente clientes e não cuidar da estrutura, limpeza, outras coisas da empresa e outros objetivos mais, a empresa ficaria perdida.
ADMINISTRAÇÃO 28 e SOCIOLOGIA 37 – CADA UM FAZENDO SUA FUNÇÃO – Parte 2. Mesma cena. Michael diz: "Tudo bem! Então eu acho que eu vou formar um outro grupo". Mais uma vez ele demonstra sua disputa "pessoal" com John Locke. Quando existe competitividade em uma empresa é bom, mas quando essa competitividade vira disputa a ponto de alguém buscar um cargo que não é sua especialidade isso pode ser trágico. É o caso de Michael, querendo buscar liderar um grupo quando ele sequer participava como integrante de um. Principalmente, buscar uma função sem experiência pode ter sérias consequências. É como um técnico de futebol que tira seu melhor zagueiro para atuar como atacante. Moral da história: perdeu uma excelente zaga, colocando um atacante que não entende bem da função no lugar do zagueiro e ganhou um péssimo atacante, já que a função dele era na defesa. Resumindo, prejudicou ataque e defesa.
SOCIOLOGIA 38 – GRUPO DE BUSCA PROCURANDO NO MESMO LUGAR??? Mesma cena (ô cena pra render). John responde para Michael: "Boa ideia. Vamos para o norte, é melhor irem para o sul". Ao contrário de Michael, John Locke demonstra não estar nem aí para disputar algo com alguém, o que também seria infantilidade se ele fizesse. Mais interessante ainda é quando ele diz "Boa ideia!", não só incentivando Michael, mas mostrando que ele pode fazer o que quiser que John não está nem aí. Porém, sabemos que em breve John disputará a liderança com Jack. É! Parece que ninguém fica imune à competitividade. Outro fator a ser observado: imagine se um grupo de busca fosse à mesma direção em vez de se dividirem os pontos de busca. Como iriam achar alguém indo todos ao mesmo lugar? Voltando a tocar no assunto empresa, cada pessoa tem que ficar em seu cargo, pois todas no mesmo lugar enfraquecem os pontos mais baixos e menos trabalhados da empresa e o efeito dominó mais cedo ou mais tarde virá, chegando até o ponto alto e forte, a chefia.
SOCIOLOGIA 39 – QUANDO UMA IDEIA EXISTIU SOMENTE PARA CONFRONTAR ALGUÉM. Último caso dessa cena (ufa!). Quando John responde "tudo bem" a respeito de concordar com a ideia de Michael por querer formar outro grupo de busca, Michael diz ao filho: "Ah! Vem comigo!", desistindo da ideia. Essa é a prova final de que Michael não tinha intenção de formar grupo nenhum, era só para confrontar Locke. A resposta de John mata qualquer tentativa de ação de Michael: "Boa ideia! Vamos para o norte, é melhor ir para o sul!". Michael até que tentou, mas desistiu logo, pois sua intenção não era mesmo liderar um grupo, mas confrontar Locke. Até neste ponto John demonstrou autoridade e maturidade, mandando Michael e seu grupo inexistente ir para o sul. Esse tipo de competitividade atrapalha o sucesso das empresas. Se alguém quer atuar em algo, incentive-o. Se ele seguir em frente, melhor para a empresa. Se desistir, nada irá acontecer e comprovará que só queria entrar em uma disputa.
ISENTO DE ERROS 11 – NÃO FIQUE CATANDO CRÍTICAS PORMENORES, APRECIE A HISTÓRIA. Quando assisti essa cena pela primeira vez, eu me perguntava como uma pessoa consegue dominar outras duas, em seguida os carregar pela selva, especialmente quando uma delas está grávida, tendo um peso a mais consigo. Assisti esse episódio várias vezes e somente na 7ª ou 8ª vez ou sei lá qual (já perdi a conta de quantas vezes assisti) é que percebi que os próprios personagens dão a resposta a esse problema. Jack faz a mesma pergunta: "Como um homem consegue carregar duas pessoas, sendo uma grávida?", ou seja, realmente os roteiristas fazem as perguntas pelos personagens, para evitar críticas e falhas. A resposta de John Locke é enfática e não responde exatamente à minha dúvida, nem a de Jack, nem a de tantos telespectadores que observaram isso, pelo contrário, ele não responde, mas desvia para outra pergunta, demonstrando que a dúvida de Jack é insignificante, pois a segunda observação de John tem mais importância que a primeira: "Está fazendo a pergunta errada. Não é como, mas por quê?". Realmente, nos preocupamos tanto com dúvidas pequenas que nos perdemos do foco principal: por que motivo alguém faria isso? É! O roteiro de LOST é impecável. Não fique catando críticas pormenores, aprecie a história. Essa frase vou até destacar em meu Blog.
ADMINISTRAÇÃO 29 e ISENTO DE ERROS 12:
CHARLIE: Você me achou, vamos achar a Claire!
LOCKE: Seja quem for, sabe mais.
O mesmo recurso que John Locke usa para caçar não seria o mesmo para achar os sequestradores de Claire, pois eles não deixam rastros. A pergunta de Charlie também evita que um crítico aponte um erro da série, mostrando que John é excelente caçador e não saberia achar alguém. Nesse caso há de entender também que se alguém deles foi vítima, a série faz com que John não ache o rastro para que crie mais suspense ao episódio. Mas esquecendo a intenção dos roteiristas, como John mesmo disse: eles (os estranhos moradores da Ilha) não deixam rastro, portanto, são melhores do que Locke, além de já morarem na ilha há muito tempo, pelo que aparenta, sabendo muito bem como não deixar rastros. O próprio John responde isso ao dizer que os sequestradores estão ali há mais tempo, conhecendo a selva melhor que ele. Aqui sim, vemos disputas entre os melhores; competitividade entre caçadores onde o melhor consegue fazer um ótimo serviço, encobrindo os rastros para que o outro não ache. Mas entendam, leitores, refiro-me nesse caso às estratégias a respeito de encobrir rastros perante concorrência, como exemplificado, e não, fazer coisas ilícitas na empresa, encobrindo erros.
ADMINISTRAÇÃO 30 – CADA UM FAZENDO SUA FUNÇÃO – Parte 3. Imagine se num momento de desespero todos resolvessem ir para a mesma direção para resolver um problema. O que aconteceria? Alguém deu a resposta para o que falei. Jack queria fazer parte do resgate a Claire, mas Locke disse: "Se o acharmos, não quero que aconteça nada com o único médico experiente na ilha. Seja o médico e deixe eu ser o caçador". Repito: quão desastroso seria se numa empresa todos fizessem a mesma função. Cada especialista em seu setor. Realmente se Jack desse uma de caçador, além de atrapalhar na caça poderia perder também o único médico ali presente. Conforme vocês leram no Administração 27 e 28, se o técnico colocasse seu melhor zagueiro no ataque, a defesa do time ficaria vulnerável e o ataque cairia de produção. E bom é que esse episódio trabalha com o mesmo assunto em duas cenas distintas.
COMPETITIVIDADE NEM SEMPRE É SAUDÁVEL
PSICOLOGIA 11 e SOCIOLOGIA 40:
MICHAEL: Eu tento ajudar e o cara me manda para o sul como se eu fosse atrapalhar (...) tem mais cinco caras que poderiam ajudar (...) eu tô cansado de ser tratado como cidadão de segunda classe.
WALT: … se fosse comigo eu ouviria ele.
MICHAEL: Mas o papo é comigo entendeu? Posso não ser um guerreiro, mas eu vou para o sul!
Essa é a revolta de Michael por John não ter aceitado sua ajuda na caça à Claire. Ele entendeu o recado de Locke, mas não por atrapalhar e sim por querer uma disputa que só existe na mente do próprio Michael. De certa forma deu razão a Locke quando disse "Posso não ser um guerreiro...", pois chamou Locke indiretamente de guerreiro. Problemas como esse acontece em empresas quando alguém vê disputa com os colegas de trabalho, sendo que existe tal disputa somente em sua consciência. Ao perceber que a pessoa não reage e em vez disso incentiva, ele se irrita mais ainda, pois está convicto de que há competitividade e o fato de a outra pessoa não responder à altura ele acha que isso é estratégia do “adversário”. Por fim, vemos outro caso. Quando Michael diz que está cansado de ser tratado como segunda classe, demonstra estar sentindo vontade de fazer parte dos que estão à frente da situação, ou seja, existe também inveja nele, portanto, a competitividade deixa de ser sadia quando os competidores almejam um cargo, prêmio, alguém ou qualquer outra coisa por motivo pessoal, podendo se transformar em algo bem perigoso.